Em nossa sociedade, vê-se algo como normal de acordo com a maior proporção que isso acontece em relação à outra coisa ou se ele é tido como normal pela maioria das pessoas. Essa compreensão se opõe à boa filosofia que nos aponta que o normal é aquilo que condiz com a natureza da realidade na qual algo está inserido. Vejamos exemplos de distorções geradas por esse falso entendimento contemporâneo da normalidade no âmbito civil e eclesiástico.
Está sendo imposta de forma autoritária a normalização de vícios contra a castidade, particularmente, entre pessoas do mesmo sexo. A propaganda massiva financiada com valores elevados pelos grandes do mundo é quase onipresente na maior parte do mundo, particularmente no Ocidente, e as pessoas tendem a normalizar esses atos exatamente porque se tem a impressão de que quase todo mundo os percebe assim. Obviamente, esse pensamento está incorreto porque mesmo que 99% das pessoas tivessem atração ou praticassem atos contra a natureza do ato sexual, ainda assim seria normal o ato conjugal entre o homem e a mulher porque é este que está conforme a natureza humana no que se refere à perpetuação da espécie.
Um outro exemplo na sociedade civil é naturalização à disforia de gênero e a rejeição e estranhamento às famílias numerosas. Mesmo que a maioria concorde com a primeira, isto não torna sensato autopercepção de alguém como indivíduo do sexo oposto ou de nenhum sexo, porque sua condição não mudará conforme suas ideias sobre si mesmo. Isto é evidente e não exige nenhum estudo sistemático de biologia ou outra ciência para constatar. Claro que não é necessário nem se deva falar com essas pessoas dessa forma assertiva até porque na maioria dos casos elas passaram por inúmeros problemas sociais, especialmente familiares, ao longo da vida, porém não se pode negar a realidade. Quanto às famílias numerosas, elas sempre serão normais apesar de todo mundo as repelir com falsos pretextos como superpopulação, narrativa climática, etc.
Na Igreja, também se concebem como normais coisas que não são pelo fato de serem mais comuns. A recepção da Sagrada Comunhão na mão, por exemplo, é vista por muitos como o mais normal porque, em muitos lugares, é a mais frequente entre os fiéis. Todavia, ela não é a maneira normal de comungar por inúmeras razões como a maior probabilidade de se perder partículas que são Jesus Cristo por inteiro, a história que nos aponta que a comunhão era dada para o fiéis somente na bocas em todos os ritos litúrgicos há mais de um milênio e o favorecimento à perda da Fé na presença substancial de Nosso Senhor.
O uso do véu ou de outra vestimenta para cobrir os cabelos das mulheres é visto como estranho por muitos na Igreja, especialmente por religiosos mais velhos que foram formados em um momento histórico de ódio a tudo que é tradicional. Entretanto, o normal ainda é que as mulheres cubram a cabeça nas igrejas porque São Paulo prescreve isso em suas epístolas, pelo fato de seu uso ser unânime em todos os ritos da missa tanto do oriente como do ocidente, por favorecer a concentração das mulheres na liturgia entre outros motivos.
Por fim, os ritos litúrgicos tradicionais (o romano, especialmente) também causam estranhamento, no entanto eles devem ter destaque na Igreja porque expressam melhor o que a missa e outros sacramentos são segundo a Doutrina Católica. O rito romano antigo deixa muito mais evidente o sacrifício propiciatório da missa, a presença real de Cristo na Eucaristia e o Sacerdócio ministerial do padre do que a missa de Paulo VI.
Enfim, esperamos que tenhamos deixado claro o que é a normalidade e como devemos aspirar por ela em todos os âmbitos da vida. Não devemos temer dizer normal aquilo que é, mesmo que o mundo nos constranja ao contrário. Deus é o criador e também só Ele será nosso Juiz, a quem devemos temer ofender.
Por Gabriel Mesquita
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