Alenta a uma maior reflexão teológica sobre o papel da mulher.
Imagem referencial. Foto: Grupo ACI
26 Nov 13
VATICANO,(ACI)-
Em sua primeira exortação apostólica intitulada "Evangelii Gaudium" (O
Gozo do Evangelho), o Papa Francisco ressalta que "o sacerdócio
reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que não se põe em discussão".
No numeral 104 do capítulo 2, o Santo Padre afirma que "as
reivindicações dos legítimos direitos das mulheres, a partir da firme
convicção de que homens e mulheres têm a mesma dignidade, colocam à Igreja questões profundas que a desafiam e não se podem iludir superficialmente".
Seguidamente estabelece que "o sacerdócio reservado aos homens, como
sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que
não se põe em discussão, mas pode tornar-se particularmente controversa
se se identifica demasiado a potestade sacramental com o poder".
"Não se esqueça que, quando falamos da potestade sacerdotal, ‘estamos
na esfera da função e não na da dignidade e da santidade’. O sacerdócio
ministerial é um dos meios que Jesus utiliza ao serviço do seu povo,
mas a grande dignidade vem do Batismo,
que é acessível a todos. A configuração do sacerdote com Cristo Cabeça –
isto é, como fonte principal da graça – não comporta uma exaltação que o
coloque por cima dos demais".
Na Igreja, explica logo o Papa, "as funções ‘não dão justificação à
superioridade de uns sobre os outros’. Com efeito, uma mulher, Maria, é
mais importante do que os Bispos.
Mesmo quando a função do sacerdócio ministerial é considerada
‘hierárquica’, há que ter bem presente que ‘se ordena integralmente à
santidade dos membros do corpo místico de Cristo’".
Francisco assegura deste modo que "a sua pedra de fecho e o seu
fulcro não são o poder entendido como domínio, mas a potestade de
administrar o sacramento da Eucaristia; daqui deriva a sua autoridade,
que é sempre um serviço ao povo".
Aqui, prossegue a reflexão, "está um grande desafio para os Pastores e
para os teólogos, que poderiam ajudar a reconhecer melhor o que isto
implica no que se refere ao possível lugar das mulheres onde se tomam
decisões importantes, nos diferentes âmbitos da Igreja".
Logo depois de meditar sobre a urgência de uma adequada pastoral
juvenil, especialmente quando em muitos lugares há uma escassez das
vocações, o Papa recorda que é importante selecionar bem os candidatos
ao sacerdócio.
"Não se podem encher os seminários com qualquer tipo de motivações, e
menos ainda se estas estão relacionadas com insegurança afetiva, busca
de formas de poder, glória humana ou bem-estar económico", precisa.
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