12/06/2012
Dom Zollitsch |
IHU - Em uma declaração pública, 150 padres e diáconos da Igreja Católica explicam que é preciso poder dar a comunhão aos divorciados em segunda união e declaram que já o fazem.
A reportagem é de Natalia Trouiller, publicada no sítio da revista francesa La Vie, 08-06-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma declaração publicada por 150 padres e diáconos da arquidiocese de Friburgo, Alemanha, e intitulada Divorciados em segunda união na nossa Igreja, parte da constatação de que o problema das pessoas que contraíram, sucessivamente, mais do que um matrimônio hoje se coloca de modo muito mais forte. "É um problema particularmente evidente", dizem, "e não é mais possível adiá-lo".
A reportagem é de Natalia Trouiller, publicada no sítio da revista francesa La Vie, 08-06-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma declaração publicada por 150 padres e diáconos da arquidiocese de Friburgo, Alemanha, e intitulada Divorciados em segunda união na nossa Igreja, parte da constatação de que o problema das pessoas que contraíram, sucessivamente, mais do que um matrimônio hoje se coloca de modo muito mais forte. "É um problema particularmente evidente", dizem, "e não é mais possível adiá-lo".
Pondo-se na legitimidade de muitos teólogos e até de um sínodo – o de Würzburg, em 1975, que havia sido o Vaticano II local
–, os 150 ministros interpelam a doutrina moral da Igreja Católica.
"Até hoje, ainda tínhamos a esperança de que seria tomada rapidamente
uma decisão que desse a essas pessoas, oficialmente e sem
discriminações, um lugar na nossa Igreja, com base no Evangelho",
escrevem. "O que nos guia na nossa ação é a caridade: salus animarum suprema lex
(a salvação das almas é a lei suprema). Somos conscientes de que,
fazendo isso, agimos muitas vezes contra determinados regulamentos
atualmente em vigor na Igreja Católica Romana".
E acrescentam:
"Nas nossas paróquias, os divorciados em segunda união recebem a
absolvição no sacramento da reconciliação e recebem os outros
sacramentos com a nossa permissão declarada". Eles especificam também
que os divorciados em segunda união estão comprometidas no mesmo título
de outras pessoas como catequistas ou conselheiros paroquiais, sem que o
seu status seja um obstáculo.
A diocese em que esse pronunciamento ocorre não é uma diocese qualquer. É a de Friburgo: o seu arcebispo, Dom Zollitsch, é o presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha. Alguns dias antes da viagem do papa à Alemanha no
ano passado, ele também havia manifestado o desejo de que a posição da
Igreja Católica sobre esse problema tivesse uma evolução enquanto ele
ainda estivesse vivo. "É uma questão de misericórdia", acrescentara.
xxx
Palavras do Papa Bento XVI no encontro mundial das familias em Milão, sobre casais em segunda união:
ihu - Divorciados e casais em segunda união, “plenamente na Igreja”
Santidade, como no resto do mundo, também em nosso Brasil os fracassos matrimoniais continuam crescendo. Eu me chamo Maria Marta, ele é Manoel Angelo. Estamos casados há 34 anos e já somos avós. Como médicos e psicoterapeutas familiares, encontramos muitas famílias, havendo nos conflitos dos casais uma acentuação maior na dificuldade de perdoar e aceitar o perdão, no entanto, em vários casos temos reencontrado o desejo e a vontade de construir uma nova união, algo duradouro, também para os filhos que nascem da nova união. Alguns destes, que se casaram outra vez, queriam se aproximar novamente da Igreja, mas quando percebem que para eles são recusados os sacramentos, a desilusão é grande. Eles se sentem excluídos, marcados por uma sentença inapelável. Estes grandes sofrimentos ferem profundamente os que estão envolvidos; são traumas que também se tornam parte do mundo e, também, são feridas nossas, de toda a humanidade. Santo Padre, sabemos que estas situações e que estas pessoas estão muito presentes no coração da Igreja. Quais palavras e que sinais de esperança podemos lhes dar?
Queridos amigos, obrigado pelo trabalho de psicoterapeutas das famílias, algo muito necessário! Obrigado por tudo o que realizam para ajudar estas pessoas sofredoras! Na realidade, este problema dos divorciados, e dos casais em segunda união, é um dos grandes sofrimentos da Igreja atual. E não temos receitas simples. O sofrimento é grande, e podemos ajudar as paróquias e os indivíduos para que auxiliem estas pessoas a suportarem o sofrimento deste divórcio.
Seria muito importante, naturalmente, a prevenção, ou seja, desde o início aprofundar o namoro para uma decisão profunda e madura. Além disso, é importante o acompanhamento durante o matrimônio, para que jamais as famílias estejam sozinhas, mas que sejam realmente acompanhadas em seu caminho.
Depois, em relação a estas pessoas, devemos dizer – tal como você disse – que a Igreja as ama, mas que elas precisam ver e sentir este amor. Parece-me uma grande tarefa para uma paróquia, para uma comunidade católica, fazer realmente o possível para que essas pessoas sintam que são amadas e aceitas, e que não estão “fora”, embora não possam receber a absolvição e a Eucaristia: devem perceber que assim, também, vivem plenamente na Igreja.
Quando não é possível a absolvição na confissão, um contato permanente com um sacerdote ou com um diretor espiritual é muito importante para que estas pessoas possam ver que são acompanhadas e guiadas. Também é muito importante que elas sintam que a Eucaristia é verdadeira e participada, se entram realmente em comunhão com o Corpo de Cristo. Mesmo quando não haja uma recepção “corporal” do sacramento, podemos estar espiritualmente unidos a Cristo em seu corpo.
É importante tornar isto compreensível. Que as pessoas realmente encontrem a possibilidade de viver uma vida de fé, com a Palavra de Deus e com a comunhão da Igreja, e que possam ver que seu sofrimento é um dom para a Igreja, porque servem assim a todos, também para defender a estabilidade do amor e do matrimônio; e que este sofrimento não é somente físico e psíquico, mas é também um sofrer na comunidade da Igreja, pelos grandes valores de nossa fé. Penso que o sofrimento, se realmente é aceito interiormente, é um dom para a Igreja. As pessoas devem saber que, assim, servem a Igreja, estão no coração da Igreja. Obrigado pelo esforço de vocês!
xxx
jbpsverdade: Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de
divórcio. Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher,
a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo
aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério. (Mt 5, 31-32);
Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas
sim para levá-los à perfeição. Pois em verdade vos digo: passará o
céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos
homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os
ensinar será declarado grande no Reino dos céus. (Mt 5, 17-19)
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