[IHU]
4/9/2011
Mais de 12
mil leigos já aderiram à Laieninitiative (iniciativa dos leigos),
que expressa opiniões similares à Pfarrerinitiative (iniciativa dos
párocos) de Helmut Schüller, que convida à "desobediência"
perante a Igreja oficial.
A reportagem
é de Conrad Seidl, publicada no portal do jornal Der Standard,
28-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Cerca de 120
padres [o site da Pfarrerinitiative indica 400 signatários]
acompanharam até agora o Apelo à desobediência (Aufforderung
zum Ungehorsam) da iniciativa dos párocos e admitem publicamente que
transgridem as diretivas eclesiásticas. Helmut Schüller, seu "ponta
de lança", hábil na relação com a mídia, ex-diretor da Cáritas e
ex-vigário geral de Viena, no fim de semana, novamente defendeu a
iniciativa com uma participação no programa Journal zu Gast, do canal Ö1
e com uma Profil-Titelgeschichte contra as posições da Igreja
oficial.
Em seu
favor, Schüller não tem apenas uma recente pesquisa, publicada no sábado
pelo Der Standard. Ele também recebe o apoio da Laieninitiative
(iniciativa dos leigos), que até domingo tinha recebido a aprovação 12.660
fiéis. Seu porta-voz, Peter Pawlowsky, atacou duramente, em um
comentário para o Der Standard, a crítica movida pelas Arbeitsgemeinschaft
Katholischer Verbände (AKV, associações de grupos de trabalho
católicos) à Pfarrerinitiative (iniciativa dos párocos): "Se
o 'Apelo à desobediência' é definido como uma 'clara forma de
violência', é evidente o que se entende na AKV por coragem civil. Se
isso é deplorável em referência à Igreja, com relação à política é até
perigoso.
Assim como a
Pfarrerinitiative, a Laieninitiative também
enfatiza o fato de não visar absolutamente a uma cisão na Igreja, mas sim a ser
fiel em favor de uma resistência fiel dentro da Igreja. Para esses fiéis,
interessa melhorar a situação da Igreja e tornar mais confiável o seu modo de
se apresentar.
Schüller
também enfatiza que não lhe interessa enfraquecer a Igreja ou desafiar o
cardeal Schönborn, que critica a iniciativa: "Aqui, não se trata
uma disputa pessoal, mas do urgente pedido do povo de Deus", disse no
programa Journal Zu Gast. Schüller, atualmente pároco de Probstdorf,
respondeu de forma muito vivaz a acusação de querer vingança de Schönborn por
tê-lo exonerado em 1999 do cargo de vigário-geral. Ele afirmou que também é
injustificado "murmurar" sobre as relações com o cardeal com relação
às demandas das iniciativas dos párocos e dos leigos.
Ele disse
que o povo de Deus deve ser ouvido, não só ele como representante conhecido ou
bispo. E afirmou que os bispos é que deveriam ouvir o povo, do qual provêm,
"em uma atitude diferente da que aconteceu até agora".
Assim também
vê a Laieninitiative: só falaram de uma possível cisão aqueles que
há décadas procuram impedir qualquer reforma e, com essa ameaça, alimentam o
medo diante do necessário aggiornamento.
Em todo o
caso, discutem-se coisas que há muito tempo são habituais. "Talvez não
seja usual tornar-se explícito na Igreja. Mas o que nós pedimos, nós o fazemos
desde sempre em silêncio, para ir ao encontro das pessoas e para acompanhar o
passo dos tempos".
Parece que é
mais fácil para a Igreja ter que lidar com uma desobediência silenciosa do que
com afirmações proferidas abertamente.
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