sexta-feira, 16 de outubro de 2020

“Senhor, não me abandone, eu confio em Ti”

Sua história é um exemplo maravilhoso de que é possível uma conversão sincera, um arrependimento verdadeiro e de que, mesmo tendo-se cometido pecados graves, uma pessoa pode vir a se santificar pela confiança em Deus, pelo reconhecimento da infinita misericórdia divina, pela humildade, pela oração, pela contrição perfeita de seus pecados e pelo oferecimento a Deus de todas as suas penas e sofrimentos como forma de expiá-los. Sua história é muito edificante.

 
 
 
Por A.-M. Lemonnier


Existem autobiografias que sensibilizam milhares de leitores pelo sensacionalismo das aventuras vividas. Alguns desses livros conquistam rapidamente a celebridade e seguem além, transformando-se em filmes de retumbante sucesso.

CARTAS DE UM CONDENADO talvez não atinja semelhante êxito. O autor jamais pensou em escrever este livro. Ele resultou da compilação de sua correspondência com amigos e parentes, durante três anos de luta pela sobrevivência numa cela de Santé, célebre prisão de Paris. Nesse período, despertou-se-lhe a fé, há muito adormecida. Fé que cresceu com sua conversão, vivificou-se interiormente e, passo a passo, conduziu-o por ásperas veredas no ascendente caminho da ascese, até atingir os cumes da mística. Nesse itinerário não faltou a aventura de quem busca libertar-se das malhas e falhas de uma educação defeituosa, de uma pesada herança hedonista e da própria deterioração moral, até sentir-se espiritualmente emancipado. Foi então que teve a maravilhosa experiência os eleitos, ao ouvir nitidamente a voz do Senhor a lhe dar a serenidade e o destemor com que encarou a morte, aos 27 anos!


Caros amigos

Apresento-lhes um documento extraordinário. Primeiramente por ser muito raro, já que contém as cartas de um condenado e, depois, porque a densidade destes textos atinge um grau dificilmente igualado.
Com A. M. Lemonnier agradeço à Sra. Fesch a permissão de publicarmos este testemunho impressionante.
Tomo a liberdade de dizer à Srta. Fesch, a pequena Verônica agora já moça, que não deve envergonhar-se do pai. Pelo contrário, leia suas cartas com orgulho. Este pai misterioso de quem não se lembra mais, dá-lhe o mais terrível, porém o mais belo dos testemunhos. O de um homem que teve a coragem de resistir à mais atroz das tentações: a do desespero. O de um homem que acreditou na força todo-poderosa do Deus-Amor, diante de quem nenhuma falta pode resistir e por quem a própria morte é vencida, por mais dura que seja.
Cara Senhora, cara Senhorita, seu marido, seu pai, está perto do Senhor - tenho certeza. Dá-lhes, se quiserem aceitar, o que nunca lhes poderia ter dado na terra: um amor novo, regenerado e transfigurado pelo próprio Amor do Crucificado.
E vocês, meus amigos, sei que lerão rapidamente estas páginas. Vão querer saber como Jacques morreu. Se lerem muito depressa, peço-lhes que voltem atrás e releiam calmamente algumas das cartas. Do contrário, perderão grandes riquezas. Jacques teve, muitas vezes, o dom de dizer em poucas palavras, em algumas frases muito densas, o fruto de um progresso interior, de uma extraordinária experiência espiritual. Se souberem parar, meditar, rezar, aprenderão melhor do que por sábios raciocínios que Jesus Cristo está presente nos corações sofredores; e, sejam quais forem nossas faltas, ele está pronto para nos dominar amorosamente, entregando-nos a alegria sem fim. Aprenderão que qualquer vida merece respeito, seja qual for sua aparência diante dos homens; e, se aberta ao Amor, pode se tornar força de Redenção para toda a humanidade.
Repito, estes textos são autênticos. Nestas cartas de Jacques Fesch não mudamos os nomes das pessoas nem dos lugares. O apresentador apenas tomou a liberdade de melhorar algumas construções de frases, de substituir algumas palavras cujo sentido não era bastante compreensíveis. E colocamos em destaque algumas passagens essenciais, a nosso ver.
Caros amigos, sinto-me feliz por lhes proporcionar a leitura dessas cartas; certamente lhes ajudarão a encontrar o único Salvador. Rezo por vocês. por nós.
Por Jesus, o crucificado, peço a Jacques, o guilhotinado:

ensine-nos a carregar nossos pecados,
ensine-nos a sofrer,
ensine-nos a morrer.
MICHEL QUOIST

 
Leia o livro em pdf aqui! 
 

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