O ex-diretor da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, nos ajuda a redescobrir a “Comunhão espiritual” em meio à emergência da pandemia e ao jejum do “pão quotidiano” eucarístico: “é necessário muito empenho e também tempo para entender que o ato físico de receber a hóstia santa é importantíssimo, mas não o único e indispensável para se unir a Jesus e ao seu corpo que é a Igreja”.
Papa Francisco, durante a missa diária da Santa Marta, convida fiéis a fazer a "Comunhão espiritual" (Vatican Media) |
Por Andressa Collet
O Pe. Federico Lombardi, ex-diretor da Rádio Vaticano e presidente da
Fundação Vaticana Joseph Ratzinger – Bento XVI, na segunda parte do
Diário da Crise, aprofunda a reflexão sobre o tema da “Comunhão
espiritual” que tem sido redescoberta em meio à emergência da pandemia
do coronavírus. E Pe. Lombardi começa subitamente lembrando da infância e
das aulas de catequese, quando afirma:
“Quando nós, que agora somos velhos, éramos crianças, frequentemente na catequese nos falavam da ‘Comunhão espiritual’. Nos diziam que podíamos nos unir espiritualmente a Jesus que se oferece sobre o altar, mesmo se não fazíamos a comunhão sacramental recebendo fisicamente a hóstia consagrada. A ‘Comunhão espiritual’ era uma prática religiosa que pretendia nos fazer sentir unidos de maneira mais contínua a Jesus, não somente quando recebíamos a Comunhão durante a missa, mas também em outros lugares ou momentos. Não era uma alternativa à Comunhão sacramental, mas, de certa forma, era uma continuação e uma preparação, nas visitas ao Santíssimo Sacramento ou em outros tempos de oração. Depois, praticamente não ouvimos mais falar sobre isso por decênios.”
“Quando nós, que agora somos velhos, éramos crianças, frequentemente na catequese nos falavam da ‘Comunhão espiritual’. Nos diziam que podíamos nos unir espiritualmente a Jesus que se oferece sobre o altar, mesmo se não fazíamos a comunhão sacramental recebendo fisicamente a hóstia consagrada. A ‘Comunhão espiritual’ era uma prática religiosa que pretendia nos fazer sentir unidos de maneira mais contínua a Jesus, não somente quando recebíamos a Comunhão durante a missa, mas também em outros lugares ou momentos. Não era uma alternativa à Comunhão sacramental, mas, de certa forma, era uma continuação e uma preparação, nas visitas ao Santíssimo Sacramento ou em outros tempos de oração. Depois, praticamente não ouvimos mais falar sobre isso por decênios.”
A Comunhão espiritual na JMJ de Madri
Apenas uma parte dos 2 milhões de jovens da missa conclusiva da JMJ conseguiram fazer a Comunhão sacramental |
O Pe. Lombardi, então, revela que começou a pensar com insistência
sobre o assunto durante a Jornada Mundial da Juventude de 2011, em
Madri. Naquela oportunidade, uma tempestade destruiu parte das tendas
onde tinham sido preparadas as partículas consagradas para a comunhão de
quase 2 milhões de jovens da missa conclusiva da JMJ do dia seguinte.
Dessa forma, explica o ex-diretor da Rádio Vaticano, apenas uma parte
dos jovens presentes na celebração presidida pelo Papa pôde fazer a
Comunhão sacramental, “porque faltavam as hóstias”.
A própria Igreja, acrescenta o ex-diretor, de maneira realmente excepcional, aceitou impor aos fiéis esse jejum, como sinal de solidariedade e participação às medidas de restrição impostas em várias partes do mundo por causa da pandemia do Covid-19. O Pe. Lombardi então finaliza a segunda parte do Diário da Crise com uma reflexão:
A Comunhão Espiritual na Santa Marta
O momento se repete agora, quando o Papa Francisco, durante a missa diária da Santa Marta “exorta os fiéis que rezam com ele sem estar fisicamente presentes a fazerem a ‘Comunhão espiritual’”. O Pontífice propõe uma das fórmulas tradicionais ensinadas por muito tempo, no passado, por bons mestres espirituais do povo cristão, afirma o Pe. Lombardi, “fórmulas que eram familiares a muitas das nossas mães e das nossas avós, aquelas que frequentemente ou diariamente iam a missa cedo da manhã, mas que sabiam também se manter em união com Deus, da sua maneira, durante as ocupações do dia”.A Comunhão e o ato piedoso de desejo
A “Comunhão espiritual”, também recorda o ex-diretor, quando não se pode receber aquela sacramental, também é chamada de “Comunhão de desejo”, ao “desejar que a própria vida seja unida a Jesus, em especial, ao seu sacrificar-se por nós na Cruz”. O Pe. Lombardi acredita que, neste longo tempo de jejum eucarístico obrigatório, muitas pessoas que estavam acostumadas a fazer a Comunhão sacramental sentiram ainda mais a falta do “pão quotidiano” eucarístico.A própria Igreja, acrescenta o ex-diretor, de maneira realmente excepcional, aceitou impor aos fiéis esse jejum, como sinal de solidariedade e participação às medidas de restrição impostas em várias partes do mundo por causa da pandemia do Covid-19. O Pe. Lombardi então finaliza a segunda parte do Diário da Crise com uma reflexão:
Fonte - vaticannews
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