12 de agosto de 2014
Reportagem de Felipe Iturrieta
SANTIAGO (Reuters) - A
Igreja Católica do Chile confirmou nesta terça-feira que um padre participou da entrega para adoção de dois bebês sem o conhecimento das
suas mães e que, inclusive, manteve uma "relação inapropriada" com uma
delas.
Gerardo Joannon (foto), também é investigado judicialmente por entregar
ilegalmente nas décadas de 1970 e 1980 um número indeterminado de
menores a outras famílias nascidos de mães solteiras, que eram avisadas
de que seus filhos recém nascidos haviam morrido.
"A investigação prévia estabeleceu a credibilidade das
acusações... sempre se soube que os dois bebês não morreram após
nascerem", disse em entrevista coletiva o superior provincial da
Congregação dos Sagrados Corações, Álex Vigueras, encarregado de
divulgar o resultado da investigação.
Além disso, o inquérito da instituição religiosa revelou que
Joannon manteve por anos uma "relação inapropriada" com a mãe de um dos
bebês entregues para adoção.
"Essa relação foi importante para que o padre Gerardo interviesse ativamente neste processo de adoção", afirmou Vigueras.
O padre, inclusive, celebrou durante anos missas fúnebres sabendo que os menores não estavam mortos, acrescentou o superior.
Em maio, o padre Joannon compareceu diante da brigada de
direitos humanos da polícia investigativa na capital chilena, onde foi
interrogado na qualidade de réu.
Inicialmente, Joannon foi ligado aos dois casos de adoções
irregulares investigados pela Igreja, mas o serviço de assistência a
menores do Chile apresentou pelo menos oito casos à promotoria.
Vigueras garantiu que os crimes canônicos estão prescritos e,
portanto, não cabe iniciar um processo eclesiástico nem a aplicação de
punições.
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