De autoria do Pe. Jaime Tovar Patrón, este artigo circula a
internet e o mundo Católico que aspira à santidade. E sua mensagem é tão
clara que funciona como apelo para que se espalhe mais e mais, por
isso, não poderia deixar de introduzir neste blog.. É uma justiça que
fazemos não só a memória deste padre (falecido em 2004), mas também à
todos aqueles que zelaram por sua vida religiosa com a Batina.
Sete excelências da batina
Pe. Jaime Tovar Patrón *
1ª — Recordação constante do sacerdócio.
Certamente que, uma vez recebida a ordem
sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca faz mal:
algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal
ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina,
não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer
neutro, o traje o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se chega
a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E
logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando
exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se
despreza a categoria ou classe que este representa.
2ª — Desperta o sentido do sobrenatural e evita os devastadores efeitos da dessacralização.
Não resta dúvida de que os símbolos nos
rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias, uniformes… Um
dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um guardião, é
necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença
influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso,
segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos.
Uma batina sempre suscita algo nos que nos
rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem
sequer abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem
a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz
arrependimento.
As relações da alma com Deus não são
exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não pisa na Igreja. Para
estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo do
que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestindo sua batina?
Os fiéis tem lamentado a dessacralização e
seus devastadores efeitos. Os modernistas clamam contra o suposto
triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as
tradições de sempre e depois se queixam de seminários vazios, de falta
de vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há dúvidas: o
“desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização.
3ª — É de grande utilidade para os fiéis.
O sacerdote o é não só quando está no templo
administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O
sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma
entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que o
auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem reconhecer o sacerdote
entre as demais pessoas, se este leva um sinal externo. Aquele que
deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado
como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho de sua missão.
4ª — Serve para preservar dos perigos do mundanismo.
A quantas coisas se atreveriam os clérigos e
religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência, que era somente
teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo,
S.I., é hoje uma terrível realidade.
Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar
em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém
pouco a pouco se tem ido cada vez a mais.
Os modernistas querem nos fazer crer que a
batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo.
Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De
tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o
mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os
outros.
Deve-se reconhecer que a batina fortalece a
vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os
que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do
Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia
anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.
5ª — É de grande utilidade o prestígio da veste religiosa.
O povo cristão vê no sacerdote o homem de
Deus, que não busca o próprio bem particular senão o de seus
paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre
que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições,
dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem
diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão
que pede para seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente
ligado a alguns hábitos. Este prestígio da batina se tem acumulado à
base de tempo, de sacrifícios, de abnegação. E agora, se desprendem dela
como se se tratasse de um estorvo?
6ª — Impõe a modéstia no vestir.
A Igreja preservou sempre seus sacerdotes do
vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um hábito
singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o
pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os
arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas
distinções não adornam a pessoa senão o ministro de Deus para que dê
realce às cerimônias sagradas da Igreja.
Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade
persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do
pano, dos tecidos, cores, etc. Já não está todo coberto e justificado
pelo humilde hábito religioso, ao se colocar no nível do mundo, este o
sacudirá, à mercê de seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e
sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto
pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.
7ª — Facilita a prática das virtudes e a compenetração de sua missão sagrada.
Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio
de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da obediência e da
abnegação do Salvador. A batina o ajuda a praticar a pobreza, a
humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo
das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o
sacerdote de seu importante papel e sua missão sagrada, ou confundirá
seu traje e sua vida com a do mundo.
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