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2015-05-16
Rádio Vaticana
Cidade
do Vaticano (RV) – O Papa recebeu em audiência no final da manhã deste
sábado, (16/5), na Sala Paulo VI, no Vaticano numerosos religiosos e
religiosas da Diocese de Roma, no âmbito do Ano dedicado à Vida
Consagrada. Francisco exaltou a presença feminina na Igreja ao afirmar
que "a mulher consagrada é o rosto de Maria e da Mãe Igreja". A
reportagem é de Manuel Tavares.
O Encontro com o Papa foi dividido em
duas partes: na primeira, os presentes fizeram uma verdadeira festa,
com orações e cantos, que refletem a realidade vivaz da vida consagrada
na Cidade Eterna, como também momentos de reflexão sobre a “missão dos
consagrados na Igreja”, mediante exibições de grupos, provenientes de
diversas partes do mundo.
Encontro com o Papa
A segunda parte foi caracterizada
pela presença do Bispo de Roma. Após a saudação do Cardeal Agostino
Vallini, Vigário do Papa para a Diocese de Roma, o Santo Padre ouviu
depoimentos de alguns participantes, que apresentaram suas experiências
pessoais e lhe fizeram perguntas sobre seu estado de vida consagrada.
Testemunho
Uma monja agostiniana, Irmã Fulvia,
que representava um dos 28 Mosteiros de clausura da Capital italiana,
disse ao Papa que “os mosteiros vivem um delicado equilíbrio entre
“escondimento e visibilidade”, clausura e vida diocesana, silêncio,
oração e palavra anunciada. E perguntou: “Como um mosteiro pode ser
enriquecido por outras formas de vida consagrada, mantendo sua
identidade própria?
O Papa lhe respondeu colocando em
realce a vida de silêncio e de oração em relação à vida apostólica: uma
pessoa consagrada deve fazer tudo com o sorriso nos lábios, acolhendo o
irmão que bate à porta das nossas comunidades. “Quem acolhe um deste
meus irmãos mais pequeninos, a mim acolhe”! A vida consagrada é uma
doação pessoal a Deus e aos irmãos. Cristo é o nosso Esposo e o servimos
mediante o nosso carisma religioso”.
Sacerdote da periferia de Roma
Um capelão do Instituto de Menores,
de um bairro da periferia de Roma, em Casal del Marmo, que o Santo Padre
teve a ocasião de visitar, perguntou a Francisco: “Como os sacerdotes,
as religiosas, os movimentos eclesiais podem caminhar juntos em uma
realidade diocesana?”
Francisco respondeu que não se pode
viver uma vida consagrada sem uma dimensão alegre e festiva. Não se deve
ser rígidos, com disciplina severa, que também é importante, mas em um
coração jamais deve faltar a alegria de servir ao Senhor. Até a própria
liturgia eucarística tem sua dimensão de júbilo, em memória da
ressurreição do Senhor.
Por outro lado, o Papa recordou que
na pastoral “não deve haver concorrência entre paróquias, entre
Congregações. Na diocese deve reinar a harmonia e o diálogo, que somente
o Pastor local pode proporcionar”.
Padre Caetano, Capuchino, 68 anos
Após apresentar sua experiência
pessoal e religiosa, o sacerdote perguntou a Francisco: “Como valorizar a
presença feminina, sobretudo de uma consagrada, na Igreja?” e o Papa
respondeu:
“A vida consagrada é um dom, um dom
de Deus. Vocês falam de profecia. De fato, ela é um dom de profecia. É
Deus que está presente. Deus quer estar presente com um dom, um dom
gratuito”
Formação
A vocação, frisou o Pontífice, é um
dom gratuito, mas nem sempre este dom é apreciado e valorizado na sua
identidade e na sua especificidade. Toda pessoa consagrada deve ser
acompanhada na sua formação por um diretor espiritual. Mas, a direção
espiritual não deve ser feita apenas por sacerdotes. Este carisma pode
ser exercido também por leigos, naturalmente formados, ponderados,
equilibrados.
Presença feminina na Igreja
Após fazer esta introdução, o Santo
Padre entrou no cerne da questão, respondendo ao sacerdote capuchinho,
dizendo: “É verdade, a vida consagrada é representada por 80% da
presença feminina na Igreja. A mulher consagrada é o rosto de Maria e da
Mãe Igreja. Ela oferece um acompanhamento terno e materno sobretudo aos
enfermos e mais necessitados da nossa sociedade. O papel da mulher na
Igreja representa a profunda expressão do gênio feminino!” (MT)
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