sábado, 9 de abril de 2011

Dois importantes artigos da FSSPX-Brasil.

Dois artigos importantes foram publicados hoje pelo site da FSSPX – Brasil. O primeiro, “Podemos chamar a Missa Nova de “Rito Romano Ordinário?”, indicado pelo revmo. Pe. Alejandro Rivero, a quem agradecemos, cujo extrato apresentamos abaixo:

A esterilidade da igreja conciliar, como a denominou um famoso cardeal, está chegando às últimas etapas, como um cadáver no qual a decomposição vai-se acelerando mais e mais. Infelizmente, a França, outrora primogênita da Igreja (não da conciliar) está na dianteira, e os dados são assustadores: a média de idade no seu clero é de mais de 70 anos, párocos idosos estão a cargo de dezenas de paróquias (nos casos extremos, mais de cem), uma parte ínfima da população pratica a religião, etc, etc. O fim está próximo, distando talvez em 5 ou 6 anos. Mas assim como ela é primeira no mal, o é também no bem. Considere-se que hoje 25% das ordenações francesas são de sacerdotes jovens que “fazem a escolha pelo rito tradicional”, isto considerando a tradição num sentido amplo, e não só a FSSPX. Agora, nesta pequena onda de volta ao normal, por assim dizer, é evidente que existem passos a serem dados uns depois dos outros, tal qual uma pessoa que, depois de sofrer um gravíssimo acidente, precisa fazer uma reabilitação progressiva. Poderíamos dizer que a missa nova (e a liturgia em geral) é a causa próxima do mal, já que “lex orandi lex credendi”, e assim uma corrosiva e desnaturada liturgia corresponde a um povo corroído e desnaturado (ou talvez poderíamos dizer des-sobrenaturalizado). Pois bem, a causa próxima do reestabelecimento da Igreja será sem dúvida a missa e todos os outros sacramentos dos quais e pelos quais flui a vida divina (eles são causa instrumental da graça).
O outro — “Um ataque por parte do IBP ou uma revelação da sua leviandade e fraqueza?” — traz uma análise sobre as atuais discussões teológicas entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, em resposta a um artigo publicado no blog Disputationes Theologicae (assunto já abordado em nosso blog).
Dois pontos esclarecem a posição da Fraternidade no Brasil sobre os resultados das discussões teológicas e o Concílio Vaticano II:
A honestidade obriga a abrir os olhos sobre os efeitos alcançados: doravante a liberdade de falar sobre o Concílio começa a existir. Os livros de Gherardini (“A não-infalibilidade do Concílio”) e de Roberto Matei (“A História de Vaticano II”), bem como o Congresso anunciado sobre este tema organizado pelos Fransciscanos da Imaculada demonstram os bons frutos destas conversas. Já não valem as afirmações declamatórias em favor do Vaticano II, a “hermenêutica da continuidade” deve ser comprovada. Até que enfim, a “palavra é livre” sobre o Vaticano II.
[...] A FSSPX aceita o fato material do Concílio, mas não a sua própria autoridade doutrinal ou moral. É evidente que um Concílio pastoral não se pode tornar magicamente doutrinal ou a norma de comunhão com a autoridade, sobretudo quando tem pontos que contradizem o que foi ensinado pela Tradição (Bento XVI, em 22 de Dezembro de 2005). A FSSPX sempre disse e diz que o último Concílio doutrinal foi o Vaticano I. Então, a posição de aceitar como norma de fé todos os Concílios até o Vaticano II exclusivamente ou até o Vaticano I inclusivamente é o que está em causa. Isso é tão evidente que é a razão das conversas. O Vaticano II é contestado não na sua integralidade, mas nas partes que contradizem a Tradição ou a relativiza com as ambiguidades; não se trata de negócio entre não conservar a integridade da Tradição e, em troca, receber vantagens canônicas.
E também elucida os objetivos de Menzingen com tais colóquios:
[A] FSSPX apenas reivindicou a possibilidade de responder às injustas acusações de faltar com as noções da Tradição e do Magistério, e que foi o Papa mesmo quem estimou necessárias estas conversas teológicas.
[...] Não se trata de posições pessoais, de acordo doutrinal, mas da FSSPX se apresentar doutrinalmente para acabar com este mal-entendimento entre Roma e ela. Não é a FSSPX que escolheu estas conversas, mas a autoridade, e só ela podia decidir isso. No entanto, era desejável que os boatos sobre a FSSPX parassem, e uma boa maneira de fazê-los cessar podia ser com estas conversações. A causa do eventual fracasso das conversações consiste no fato de Roma não conseguir manter dois compromissos incompatíveis – respeitar a Tradição e ao mesmo tempo respeitar o modernismo. O trabalho da FSSPX é justamente evidenciar a impossibilidade de manter este duplo compromisso.
http://fratresinunum.com/2011/04/09/dois-importantes-artigos-da-fsspx-brasil/

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...