12 de fevereiro
Conta a tradição que os pais de Julião eram nobres e viviam num castelo.
No dia do seu batizado, seus pais tiveram um sonho idêntico. Nele, um
ermitão lhes dizia que o menino seria um santo. O menino foi educado
como um nobre, apreciando a caça como esporte, e apesar do caráter
violento, era caridoso com os pobres.
Na adolescência, foi a vez de Julião.
Ele sonhou com um grande veado negro que lhe disse: “Você será o
assassino de seus pais”.
Impressionado, fugiu para nunca mais voltar.
Ficou famoso como soldado mercenário. Casou-se com uma princesa e foi
morar num castelo. Certa noite, saiu para caçar, avisando que voltaria
só ao nascer do sol. Algumas horas depois, seus pais, já idosos,
chegaram para revê-lo. Foram bem acolhidos pela nora que lhes cedeu o
seu quarto para aguardarem o filho, repousando.
Julião regressou irritado porque não
conseguira nenhuma caça. Mas a lembrança da esposa a sua espera acalmou
seu coração. Na penumbra do quarto, percebeu que na cama havia duas
pessoas. Possuído pela cólera matou os dois com seu punhal. Ao tentar
sair, viu o vulto de sua mulher na porta do quarto. Então, ele
compreendeu tudo. Desesperado abriu as janelas e viu que tinha
assassinado os pais. Após os funerais, colocou a esposa num mosteiro,
doou os bens aos pobres e partiu para cuidar da alma.
Tornou-se outro homem, calmo, humilde e
pacífico. Andou pelos caminhos do mundo, esmolando. Por espírito de
sacrifício contava a sua história e, então, todos se afastavam fazendo o
sinal da cruz. Foi renegado por homens e animais. Vivia afastado,
remoendo sua culpa, rezando em penitência, amargando suas visões
fúnebres e os soluços da alma. Mas, Julião sentia necessidade de salvar
vidas, ajudar os velhos e as crianças doentes e pobres. Decidiu então
ajudar os leprosos na travessia de um rio, que pela violência da
correnteza fazia muitas vítimas.
Julião, construiu sozinho um caminho
para descer até ao rio. Em seguida reparou um velho barco e ergueu uma
grande cabana. A travessia passou a ser conhecida por todos os leprosos,
pois além de conduzi-los de graça, eram tratados por ele, na cabana.
Ficou conhecido por “Julião Hospitaleiro”. Costumava ir esmolar para
distribuir o que ganhava com os que já não podiam caminhar.A cabana se
tornou um verdadeiro hospital para leprosos. A fama de sua santidade
começou a se espalhar, mas Julião continuava a sentir o tormento de sua
alma, que só era aplacado quando cuidava dos seus leprosos. Até que uma
noite, após um leproso morrer nos seus braços, Julião sentiu sua alma
inundada por uma alegria infinita e caminhou para se encontrar face a
face com Nosso Senhor Jesus Cristo, que o chamou para a glória do céu.
Esta é a história de Julião
Hospitaleiro, e se encontra descrita, num dos vitrais da Catedral de
Notre Dame, na França, que guarda suas relíquias. A diocese de Macerata,
na Itália, onde dizem que ele permaceu durante anos mendigando e
ajudando as pessoas com seus prodígios de santidade, também recebeu
algumas delas. A Igreja o comemora no dia 12 de fevereiro, data que a
tradição indicou como sendo a de sua morte.
Santo Julião Hospitaleiro, rogai por nós!
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