quinta-feira, 17 de abril de 2014

Apostasias na Igreja Anglicana

jbpsverdade: No que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos, não vos deixeis facilmente perturbar o espírito e alarmar-vos, nem por alguma pretensa revelação nem por palavra ou carta tidas como procedentes de nós e que vos afirmassem estar iminente o dia do Senhor. Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus. (II Tess 2, 1-4)
Ao deparar-se com matérias desse tipo, cuidado, procure pesquisar antes de fazer qualquer comentário, pode ser que se faça injustiça ao caluniar sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana. 

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Diocese de Los Angeles tem duas novas bispas


17 de maio de 2010

Sete anos após a sagração do Rev. Gene Robinson como bispo da Diocese de New Hampshire, agora foi a vez de uma reverenda homoafetiva ser sagrada bispa. A Diocese de Los Angeles no último final de semana ordenou formalmente a reverenda Mary Glasspool ao episcopado. Glasspool é a bispa de número 1045 na Igreja Episcopal dos Estados Unidos. Em 2003, quando da sagração de Gene Robinson ele utilizou um colete à prova de balas por baixo das vestes sacerdotais, pois recebeu ameaças de morte por parte de grupos fundamentalistas cristãos. Dessa vez, porém, a cerimônia foi celebrada em clima de grande alegria e contou apenas com a pequena interrupção de dois manifestantes dentre as três mil pessoas que se reuniram para orar por Mary Glasspool e Diane Bruce, as novas bispas auxiliares da Diocese de Los Angeles, que conta com 147 congregações, 44 escolas e 20 instituições, reunindo em sua área aproximadamente 70 mil episcopais.
A Liturgia contou com o apoio e participação de cerca de 30 bispos, incluindo o Revmo. Rev. Martin Barahona de El Salvador, o bispo aposentado de Uganda Christopher Senyonjo, a bispa Barbara Haris (que em 1988 se tornou a primeira bispa da Comunhão Anglicana) e do Revmo Bispo Gene Robinson, da Diocese de New Hampshire. Participaram ainda os bispos Frederick H. Borsch (aposentado), Lawrence Provenzano (Long Island), Mark Hollingsworth Jr (Ohio) e três bispos da Diocese de Maryland, onde a Reverenda Mary Glasspool trabalhou por oito anos.

Também estiveram presentes bispos da Igreja Evangélica Luterana da América, Dean Nelson (Sínodo do sudoeste da California) e Murray D. Finck (Sínodo do Pacífico), além de pastores da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, da Igreja Metodista e da Igreja Unida de Cristo.

A bispa Diane Bruce é casada com Stephen Bruce, o casal tem dois filhos adultos.

A bispa Mary Glasspool é filha de um clérigo da Igreja Episcopal e vive há duas décadas com sua parceira Becki Sanders, que também é formada em teologia e em serviço social. Elas se conheceram em Boston (Massachussets), quando Mary ainda era seminarista.
  
(Bispa Diane Bruce à esquerda e bispa Mary Glasspool, à direita)

A liturgia foi marcada por elementos da rica diversidade cultural de Los Angeles, e contou com a participação de um baterista coreano, de gaiteiros da Universidade da California, uma banda de louvor chinês (Paróquia St. Thomas) e uma banda mariachi, alem de um coral de 125 vozes da Diocese representando 147 congregações que entoou cânticos de louvor da Nigéria, Itália e de outros países. A celebração durou, ao todo, 3 horas e foi realizada na Arena Long Beach.
A procissão começou com uma dança litúrgica conduzida por um dragão chinês e o bater de tambores. A Bispa Presidente Katharine Jefferts Schori iniciou a liturgia com a Proclamação da Páscoa: “Aleluia, Cristo ressuscitou”, seguida pela Coleta pela Pureza. No momento do Kyrie, uma voz gritou “Arrependei-vos” do pecado da homossexualidade”. Foi a única manifestação de oposição. 

As duas candidatas foram apresentadas por grupos diferentes de clérigos. A Comissão Permanente Diocesana atestou que as candidatas foram devidamente eleitas pela convenção diocesana e que são pessoas experientes e plenamente qualificadas na fé e no caráter para exercer a função de bispas para a honra de Deus e a edificação da Igreja, e que suas vidas davam testemunho de exemplo salutar para o rebanho de Cristo.A eleição de ambas também foi aprovada por maioria na Cãmara dos Bispos da Igreja Episcopal dos Estados Unidos e pela maioria das dioceses.
A Bispa Presidente perguntou se havia alguém poderia apresentar qualquer razão pela qual a sagração não pudesse ser realizada. Após um período de silencio e, sem que houvesse qualquer manifestação contrária, a bispa perguntou à congregação presente se era seu desejo que Diane e Mary fossem ordenadas bispas. 

“Esse é o nosso desejo”, foi a resposta.

Ela perguntou novamente se a comunidade apoiaria Diane e Maria como bispas, e toda congregação respondeu positivamente.

Seguiu-se a Liturgia da Palavra, apresentada em vários idiomas – inglês, coreano, espanhol e tagalog (dialeto filipino).

A aclamação ao Evangelho foi feita através de um canto africano acompanhado pela batida de um tambor.

Na homilia, o bispo Bruno declarou: “É importante entender que essas mulheres foram chamadas pela comunidade de Deus. Eles foram chamadas pelo povo de Deus para ocupar um lugar que outras mulheres não tiveram ainda na Diocese de Los Angeles. Elas são chamados a ser apóstolas da Igreja; elas são chamados a exercer o ministério de Jesus neste lugar, de tal forma que o mundo seja transformado”

O bispo Bruno lembrou ainda: “Em Cristo não há judeu nem grego, nem escravo nem livre. Não há nem homem nem mulher, gay ou hetero. Na Igreja Episcopal não há excluídos”.

A Bispa Presidente lembrou às novas colegas que elas são chamadas a guardar a fé, a unidade e a disciplina da igreja, para celebrar os sacramentos, para ordenar diáconos e padres e pastores fiéis e ser exemplos salutares para o rebanho de Cristo.

As duas mulheres então silenciosamente ajoelharam-se diante da Bispa Presidente e o hino Veni Sancte Spiritus foi entoado como em latim.
No momento em que a voz da bispa presidente iniciou a oração de consagração, todos os bispos presentes circularam as duas mulheres impondo-lhes as mãos.

Para ler, em inglês, um testemunho da bispa Mary Glasspool, acesse o link:

 O testemunho da bispa Diane Bruce também pode ser lido no link:
Damos graças a Deus pelo testemunho da Diocese Episcopal de Los Angeles e pelas vidas das Bispas Diane Bruce e Mary Glasspool.

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Igreja Anglicana e homossexualidade

Se para os menos atentos a posição assumida pela Igreja Anglicana de que vai opor qualquer lei que legalize o “casamento” homossexual possa parecer evidente, é na verdade longe disso.
A homossexualidade e a aceitação ou não das relações homossexuais é neste momento a pedra de toque de um conflito que é muito mais profundo e que ameaça romper a comunhão anglicana ao meio.
Aqui estão alguns factos curiosos sobre a comunhão anglicana e a homossexualidade que poderão ajudar a compreender a complexidade do assunto.

Da incompatibilidade com o Evangelho às bênçãos

Em 1998 a Conferência de Lambeth, que reúne todos os bispos anglicanos uma vez por década, declarou que as relações homossexuais são incompatíveis com as Escrituras.
Contudo, bastou quatro anos para a província anglicanado Canadá, que é das mais liberais da comunhão, permitir a bênção de uniões homossexuais.
O grande momento de clivagem surgiu, todavia, com consagração de Gene Robinson como bispo anglicano de New Hampshire, nos EUA. Gene Robinson já vivia, na altura, numa relação homossexual de longa data e é um vigoroso defensor do “casamento” entre homossexuais.
Na mesma altura um homossexual assumido, também ele a viver numa relação com outro homem, era candidato a bispo de Reading, em Inglaterra. Perante a polémica que surgiu entretanto, Jeffrey John acabou por retirar a sua candidatura.
Passados nove anos, existem actualmente dois bispos anglicanos a viver em relações assumidamente homossexuais. São eles o tal Gene Robinson e Mary Glasspool, bispa auxiliar de Los Angeles. Glasspool foi ordenada bispa depois de fortes avisos por parte de outras províncias [Igrejas nacionais] de que poderiam cortar relações com a Igreja Episcopaliana, como é conhecido o ramo americano da Comunhão Anglicana.
Mary Glasspool
Entretanto Jeffrey John, que hoje alega ser celibatário, foi falado como sendo candidato a mais duas dioceses, mas o nome acabou sempre por ser retirado. O Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams, foi fortemente criticado por alegadamente ter “traído” o seu amigo Jeffrey John.

Arcebispo de Cantuária

Nesta matéria a posição pessoal de Rowan Williams, o Arcebispo de Cantuária, assume muita importância, uma vez que embora não tendo poderes efectivos é visto como “primus inter pares” da comunhão anglicana e a sua principal figura.
Mas determinar a posição de Rowan Williams não é fácil, uma vez que as suas opiniões pessoais não coincidem com a posição oficial da comunhão a que preside. Quando era Arcebispo do País de Gales, Williams defendeu que a união de duas pessoas do mesmo sexo era equiparável a um casamento. Defendeu esta posição numa carta pessoal a uma psicóloga evangélica que o questionou sobre o assunto referindo que, todavia, enquanto bispo tinha de defender a posição oficial e da maioria, que era precisamente o contrário da sua.
Também interessante é um ensaio escrito por Williams em 1989 chamado “The Body’s Grace”. Neste texto o agora Arcebispo de Cantuária afirma que o aspecto da procriação não é essencial para a legitimidade de um acto sexual, isto é, que uma relação sexual que seja estéril por natureza (como são as relações homossexuais) é legítima por si só. Rowan Williams conclui o seu ensaio da seguinte maneira dizendo que para uma igreja que já aceita a legitimidade da contracepção (caso da Igreja Anglicana), a condenação das relações homossexuais não faz sentido.
Chegamos finalmente à posição assumida agora por John Sentamu, que enquanto Arcebispo de York é a segunda figura da hierarquia anglicana e que afirma que a Igreja Anglicana vai combater qualquer medida que vise legalizar o “casamento homossexual”.
John Sentamu e Rowan Williams
Sentamu é em vários aspectos um aliado de Rowan Williams mas neste campo é bastante mais conservador. Embora tenha condenado as recentes leis que penalizam duramente as relações homossexuais na sua Uganda nativa, não é de modo algum um liberal neste campo. É por isso significativo que a) tenha sido ele a fazer as declarações e não Rowan Williams e b) que tenha envolvido toda a Igreja Anglicana e não tenha falado apenas em nome próprio.

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