[IHU]
8/9/2011
Os bispos
alemães admitiram que a próxima visita do papa Bento XVI ao seu país de
origem se realiza num momento em que o catolicismo na Alemanha vive uma “fase
difícil” após os escandalos sobre abusos sexuais em diversos centros
educacionais administrados por religiosos.
A reportagem
é do sítio Religión Digital, 07-09-2011. A tradução é do Cepat.
“Vivemos um
período difícil e o santo padre não fecha os olhos diante da situação da igreja
na Alemanha”, disse o presidente da Conferência Episcopal alemã e bispo de
Friburgo Robert Zollitsch
durante uma coletiva à imprensa em Berlim. Segundo Zollitsch, o
pontífice se esforça por fazer frente a tudo o que aconteceu e recuperar a
confiança perdida.
A
possibilidade de que Bento XVI tenha um encontro com vítimas de abusos
sexuais não foi descartada pelos bispos, mas tampouco confirmada. Por outro
lado, o bistpo de Erfurt, Joachim Wanke, disse que a visita papal dará
nova dinâmica ao ecumenismo na aproximação entre católicos e protestantes. “O
papa quer dar um sinal especial em direção ao ecumenismo com o seu encontro com
a cúpula da Igreja evangélica”, disse Wanke.
Zollitsch, entretanto, disse que não se deve criar muitas esperanças em torno de
algums reformas que católicos críticos alemães pedem faz tempo. “Não podemos
seguir um caminho especial alemão em determinados temas”, acrescentou Zollitsch
em referência a questões como permitir que os divorciados que voltam a se casar
recebam os sacramentos ou a comunhão ecumênica.
O movimento
de base católico “Nós somos Igreja”, por sua vez, pediu para apresentar a Bento
XVI a difícil situação pastoral em que vive a Alemanha. “Uma grande parte
dos católicos alemães pede faz tempo a abolição de estruturas autoritárias, o
fim do celibato e a aceitação do sacerdócio feminino”, afirma uma declaração da
organização.
Bento XVI visitará a Alemanha entre 22 e 25 de setembro e estará em Berlim,
Erfurt e Friburgo. O encontro com a cúpula da Igreja evangélica, a organização
protestante mais importante da Alemanha, acontecerá no convento dos
agostinianos em Erfurt, onde o reformador Martin Lutero viveu quando
ainda não havia abandonado a Igreja católica.
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