Apesar de legislação japonesa não contemplar
casais gays, bairro de Shibuya quer reconhecer uniões homossexuais de
seus residentes.
O Japão abriu caminho para a legalização de uniões homossexuais com a
iniciativa do distrito de Shibuya, em Tóquio, de reconhecer os casais do
mesmo sexo, o primeiro a dar esse passo no país.
O governo local planeja começar a liberar certificados de união civil a
esses casais a partir de abril, o que significa um importante
precedente para outras entidades locais, inclusive para o Executivo
central.
Trata-se de uma iniciativa pioneira no país, onde a Constituição define
o casamento como "união baseada apenas no consentimento mútuo de
pessoas de sexo diferente" e a legislação civil não reconhece direito
algum para casais homossexuais.
Tokyo Rainbow Pride / Flickr
Jovens participam da Parada do Orgulho LGBT em Tóquio, em 2012; Japão ainda não reconhece direitos de casais homossexuais.
Shibuya, um dos 23 distritos de Tóquio, pretende assim terminar com a
discriminação que casais gays sofrem para conseguir benefícios fiscais,
acessar serviços sociais ou obter contratos a título partilhado.
"Nosso objetivo é que os residentes LGBT (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais) possam viver em uma sociedade diversa onde as diferenças sejam mutuamente aceitas e respeitadas", afirmou o subprefeito de Shibuya, Toshitake Kuwahara, ao apresentar a iniciativa em entrevista coletiva.
Depois de se reunir com juristas e representantes da população LGBT, o governo do distrito elaborou uma proposta de legislação que ainda deve ser aprovada na assembleia local em março, e que entraria em vigor em abril.
"Nosso objetivo é que os residentes LGBT (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais) possam viver em uma sociedade diversa onde as diferenças sejam mutuamente aceitas e respeitadas", afirmou o subprefeito de Shibuya, Toshitake Kuwahara, ao apresentar a iniciativa em entrevista coletiva.
Depois de se reunir com juristas e representantes da população LGBT, o governo do distrito elaborou uma proposta de legislação que ainda deve ser aprovada na assembleia local em março, e que entraria em vigor em abril.
Em particular, o objetivo é oferecer certidões para casais homossexuais
que serão reconhecidos como casais equivalentes aos heterossexuais,
embora exista certa controvérsia em torno desta definição.
A medida foi bem recebida por organizações de defesa dos direitos das pessoas homossexuais e políticos envolvidos nesta causa. Para muitos, esse é um primeiro passo rumo à equiparação a nível nacional.
A medida foi bem recebida por organizações de defesa dos direitos das pessoas homossexuais e políticos envolvidos nesta causa. Para muitos, esse é um primeiro passo rumo à equiparação a nível nacional.
Em países como a Alemanha ou a Suíça, o reconhecimento legal dos casais
homossexuais aconteceu primeiro em nível local e depois se estendeu ao
âmbito nacional, conforme destacou o professor de Direito da
Universidade Sangyo de Kioto, Yasuhiko Watanabe.
"Poderíamos ver um movimento similar no Japão", explicou o especialista em Direito Civil e Familiar, em entrevista à agência Kyodo.
Tokyo Rainbow Pride / Flickr
Jovens participam da Parada do Orgulho LGBT em Tóquio, em 2012; Japão ainda não reconhece direitos de casais homossexuais
No entanto, alguns políticos se mostram contrários ao reconhecimento
legal destas uniões e defendem que aos casamentos gays seja dado um
status diferente ao do casamento heterossexual.
De qualquer forma, a iniciativa de Shibuya promete alimentar o debate na sociedade japonesa, onde grande parte da população ainda se opõe à legalização dos casamentos homossexuais.
De qualquer forma, a iniciativa de Shibuya promete alimentar o debate na sociedade japonesa, onde grande parte da população ainda se opõe à legalização dos casamentos homossexuais.
Segundo uma pesquisa realizada no ano passado pelo Centro de Opinião
Pública do Japão, 52% dos japoneses rejeitam a legalização de uniões
entre pessoas do mesmo sexo.
Essa percepção, no entanto, muda de forma significativa entre jovens
com idades entre 20 e 30 anos, onde a aceitação do casamento gay chega a
70%.
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