segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Papa diz que quando não rezamos pelos governantes devemos nos confessar

[churchpop]


Não rezar pelos governantes é um pecado que deve ser confessado“. E esta oração deve ser feita sobretudo “para não deixá-los sozinhos” e que tenham “consciência” que o seu poder não é absoluto, mas vem do povo e de Deus. Contudo, também “os governantes devem rezar para pedir a graça” de servir da melhor maneira o povo que lhe foi confiado.
E se não são crentes, pelo menos peçam conselhos para não perder de vista o bem comum e para sair, contudo, do pequeno contexto autorreferencial do próprio partido.Meditando sobre a passagem de Primeira Timóteo 2, 1-8, em que Paulo aconselha “a fazer orações pelos governantes: por todos, também por quantos não governam” e sobre o Evangelho de Lucas 7, 1-10, falou que “vimos um governante que reza: este centurião é um governante, e tinha um problema com seu servo doente”. Esse governante ama o seu povo, o centurião “amava o seu servo: preocupava-se porque amava e pelo fato de se preocupar foi procurar a solução para resolver este problema. Foi encontrar Jesus, rezou”.
“Este homem sentiu a necessidade da oração: mas por quê? Certamente porque amava”. Mas também “porque tinha a consciência que não era o dono de tudo, que não era a última instância”. Lucas cita as palavras do centurião romano: “Com efeito, também eu estou na condição de subalterno, e tenho subalternos que dependem de mim”. São palavra que, explicou o Papa, exprimem “a consciência do governante que sabe que acima dele há outro que comanda. E isto leva-o a rezar”.
“O governante tem esta consciência, reza” reafirmou o Papa. Aliás, “se não rezasse, fechar-se-ia na própria autoreferencialidade ou naquela do seu partido, naquele círculo do qual não pode sair: é um homem fechado em si mesmo”. Mas “quando vê os verdadeiros problemas, e tem esta consciência de subalternidade, o governante reza”, explicou. Porque está ciente de “que existe outra pessoa que tem mais poder do que ele”.
Certamente, acrescentou, surgiria o questionamento: “quem tem mais poder do que um governante?”. E a resposta do Papa: é “o povo, que lhe deu o poder, e Deus, do qual vem o poder através do povo”.
Voltando a leitura de Primeira Timóteo (2, 1-8), recordou Papa Francisco que “Paulo fala a nós, aconselhando-nos a rezar pelos governantes: ‘Que se façam súplicas, orações e agradecimentos por todos os homens, pelo rei – por todos os reis – e por todos que estão no poder, pelos governantes, para que possam levar uma vida calma e tranquila, digna, dedicada a Deus’. Continuou Francisco, “o povo deve rezar pelos governantes e nós não temos uma consciência forte disto: quando um governante faz algo do qual não gostamos, falamos mal dele; se faz algo que gostamos: ‘ah que bom!’. Mas deixamo-lo sozinho, deixamo-lo com o seu partido, que se arranje com o Parlamento, mas sozinho”.
E talvez haja quem se safa dizendo: “Votei nele” ou “Não votei nele, faça a sua parte”. Ao contrário, insistiu Francisco, “não podemos deixar os governantes sozinhos: devemos acompanhá-los com a oração”. Os cristãos “devem rezar pelos governantes”. E neste caso alguém poderia objetar: “Padre, como posso rezar por ele que faz muitas coisas más?”. Exatamente neste momento “tem ainda mais necessidade: reza, faz penitência pelo governante!”.
“Devemos crescer nesta consciência de rezar pelos governantes” reafirmou o Papa. Mais ainda: “Peço-vos um favor: cada um de vós dedique cinco minutos, não mais. Se for governante, que se pergunte: «Será que eu rezo por quem me deu o poder mediante o povo?». Se não for governante, “rezo pelos governantes? Sim, por este e por aquele sim, porque gosto deles; por aqueles, não”».
Mas são precisamente estes que «mais precisam». Portanto, é oportuno questionar-se: «Rezo por todos os governantes? E se achardes, quando fizerdes o exame de consciência antes de vos confessar, que não rezastes pelos governantes, confessai-o. Porque não rezar pelos governantes é pecado».

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