sexta-feira, 26 de junho de 2020

O Papa aprova um novo guia para transmitir catequese

É a terceira vez que é atualizado desde o Concílio Vaticano II.




Esta manhã, a conferência de imprensa para apresentar o novo Diretório de Catequese, redigida pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, ocorreu no Salão Stampa da Santa Sé.

Rino Fisichella, presidente do dicastério, Octavio Ruiz Arenas, secretário e delegado Franz-Peter Tebartz-van Elst. Oferecemos a intervenção de Fisichella, publicada em espanhol pelo Gabinete de Imprensa da Santa Sé.

A publicação de um Diretório de Catequese representa um evento feliz para a vida da Igreja. De fato, para aqueles que se dedicam ao grande compromisso da catequese, isso pode ser uma provocação positiva, pois permite experimentar a dinâmica do movimento catequético que sempre teve uma presença significativa na vida da comunidade cristã. O Diretório de Catequese é um documento da Santa Sé confiado a toda a Igreja. Demorou muito tempo e esforço e conclui uma ampla consulta internacional. É dirigido, em primeiro lugar, aos bispos, os primeiros catequistas do povo de Deus, porque são os primeiros responsáveis ​​pela transmissão da fé (cf. n. 114). Juntamente com eles estão envolvidas as Conferências Episcopais, com suas respectivas Comissões de Catequese,compartilhar e desenvolver um projeto nacional esperado que apóie o caminho de cada diocese (cf. n. 413). Os que estão mais diretamente envolvidos no uso do Diretório, no entanto, continuam sendo sacerdotes, diáconos, pessoas consagradas e os milhões de catequistas que diariamente oferecem seu ministério nas diferentes comunidades livremente, com fadiga e esperança. A dedicação com que trabalham, especialmente em um momento de transição cultural como esse, é o sinal tangível de como o encontro com o Senhor pode transformar um catequista em um genuíno evangelizador.e os milhões de catequistas que diariamente oferecem seu ministério nas diferentes comunidades com gratuidade, fadiga e esperança. A dedicação com que trabalham, especialmente em um momento de transição cultural como esse, é o sinal tangível de como o encontro com o Senhor pode transformar um catequista em um genuíno evangelizador.e os milhões de catequistas que diariamente oferecem seu ministério nas diferentes comunidades com gratuidade, fadiga e esperança. A dedicação com que trabalham, especialmente em um momento de transição cultural como esse, é o sinal tangível de como o encontro com o Senhor pode transformar um catequista em um genuíno evangelizador.

Começando com o Concílio Vaticano II, o que apresentamos hoje é o terceiro Diretório. O primeiro de 1971, o Diretório Geral de Catequese, e o segundo de 1997, o Diretório Geral de Catequese, marcaram esses últimos cinquenta anos da história da catequese. Esses textos tiveram um papel fundamental. Eles têm sido uma ajuda importante para dar um passo decisivo no caminho catequético, principalmente renovando a metodologia e a instância pedagógica. O processo de inculturação que caracteriza particularmente a catequese e que, especialmente em nossos dias, exige atenção muito particular, exigiu a composição de um novo Diretório.

A Igreja enfrenta um grande desafio que se concentra na nova cultura em que se encontra, a digital. Concentrar a atenção em um fenômeno imposto como global, força aqueles que têm a responsabilidade de treinar a não deturpar. Ao contrário do passado, quando a cultura era limitada ao contexto geográfico, a cultura digital tem um valor que é afetado pela globalização em andamento e determina seu desenvolvimento. Os instrumentos criados nesta década manifestam uma transformação radical de comportamentos que afetam, sobretudo, a formação de identidade pessoal e relações interpessoais. A velocidade com que a linguagem muda e, com ela, as relações comportamentais,sugere um novo modelo de comunicação e formação que inevitavelmente também afeta a Igreja no complexo mundo da educação. A presença das diversas expressões eclesiais no vasto mundo da Internet é certamente um fato positivo, mas a cultura digital vai muito além. Ela toca na raiz a questão antropológica, decisiva em todos os contextos formativos, principalmente em relação à verdade e à liberdade. Ao fazer essa pergunta, é necessário verificar a adequação da proposta de treinamento, independentemente de sua origem. De qualquer forma, torna-se um confronto essencial para a Igreja em virtude de sua "competência" sobre o homem e sua reivindicação à verdade.A presença das diversas expressões eclesiais no vasto mundo da Internet é certamente um fato positivo, mas a cultura digital vai muito além. Ela toca na raiz a questão antropológica, decisiva em todos os contextos formativos, principalmente em relação à verdade e à liberdade. Ao fazer essa pergunta, é necessário verificar a adequação da proposta de treinamento, independentemente de sua origem. De qualquer forma, torna-se um confronto essencial para a Igreja em virtude de sua "competência" sobre o homem e sua reivindicação à verdade.A presença das diversas expressões eclesiais no vasto mundo da Internet é certamente um fato positivo, mas a cultura digital vai muito além. Ela toca na raiz a questão antropológica, decisiva em todos os contextos formativos, principalmente em relação à verdade e à liberdade. Ao fazer essa pergunta, é necessário verificar a adequação da proposta de treinamento, independentemente de sua origem. De qualquer forma, torna-se um confronto essencial para a Igreja em virtude de sua "competência" sobre o homem e sua reivindicação à verdade.torna necessário verificar a adequação da proposta de treinamento, independentemente de sua origem. De qualquer forma, torna-se um confronto essencial para a Igreja em virtude de sua "competência" sobre o homem e sua reivindicação à verdade.torna necessário verificar a adequação da proposta de treinamento, independentemente de sua origem. De qualquer forma, torna-se um confronto essencial para a Igreja em virtude de sua "competência" sobre o homem e sua reivindicação à verdade.

Talvez, apenas para essa premissa, fosse necessário um novo diretório de catequese. Na era digital, vinte anos são comparáveis, sem exageros, a pelo menos meio século. Daí deriva o requisito de escrever um Diretório que leve em consideração com grande realismo a novidade que está surgindo, com a intenção de propor uma leitura que envolva catequese. Por esse motivo, o Diretório não apenas apresenta os problemas inerentes à cultura digital, mas também sugere quais caminhos seguir para que a catequese se torne uma proposta que encontre o interlocutor em posição de entendê-lo e ver sua adequação ao próprio mundo.

Contudo, há mais uma razão teológica e eclesial que levou à redação deste Diretório. O convite para viver cada vez mais a dimensão sinodal, os últimos sínodos que a Igreja viveu não pode ser esquecido. Em 2005, a Eucaristia, fonte e cume da vida e missão da Igreja; em 2008, a Palavra de Deus na vida e missão da Igreja; em 2015 a vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo; em 2018 Juventude, fé e discernimento vocacional. Como pode ser visto, há constantes em todas essas assembléias que abordam estreitamente o assunto da evangelização e catequese, como pode ser verificado nos documentos que as seguiram. Mais concretamente,É necessário referir dois eventos que marcam de maneira complementar a história desta última década em relação à catequese: o Sínodo sobre a Nova Evangelização e a transmissão da fé em 2012, com a consequente Exortação Apostólica do Papa Francisco Evangelii gaudium e o vigésimo quinto aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica, ambos diretamente da competência do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

A evangelização ocupa o lugar principal na vida da Igreja e no ensino diário do Papa Francisco. Não poderia ser de outra forma. A evangelização é a tarefa que o Senhor ressuscitado confiou à sua Igreja para ser a proclamação fiel de seu Evangelho no mundo de todos os tempos. Dispensar esse orçamento seria converter a comunidade cristã em uma das muitas associações meritórias, fortes durante seus dois mil anos de história, mas não a Igreja de Cristo. A perspectiva do Papa Francisco, entre outras coisas, está em forte continuidade com os ensinamentos de São Paulo VI nos Evangelii nuntiandi de 1975. Ambos fazem nada mais do que se referir à riqueza que emergiu do Vaticano II, que, no que diz respeito à catequese, encontrou seu ponto focal em Catechesis tradendae (1979) de São João Paulo II.

A catequese, portanto, deve estar intimamente ligada à obra de evangelização e não pode prescindir dela. Ele precisa assumir em si mesmo as próprias características da evangelização, sem cair na tentação de se tornar um substituto ou querer impor suas próprias premissas pedagógicas à evangelização. Nesse relacionamento, o primado pertence à evangelização, não à catequese. Isso nos permite entender por que, à luz do Evangelii gaudium, este Diretório está qualificado para apoiar uma "catequese querigmática".

O coração da catequese é o anúncio da pessoa de Jesus Cristo, que ultrapassa os limites do espaço e do tempo para se apresentar a cada geração como a novidade oferecida para alcançar o sentido da vida. Nessa perspectiva, indica-se uma nota fundamental de que a catequese deve fazer a sua própria: misericórdia. O kerygma é um anúncio da misericórdia do Pai que sai ao encontro do pecador, não mais considerado como uma pessoa excluída, mas como um convidado privilegiado no banquete da salvação que consiste no perdão dos pecados. Se desejado, é nesse contexto que a experiência do catecumenato ganha força como experiência de perdão oferecida e da nova vida de comunhão com Deus que se segue a partir daí.

A centralidade do kerygma, no entanto, deve ser entendida em um sentido qualitativo e não temporal. De fato, exige estar presente em todas as fases da catequese e em cada catequese. É o "primeiro anúncio" que é sempre feito porque Cristo é o único necessário. A fé não é algo óbvio que é recuperado em tempos de necessidade, mas um ato de liberdade que envolve toda a vida. O Diretório, portanto, endossa a centralidade do kerygma que é expressa no sentido trinitário como um compromisso de toda a Igreja. A catequese, como o Diretório expressa, é caracterizada por essa dimensão e pelas implicações que isso implica na vida das pessoas. Toda a catequese, nesse horizonte, adquire um valor peculiar, expresso no constante aprofundamento da mensagem evangélica. Catequese, em suma,seu objetivo é levar ao conhecimento do amor cristão que leva aqueles que o receberam a se tornarem discípulos evangelizadores.

O Diretório é articulado ao tocar em vários tópicos que se referem apenas ao objetivo subjacente. Uma primeira dimensão é a mistagogia, apresentada através de dois elementos complementares: primeiro, uma apreciação renovada dos sinais litúrgicos da iniciação cristã; além disso, o amadurecimento progressivo do processo de treinamento em que toda a comunidade está envolvida. A mistagogia é um caminho privilegiado a seguir, mas não é opcional no itinerário catequético, permanece um momento obrigatório porque se insere cada vez mais no mistério que é criado e comemorado. É a consciência da primazia do mistério que leva a catequese a não isolar o kerygma de seu contexto natural. A proclamação da fé é sempre a proclamação do mistério do amor de Deus que se torna homem para nossa salvação.A resposta não pode ser outra que não a aceitação do mistério de Cristo em si mesmo, para que ele possa esclarecer o mistério de sua própria experiência pessoal (cf. GS 22).

Outra novidade do Diretório é o elo entre evangelização e catecumenato em seus vários significados (cf. n.62). É urgente realizar uma “conversão pastoral” para libertar a catequese de certos laços que a impedem de ser eficaz. O primeiro pode ser identificado com o esquema da escola, segundo o qual a catequese da iniciação cristã é vivida no paradigma da escola. O catequista substitui o professor, a sala de aula da escola é substituída pela do catecismo, o calendário escolar é idêntico ao da catequese ... O segundo é a mentalidade segundo a qual a catequese é feita para receber um sacramento. É óbvio que, uma vez terminada a Iniciação, um vazio é criado para a catequese. A terceira é a instrumentalização do sacramento pela pastoral,assim, os tempos da Confirmação são estabelecidos pela estratégia pastoral de não perder o pequeno rebanho de jovens que permanece na paróquia e não pelo significado que o sacramento tem em si na economia da vida cristã.

O Papa Francisco escreveu que “Anunciar a Cristo significa mostrar" que acreditar nele e segui-lo não é apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de encher a vida com um novo esplendor e profunda alegria, mesmo no meio das provações. Nesta linha, todas as expressões da verdadeira beleza podem ser reconhecidas como um caminho que ajuda a encontrar o Senhor Jesus... Então torna-se necessário que a formação na via pulchritudinis seja inserida na transmissão da fé (EG 167). Uma nota de particular valor inovador para a catequese pode ser expressa por meio da beleza, sobretudo para nos permitir descobrir a grande herança de arte, literatura e música que cada Igreja local possui. Nesse sentido, é compreensível que o Diretório tenha colocado o caminho da beleza como uma das "fontes" da catequese (cf.nn. 106-109).

Uma dimensão final oferecida pelo Diretório é ajudar a entrar progressivamente no mistério da fé. Esta conotação não pode ser delegada a uma única dimensão de fé ou catequese. A teologia investiga o mistério revelado com os instrumentos da razão. A liturgia celebra e evoca o mistério da vida sacramental. A caridade reconhece o mistério do irmão que estende a mão. A catequese, da mesma forma, gradualmente nos introduz a abraçar e viver o mistério globalmente em nossa existência diária. O Diretório aprova essa visão quando pede para expressar uma catequese que saiba como se encarregar de manter o mistério unido, mesmo que o articule nas várias fases da expressão. O mistério, quando capturado em sua realidade mais profunda, requer silêncio.Uma verdadeira catequese nunca será tentada a contar tudo sobre o mistério de Deus. Pelo contrário, ela deve introduzir o caminho da contemplação do mistério, fazendo do silêncio sua conquista.

Portanto, o Diretório apresenta a catequese querigmática não como uma teoria abstrata, mas como um instrumento com um forte valor existencial. Essa catequese encontra seu ponto de apoio no encontro que permite experimentar a presença de Deus na vida de cada um. Um Deus próximo que ama e segue os eventos de nossa história porque é diretamente comprometido pela encarnação do Filho. A catequese deve envolver todos, catequistas e catequistas, na experiência dessa presença e nos sentir envolvidos no trabalho da misericórdia. Em suma, uma catequese desse tipo revela que a fé é realmente o encontro com uma pessoa antes de ser uma proposta moral, e que o cristianismo não é uma religião do passado, mas um evento do presente.Uma experiência como essa favorece a compreensão da liberdade pessoal, porque acaba sendo fruto da descoberta de uma verdade que a liberta (cf. Jo 8, 31).

A catequese que dá primazia ao kerygma é contrária a qualquer imposição, mesmo se fosse a evidência que não permite rotas de fuga. A escolha da fé, de fato, antes de considerar o conteúdo ao qual aderir com o próprio consentimento, é um ato de liberdade porque é descoberta amada. Nesse contexto, é bom considerar cuidadosamente o que o Diretório propõe em relação à importância do ato de fé em sua dupla articulação (cf. n. 18). Durante muito tempo, a catequese concentrou seus esforços em tornar conhecidos os conteúdos da fé e com que pedagogia os transmitir, infelizmente deixando de lado o momento mais decisivo: o ato de escolher a fé e dar o seu consentimento.

Esperamos que este novo Diretório de Catequese possa ser de real ajuda e apoio à renovação da catequese no único processo de evangelização que a Igreja não se cansa de realizar há dois mil anos, para que o mundo possa encontrar Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, fez o homem para nossa salvação.


Fonte - infovaticana


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