domingo, 21 de julho de 2013

Diferença de culto (latria, dulia e hiperdulia)

[afeexplicada] 
18 jul 2013
 
Alguns protestantes  confundem o culto que os católicos tributam aos santos com o culto que  se deve a Deus. Para introduzir o assunto da intercessão dos santos é  necessário esclarecer a diferença que existe entre os cultos de “dulia”,  “hiperdulia” e “latria”.
Em grego, o termo “douleuo” significa “honrar” e não “adorar”.
No sentido verbal, adorar (ad orare) significa simplesmente orar ou reverenciar a alguém.
A Sagrada Escritura usa o termo “adorar” em várias acepções, tanto no  sentido de douleuo como de latreuo, como demonstrarei através da  “Vulgata”, Bíblia católica original e escrita em latim. “Tu adorarás o teu Deus” (Mt 4, 10) “Abraão, levantando os olhos, viu três varões em pé, junto a ele. Tanto  que ele os viu, correu da porta da tenda a recebê-los e prostrando em  terra os adorou” (Gn. 18,2).
Eis os dois sentidos bem indicados  pela própria Bíblia: adoração suprema, devida só a Deus; adoração de  reverência, devida a outras pessoas.
A Igreja católica, no seu ensino teológico, determina tudo isso com uma exatidão matemática. A adoração, do lado de seu objeto, divide-se em três classes de culto: 1. culto de latria (grego: “latreuo”) quer dizer adorar – É o culto reservado a Deus
2. culto de dulia (grego: “douleuo”) quer dizer honrar. 3. culto de hiperdulia (grego: hyper, acima de; douleuo, honra) ou acima do culto de honra, sem atingir o culto de adoração.
A latria é o culto que se deve somente a Deus e consiste em reconhecer  nele a divindade, prestando uma homenagem absoluta e suprema, como  criador e redentor dos homens. Ou seja, reconhecer que ele é o Senhor de  todas as coisas e criador de todos nós, etc.
O culto de dulia é especial aos santos, como sendo amigos de Deus.
O culto de hiperdulia é o culto especial devido a Maria Santíssima, como Mãe de Deus.
Alguns  protestantes protestam dizendo que toda a “inclinação”, “genuflexão”,  etc, é um ato eminentemente de “adoração”, só devido à Deus. Já  demonstramos, com o trecho do Gênesis, que isso não procede. Todavia,  para deixar mais claro o problema, devemos recordar que o culto de  “latria” (ou de “dulia”) é um ato interno da alma.
A adoração é,  eminentemente, um ato interior do homem, que pode se manifestar de  formas variadas, conforme as circunstâncias e as disposições de alma de  cada um.
Os atos exteriores – como genuflexão, inclinação, etc -,  são classificados tendo em vista o “objeto” a que se destinam. Se é aos  santos que se presta a inclinação, é claro que se trata de um culto de  dulia. Se é a Deus, o culto é de latria.
Aliás, a inclinação pode ser  até um ato de agressão, como no caso dos soldados de Pilatos que,  zombando de Nosso Senhor, “lhe cuspiram no rosto e, prostrando-se de  joelhos, o adoraram” (Mc 15, 19). A objeção protestante, dessa forma,  cai por terra. Ou eles teriam que afirmar que havia uma “adoração” por  parte dos soldados de Pilatos, o que é absurdo! Eles simulavam uma  adoração (ou veneração ao “Rei dos Judeus), através de atos exteriores,  mas seu desejo era de zombaria.

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