sexta-feira, 8 de julho de 2011

Bem que eu poderia repetir o título do último artigo

[intribulationepatientes]

Não bastasse a decepção que tivemos com Dom Bergonzini, tema de nosso último artigo, tomamos conhecimento hoje de outro prelado, que temos em boa estima, promovendo o indiferentismo religioso. Dom Aldo Pagotto, outro bispo que, a exemplo do primeiro, levantou corajosamente sua voz em defesa dos inocentes assassinados por meio do crime hediondo do aborto, simplesmente escreveu o prefácio de um livro espírita.
O erro de Dom Bergonzini foi grave, pois ele, com suas palavras, deu a entender o contrário do que nos ensina a Santa Madre Igreja, através do dogma de que “fora da Igreja não há salvação”, além de defender o Estado laico. Mas, Dom Aldo também deu péssimo exemplo, induzindo os fiéis ao indiferentismo religioso. Como haveríamos de explicar a um fiel que é pecado mortal participar de uma sessão espírita se nos calássemos diante do próprio bispo que escreve um prefácio para um livro espírita? Se a doutrina católica e a espírita são incompatíveis, por que então utilizar o peso de seu cargo de arcebispo para dar credibilidade a um livro de alguém que professa uma crença incompatível com a Fé da Igreja?
Logo para os espíritas, que gostam de seduzir os católicos dizendo que não há incompatibilidade entre as duas doutrinas, para depois, pouco a pouco afastar o católico da doutrina da Igreja e fazê-lo crer apenas na do espiritismo. Imaginem que bela oportunidade de propaganda o arcebispo deu para os espíritas, pois eles poderão dizer a um católico incauto: “se até o seu bispo prefacia os nossos livros, por que você não pode assistir às nossas reuniões? Deixe de preconceito!”
De fato, existem ainda alguns poucos prelados que têm a coragem de levantar a voz para defender temas morais da maior importância em nossos dias. Constatamos, porém, para nossa decepção, que mesmo estes prelados cometem erros graves contra a Fé, induzindo os fiéis ao indiferentismo religioso.
Infelizmente, o único “dogma” que existe para os clérigos modernos é o intocável Vaticano II. Aliás, não poderia faltar, como de fato não faltou, um apelo ao Vaticano II na carta que o arcebispo escreveu para se justificar de sua atitude. O bispo cita, para tanto, aquela obra asquerosa, um dos mais mentirosos documentos do Vaticano II, que é a Unitatis Redintegratio. Por que os prelados modernos não se lembram também da Mortalium Animos? Simplesmente porque não é possível encontrar nenhuma conciliação entre estes dois documentos. O documento tracional exige que qualquer trabalho para a unidade esteja centrado na conversão à única Fé verdadeira. O documento revolucionário fala muito de unidade, mas não menciona uma vez sequer a necessidade de conversão à Fé verdadeira. Por isso é que é necessário escolher entre a pureza da Tradição ou a feijoada do Vaticano II, com seu caldo azedado de irenismo.
Mas o Vaticano II não é a única justificativa do arcebispo. Os maus exemplos de indiferentismo religioso dados pelos papas pós-conciliares também mereceu ser citado por Dom Aldo. Como se a moralidade de nossos atos se baseasse na cega imitação dos atos, ainda que escorados na dignidade dos altos cargos que ocupam. Ora, imaginem se alguém quisesse tomar o papa Alexandre VI por exemplo a ser seguido…
Muito oportuno é lembrar que até São Paulo teve de se opor a São Pedro. “Resisti-lhe em face”, disse o grande apóstolo dos gentios (Gal 2,11). São Paulo não seguiria jamais a atual onda de indiferentismo com a desculpa de que o “papa também faz”. Pois foi ele próprio quem escreveu que “ainda que nós mesmos, ou um anjo do Céu, vos ensine doutrina diferente desta que vos temos pregado, seja excomungado” (Gal 1,8). Dado que o indiferentismo conciliar e pós-conciliar contraria tudo o que foi ensinado ao longo de toda a história da Igreja, qualquer católico tem a mais grave obrigação de rejeitá-lo, não importando quão grandes sejam aqueles se desviem do caminho correto. Obediência, neste caso, não passa de eufemismo para covardia.
É muito fácil entender que existem bons e maus pastores. E nós temos toda a doutrina e a moral católicas anteriores ao Vaticano II para nos ensinar, sem erros nem ambigüidades, o que devemos crer e como devemos agir. Enveredar pelas águas podres do concílio só pode induzir ao indiferentismo, mesmo aqueles que se destacam, em temas morais, da massa de covardes traidores.
Senhores bispos e padres que venham a ler este artigo, por caridade, parem de induzir os fiéis ao indiferentismo religioso. Se alguns deles não quiserem ouvir as palavras do bom pastor e seguirem as falsas religiões, a culpa será somente deles. Mas não maculem suas consciências, não sejam cúmplices na perdição de tantas almas. O ecumenismo conciliar é a via errada, é o caminho de saída da Igreja. Cinqüenta anos de prática ecumênica provam-no até à exaustão. Sejam tão firmes na defesa da doutrina quanto o são na defesa da moral (que alguns dentre os senhores fazem tão bem, devemos reconhecer), porque ambas são imprescindíveis. E, quanto aos que estão fora da Igreja, trabalhem apenas para convertê-los e não para agradá-los, pois é somente a Deus devemos procurar agradar.


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