quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Foi o que o cardeal Hummes disse antes da ordem do papa de ordenar homens casados

Cardeal Claudio Hummes


O cardeal brasileiro Claudio Hummes, relator geral do Sínodo dos Bispos, realizado em outubro, disse que a questão da ordenação de homens casados ​​deve ser retomada no Vaticano, apesar do Santo Padre em sua exortação apostólica "Querida Amazônia", publicada hoje. Isso também foi indicado pelo presidente da Rede Eclesiástica da Panamazónica (REPAM) - instituição que liderou o Sínodo - durante a apresentação da exortação na sede da Conferência dos Bispos Católicos do Brasil (CNBB).
À pergunta sobre a ausência do tema da ordenação de homens casados ​​na exortação apostólica do Papa Francisco, o Cardeal comentou que "este assunto como todos os outros" do documento final do Sínodo "deve agora ser trabalhado em conjunto com o Santo Padre e as instâncias da Santa Sé que tratam desses assuntos.”
A edição, que aparece no número 111 do documento final do Sínodo, terá que "ser elaborada e, eventualmente, com um processo que será cumprido", disse o cardeal Hummes.
Na exortação apostólica Caro Amazônia, o Papa Francisco se refere à importância dos padres nos números 89 e 90, incentiva os bispos a promover vocações e não menciona de todo a possibilidade de ordenar padres a homens casados, os chamados 'viri probati' ou homens de virtude comprovada.
O Cardeal Hummes também enfatizou que o que o organismo eclesial proposto pelo Sínodo para a região amazônica fará é muito importante, pois terá “uma função muito importante junto às instâncias do Papa no Vaticano, para discutir e ver em que casos Na verdade, eu poderia fazer este pedido ao Sínodo” para ordenar homens casados.
O cardeal brasileiro de 85 anos também se referiu ao documento final do Sínodo da Amazônia, no qual a maioria dos prelados propunha a possibilidade de ordenar homens casados, diaconisas e a criação de um rito amazônico. Na sua opinião, este texto não deve "ir à prateleira" nem deve ser rejeitado.
"O papa não cita nada para dizer que esse ponto é mais importante ou que deve ser rejeitado", afirmou o cardeal. O Santo Padre, continuou ele, “não fala de nada (ponto do documento final) e isso mostra que ele aprecia tudo porque são frutos do Sínodo, não são frutos de um pequeno grupo de teólogos, mas de um Sínodo que a Igreja tinha. Tudo o que o Sínodo decidiu por lá e aprovou é igualmente importante.”
Nesta quarta-feira em Roma, o diretor da sala de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, destacou que a exortação apostólica pós-sinodal do Papa Francisco é magistério, enquanto o documento final do Sínodo da Amazônia feito em outubro de 2019 não é.
“O Sínodo não era sobre celibato, embora certamente tivesse seu peso. A questão do celibato ou da entrada no sacerdócio de diáconos permanentes foi em resposta a uma exigência pastoral de evangelização. O papa recebeu esse requisito e parece-me que ele respondeu com três palavras, em particular, que estão no ponto 90 da exortação.” Estas palavras são "oração, generosidade e formação".
Por sua parte, o cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, afirmou que “a exortação apostólica não fala em aprovação do documento final. Ele não fala sobre isso, ele fala sobre apresentação, mas não sobre aprovação. Ele convida a ler, diz que não repete e não quer destacar, e não cita ”o documento final do Sínodo da Amazônia".
"Não existe uma clara palavra canônica de aprovação", continuou o cardeal Baldisseri e salientou que, embora o documento final "tenha uma certa autoridade moral, ele não tem magistralidade (autoridade)".
Bruni disse ainda que, embora o papa reconheça o papel do documento final do Sínodo a ponto de “ele o apresentar oficialmente e nos encorajar a lê-lo, isso não faz dele um professor. Qualquer coisa no documento final deve ser lida sob a lupa da exortação apostólica.”
Traduzido e adaptado por Walter Sánchez Silva. Publicado originalmente na ACI Digital


Fonte - aciprensa


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