Pontífice defendeu equilíbrio entre missões pastoral e política da Igreja. Francisco deu entrevista a revista jesuíta italiana.
O Papa Francisco disse que a religião tem o direito de expressar suas
opiniões, mas não de "interferir espiritualmente" nas vidas de gays e
lésbicas, segundo entrevista publicada nesta quinta-feira (19) em uma rede de revistas jesuítas.
"Uma pessoa uma vez me perguntou, de maneira provocadora, se eu
aprovava a homossexualidade. Retruquei com outra questão: 'Quando Deus
olha uma pessoa gay, ele endossa a existência dessa pessoa com amor, ou a
rejeita e condena? Devemos sempre considerar a pessoa", disse o
Pontífice na entrevista.
Francisco também afirmou que as mulheres devem exercer um "papel-chave"
nas decisões da Igreja Católica e rebateu críticas de que ele deveria
falar mais duramente contra o aborto e o casamento gay.
Se as lideranças católicas fracassarem em encontrar um "novo
equilíbrio" entre suas missões pastoral e política, a fundação moral da
Igreja vai "cair como um castelo de cartas", disse Francisco.
Ele também lembra da época em que foi superior dos jesuítas na Argentina.
"Tinha 36 anos. Uma loucura. Tinha que enfrentar situações difíceis, e tomava minhas decisões de maneira brusca e personalista", disse. Por isso, acabou sendo acusado de "ultraconservador", disse.
'De direita'
Francisco também afirma que "nunca foi de direita" e admite que teve um momento de "crise íntima" no passado.Ele também lembra da época em que foi superior dos jesuítas na Argentina.
"Tinha 36 anos. Uma loucura. Tinha que enfrentar situações difíceis, e tomava minhas decisões de maneira brusca e personalista", disse. Por isso, acabou sendo acusado de "ultraconservador", disse.
A entrevista é resultado de três encontros entre o Papa e o chefe da
revista jesuíta italiana "La Civiltà Cattolica", frei Antonio Spadaro,
em agosto, na Casa Santa Marta, residência do pontífice no Vaticano.
O Papa Francisco durante a audiência desta quarta-feira (18) na Praça de São Pedro, no Vaticano (Foto: AFP)
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