sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Cardeal Müller: "A conduta homossexual nos clérigos não pode ser tolerada em nenhum caso"

[infovaticana]

O cardeal Gerhard Müller, ex-prefeito da Doutrina da Fé, insistiu que a infiltração homossexual do clero e sua relação nos escândalos atuais seja discutida em uma entrevista exclusiva com LifeSiteNews.



"Que McCarrick, junto com seu clã e uma rede homossexual, foi capaz de semear o caos na Igreja de uma forma mafiosa está ligado à indiferença em relação à depravação moral dos atos homossexuais entre os adultos", assegurou o cardeal Gerhard Müller. LifeSiteNews O comentário agudo do ex-prefeito da Doutrina da Fé, deposto por Francisco, parece responder às recentes declarações do cardeal Blase Cupich, arcebispo de Chicago, minimizando os padres que tinham amantes gays em "relacionamentos estragados".
Müller também deplora a falta de vontade do Vaticano, que não demonstrou interesse em investigar em seu dia a informação ocasional que chegou a Roma sobre o comportamento escandaloso do então arcebispo de Washington, hoje 'decanalizado'. Só por isso, Müller insiste, a Santa Sé deve um pedido público de desculpas aos fiéis. Também é claramente necessário que haja "uma explicação pública desses eventos e conexões pessoais, bem como a questão de quanto do que aconteceram as autoridades eclesiásticas envolvidas em cada etapa", diz Müller. "Tal explicação poderia incluir o reconhecimento de que pessoas e situações foram valorizadas erroneamente". O erro - o "erro desastroso" - é repetido em parte pelo cardeal para a reforma do Código Canônico de 1983, reinando São João Paulo II, em relação às ofensas dos sacerdotes contra o Sexto Mandamento, onde não é mais mencionado a homossexualidade como uma ofensa e reduz as penas contra os padres que cometem abusos.
E coloca, finalmente, o dedo na ferida ao explicar que boa parte da crise que a Igreja está vivendo é que, ainda hoje, diante de toda evidência inegável, "você não quer ver as causas reais, mas sim eles cobrem com frases de propaganda do "lobby" homossexual. Ele qualifica diretamente como "ateu" a ideologia LGBT que se infiltrou dentro da Igreja e, por causa da controvérsia do Instrumentum laboris do "sínodo da juventude" do passado, que a expressão LGBT não tem lugar nos documentos da Igreja".
Müller ousa, inclusive, sugerir que o chamado "lobby gay" nas entranhas do próprio Vaticano poderia ter algo a ver com a sua defenestração nas mãos de Francisco. Pode ser, especula ele, que lhes agrade que "eu não peguei mais da Congregação para a Doutrina da Fé para lidar com crimes sexuais, especialmente contra homens adolescentes". A verdade é que o papa nunca deu a ele qualquer explicação para sua súbita cessação, embora Müller tenda a pensar que a principal razão estava na firme defesa da doutrina católica sobre o casamento feita pelo cardeal em relação à exortação pós-sinodal Amoris laetitia. "Amoris laetitia tem que concordar absolutamente com o Apocalipse, e não temos que ser os que concordam com Amoris laetitia, pelo menos não em uma interpretação que contradiz, de maneira herética, a Palavra de Deus. E seria um abuso de poder disciplinar aqueles que insistem numa interpretação ortodoxa desta encíclica e de todos os documentos magisteriais."
Nesse sentido, o cardeal recorda que a missão do papa é a custódia da fé, que sua primeira obrigação é preservar um depósito de verdades que ele não tem autoridade para alterar com preferências ou opiniões pessoais. "Não é de todo católico afirmar que o papa, como indivíduo, recebe diretamente do Espírito Santo a Revelação e que pode interpretá-la de acordo com seus próprios caprichos, que todos os outros devem seguir, cegos e mudos."

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