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Antes da Reforma Litúrgica, quando os padres ainda celebravam a missa em latim (graças a Deus está pouco a pouco voltando o Rito da Missa tradicional), ajoelhado diante do altar, o padre recitava a oração a São Miguel Arcanjo, pedindo proteção à Igreja em sua batalha contra o demônio. Lamentavelmente, hoje já não se reza esta oração. Esta oração era chamada de “A Oração do Papa Leão XIII”.
Mas, como o Papa teve a idéia de compor esta oração? É o que vamos ver agora.
Certa vez, o Papa, após celebrar a Missa, participava como de costume de uma outra Missa em ação de graças, quando notaram que ele estava com o semblante estarrecido.
Ele endireitou sua cabeça e fixou seu olhar sobre algo que via exatamente acima da cabeça do celebrante.
Ele permaneceu olhando fixamente, sem piscar os olhos, com medo e atordoado, e seu rosto empalideceu. Algo estranho estava acontecendo.
Quando finalmente se recompôs, ele ficou de pé e deu um murro firme no genuflexório, aparentemente como um sinal de que ele havia tomado sua decisão final. E saiu apressadamente rumo ao seu gabinete.
Seus familiares o seguiram aflitos e lhe perguntaram: “Santo Padre, o que aconteceu contigo? O senhor está precisando de alguma coisa?”
“Nada, nada”, respondeu o Papa.
Dentro de aproximadamente meia hora, ele chamou o Secretário da Congregação para os Sacramentos, colocou em sua mão um pedaço de papel e lhe pediu para publicar o seu conteúdo e enviá-lo a todos os padres do mundo inteiro.
O que continha naquele papel?
Era a oração que todos os padres deveriam rezar junto com os fiéis ao final da Missa, uma oração séria a São Miguel, juntamente com uma oração a Nossa Senhora, para lançar uma vez mais o demônio no abismo do inferno.
A oração deveria ser rezada por todo sacerdote, ajoelhado (algo não usual) durante a celebração da Missa.
A oração foi enviada a todos os Bispos do mundo inteiro.
O Cardeal Nasalli Rocca, em sua carta pastoral Lentel, publicada em Bologna, em 1946, afirmou:
“O próprio Leão XIII escreveu esta oração”.
A frase “(os demônios) que rondam o mundo para levar almas a se perderem” tem um significado histórico, como de fato fomos informados várias vezes pelo secretário particular, Mons. Rinaldo Angelo.
O Papa Leão XIII teve verdadeiramente uma visão dos espíritos malignos do inferno, que cresciam em número sobre Roma, a cidade eterna.
A partir daquela experiência surgiu a oração que ele quis que toda a Igreja recitasse.
Ele recitava esta oração com voz firme e forte; nós o ouvimos recitá-la numerosas vezes no Vaticano. Não só isso, mas ele próprio escreveu um exorcismo exclusivo, que encontramos hoje no Ritual Romano.
Ele recomendou que estes exorcismo sejam recitados com freqüência por Bispos e padres em suas dioceses e paróquias. Ele geralmente os recitava durante o dia.
Repetimos que é uma pena que esta oração não seja mais rezada, quando é tão indispensável que tanto o clero como os leigos permaneçam constantemente vigilantes com relação aos perigos que nos rodeiam.
Concordamos com a sugestão de muitos de que esta oração a São Miguel Arcanjo, que era recitada diariamente pelo sacerdote depois da Salve Rainha (prescrita pelo Papa IX) no final de cada Missa, seja recitada hoje, tanto durante a Liturgia das Horas como na Oração dos Fiéis.
É de se notar que, entre outras coisas, ele afirma: “desde então, por causa do ciúme do demônio, a raça humana tem se apartado de Deus, a quem deve sua própria existência e as qualidades sobrenaturais que o homem possui. Agora as pessoas estão divididas, tornando-se inimigas umas das outras. Elas não param de brigar: umas em nome da verdade e da virtude, e outras em nome de tudo aquilo que é contrário à verdade e à virtude”.
É também importante notar que Pio XI desejou que estas orações mencionadas para o final de cada Missa fossem, realizadas com uma intenção especial pela Rússia (discurso de 30 de junho de 1930)
Por isso o Papa afirma: “E assim, para que todos sejamos capazes de manter esta cruzada sem sofrimentos (aqui ele está se referindo à cruzada de orações a Deus pelo fim da perseguição religiosa na Rússia), estabelecemos que essas orações que nosso predecessor o Papa Leão XIII ordenou que fossem recitadas pelos padres e pelos fiéis após a Missa, seja rezada por esta intenção especifica, isto é, pela Rússia. Todos os Bispos e o clero de cada diocese se encarregarão de informar às pessoas e a todos aqueles que participam de Missa, e eles se empenharão por fazer isso com freqüência”.
Pode-se por isso concluir que o interesse do Papa na verdadeira batalha contra satanás e seus aliados estava e ainda está em vigor.
Do livro "O Anticristo, quem é e como ele age".
Do livro "O Anticristo, quem é e como ele age".
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