[unisinos]
O grupo de trabalho de prelados falantes do idioma alemão no
Sínodo dos Bispos em curso apresentou uma proposta em que certos
católicos divorciados e recasados possam participar da Sagrada Comunhão
na Igreja.
Os prelados apresentaram a sugestão na quarta-feira (21 de out.) com a
divulgação do relatório de seu grupo de discussão no Sínodo.
A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada por National Catholic Reporter, 22-1-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
No texto, os bispos sugerem que a Igreja possa usar o chamado “foro
interno” para autorizar algumas pessoas recasadas a participarem da
Eucaristia numa base individual, caso a caso, após buscar orientação,
aconselhamento e, então, permissão dos sacerdotes ou bispos.
O grupo falante de alemão, que notavelmente inclui um leque diverso
de intelectuais, afirma que os integrantes estão apresentando a sua
proposta de forma unânime.
Entre os que participam do grupo estão os cardeais alemães Walter Kasper, quem originalmente propôs a ideia de um “caminho penitencial” aos divorciados e recasados; e Gerhard Müller, presidente da Congregação para a Doutrina da Fé – CDF, conhecido por ter se oposto anteriormente a esta ideia.
Na coordenação do grupo estão o cardeal australiano Christoph Schönborn e o arcebispo alemão Heiner Koch.
A seguir, apresentamos uma tradução dos trechos relevantes presentes
no relatório do grupo. O texto original, em alemão, encontra-se
disponível no sítio do Vaticano.
***
É fato amplamente conhecido que, nas duas sessões do Sínodo
Episcopal, houve uma disputa intensa a respeito de se – e até que ponto –
os fiéis divorciados e recasados desejosos de participar na vida da
Igreja podem receber os Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia sob
certas condições.
Os debates mostraram que inexistem soluções simples ou gerais. Nós,
os bispos, vivenciamos as tensões relacionadas com esta questão tanto
quanto muitos dos nossos fiéis, cujas preocupações e esperanças,
conselhos e expectativas nos acompanharam ao longo de todas as nossas
consultas.
Os debates claramente mostraram que certos esclarecimentos e um
estudo em profundidade eram necessários no intuito de um maior
aprofundamento na complexidade destas questões à luz do Evangelho, do
ensino católico e com o dom do discernimento.
Podemos, é claro, nomear certos critérios que ajudam a fazer uma diferenciação. O Papa São João Paulo II afirma o primeiro critério em [sua encíclica de 1981] Familiaris Consortio, parágrafo 84:
Saibam os pastores que, por amor à verdade, estão obrigados a
discernir bem as situações. Há, na realidade, diferença entre aqueles
que sinceramente se esforçam por salvar o primeiro matrimônio e foram
injustamente abandonados e aqueles que por sua grave culpa destruíram um
matrimônio canonicamente válido. Há ainda aqueles que contraíram uma
segunda união em vista da educação dos filhos, e, às vezes, estão
subjetivamente certos em consciência de que o precedente matrimônio
irreparavelmente destruído nunca tinha sido válido.
Uma das tarefas do pastor é, portanto, acompanhar a pessoa preocupada
no caminho em direção a esta diferenciação. Ao assim proceder, será
útil proceder juntos em um exame honesto de consciência e dar passos de
reflexão e arrependimento.
Dessa forma, os fiéis divorciados e recasados deveriam se perguntar
como eles trataram os seus filhos durante a crise matrimonial. Houve
tentativas de reconciliação? Qual a situação do parceiro abandonado? Que
consequências a nova união trouxe no que diz respeito à família
estendida e a comunidade de fé? Que exemplo esta situação dá aos membros
mais jovens que estão considerando o matrimônio?
Uma reflexão honesta pode fortalecer a confiança na misericórdia
divina, a qual não é negada a ninguém que traga o seu fracasso e a sua
necessidade diante de Deus.
Em vista da situação objetiva nas conversas com o confessor, um tal
caminho de reflexão e arrependimento pode, no foro interior, contribuir
no sentido da formação de consciência e do esclarecimento sobre se a
admissão aos Sacramentos é possível.
Segundo as palavras de São Paulo, as quais se aplicam a todos os que
se aproximam da mesa do Senhor, todos devem examinar a si mesmos:
“Portanto, cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e
beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo,
come e bebe a própria condenação” (Coríntios 11, 28-31).
Assim como com os procedimentos para as duas primeiras partes do
Instrumentum Laboris, os procedimentos da terceira parte foram
desenvolvidos num bom espírito sinodal e aprovados por unanimidade.
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jbpsverdade: O artigo acima fala de comunhão a casados de segunda união, ou seja, aos divorciados. A Igreja reconhece que o divórcio é pecado, quem definiu foi justamente a Cabeção do Corpo, isto é, Cristo.
Segundo as palavras de São Paulo, as quais se aplicam a todos os que
se aproximam da mesa do Senhor, todos devem examinar a si mesmos:
“Portanto, cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e
beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo,
come e bebe a própria condenação” (Coríntios 11, 28-31), na mesma carta, ele escreve: Aos casados mando (não eu, mas o Senhor) que a mulher não se separe do marido. E,
se ela estiver separada, que fique sem se casar, ou que se reconcilie
com seu marido. Igualmente, o marido não repudie sua mulher. (I Cor 7, 10s), veja que ele diz... mando, não eu, mas o Senhor. Ora a Igreja deve seguir o mesmo exemplo de São Paulo e não querer fazer algo diferente do que o Senhor (Cabeça da Igreja) manda!
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