A jornalista italiana Costanza Miriano, que trabalha na RAI (Rádio e
TV italiana, estatal), gerou uma grande polêmica com a publicação de seu
corajoso livro Casa e sê submissa (Sposati e sii sottomessa), um best-seller na Itália, já traduzido na Espanha por iniciativa da Arquidiocese de Granada.
Neste último país, em apenas uma semana, o livro foi objeto de uma
polêmica que chegou ao Congresso. A esquerda estremeceu. O Partido
Socialista (PSOE) pediu ao governo que tome medidas para evitar que a
obra faça “apología do machismo”. Furiosa, a deputada socialista Carmen Montón diz que o livro “não contribui para a luta contra a violência de gênero, pois joga lenha ao fogo da violência machista”.
Também a Esquerda Unida (IU) reagiu, pedindo à Promotoria de Granada
que intervenha contra a edição e a venda da obra, com base no delito de “apologia da violência contra as mulheres”.
A autora, 42 anos, mãe de quatro filhos, residente em Roma, diz que
sua fonte de inspiração é o Apóstolo São Paulo e apresenta citações
recolhidas na Bíblia. Por isso, mostra-se surpresa com toda essa
polêmica. Em entrevista ao jornal “El País” (17-11-13), afirma:
“Estou consternada por imaginar que podem censurar o livro, que
contém ideias que a Igreja proclama ao mundo desde sempre. De início
imprimi apenas 1.200 copias. Telefonei para minha família com a
esperança de que pelo menos comprassem uma meia dúzia. Mas depois o
livro teve muitas edições, mais de vinte, creio”.
O entrevistador diz que o livro está sendo acusado de defender a violência contra as mulheres. Constanza responde:
“Em que ponto exato eu exorto, defendo, desculpo, justifico ou
menciono a violência, mesmo remotamente? Em que momento digo algo disso?
Onde? Com que palavras? A única violência que vejo em tudo isto é a que
estão fazendo contra mim, que também sou mulher. Uma agressão
indignante. Não se pode lançar acusações ao ar.
“Não escrevi um tratado de sociologia. Olhei para a minha
realidade e a de meus amigos, e nossos problemas são como ser feliz com
nossos maridos, como amar melhor, como cuidar deles e como pedir que
cuidem de nós, como manter unidos todos os papéis que tem uma mulher
moderna: mulher, mãe, trabalhadora, mulher de fé que cultiva o espírito,
mas que também aprecia cuidar de seu corpo. Quem imaginaria que meus
escritos iriam ser lido por 50.000 pessoas na Itália e no Exterior?
“Cristo morreu por sua esposa, a Igreja. Um homem que segue os
mandamentos é um homem disposto a morrer por sua esposa. A esposa,
segundo a Igreja, é uma esposa dócil face a um homem dócil, generoso. É a
lógica cristã”.
O entrevistador insiste na questão da suposta violência.
“Se o que incomoda é a palavra submissa, então queimai todas as
cópias da Bíblia. Nesse caso, será para mim uma honra ir para a
fogueira”.
Constanza se refere aqui à seguinte exortação do Apóstolo São Paulo:“As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor [...] Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5, 22-25).
Constanza se refere aqui à seguinte exortação do Apóstolo São Paulo:“As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor [...] Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5, 22-25).
Encerra a autora: “Como a Igreja, eu recuso a palavra gênero.
Creio que há dois sexos, não gêneros. Ademais, eu rechaço a violência.
Basta-me o quinto mandamento: ‘Não matarás’. Isso significa não matar as
crianças (inclusive dentro do útero, porque a violência aí se dá em
evidente desproporção entre a vítima e o verdugo), não matar mulheres,
não matar homens”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário