Segredo para evitar a doença: evitar os comportamentos de risco 
Por Jane Adolphe 
NOVA IORQUE, sexta-feira, 17 de junho de 2011 (ZENIT.org)  - A presente opinião é uma resposta a Nancy Goldstein no debate  realizado na ONU sobre a redação da Declaração Política sobre o HIV e a  aids (cf. Why Won't the Pope Let Women Protect Themselves From HIV?, ou Por que o papa não quer que as mulheres se protejam do HIV?, Guardian,8 de junho).
Goldstein critica Bento XVI (conhecido como Santa Sé no direito  internacional) por ter uma delegação composta só de homens, embora a  delegação traga três mulheres, duas das quais são professoras de  direito. Goldstein insinua também que o papa é anti-mulheres, quando em  realidade ele promove com empenho o respeito inerente de mulheres e  meninas em documentos fundamentais, catequeses, discursos, mensagens,  homilias, conferências e outras atividades. Um dos dicastérios do  Vaticano, o Conselho Pontifício para os Leigos, tem inclusive uma seção  dedicada à Dignidade e Vocação das Mulheres, na qual se aprofundam  ensinamentos com particular atenção à igual dignidade de homens e  mulheres.
O papa afirma que há “profundas verdades antropológicas sobre o homem  e a mulher, a igualdade das suas dignidades e a unidade de ambos, a  diversidade bem enraizada e profunda entre a masculinidade e a  feminilidade e sua vocação à reciprocidade e à complementaridade, à  colaboração e à comunhão” (discurso de Bento XVI na conferência “Mulher e  homem, o humanum na sua totalidade”, 2008; cf. João Paulo II, “Mulieris Dignitatem”,  1988, nº6). O papa rejeita, portanto, uma uniformidade indistinta entre  as mulheres e os homens, que constitui uma chata e empobrecida  igualdade e uma vitrine da luta interminável entre mulheres e homens  pelo poder.
Ele destaca que as mulheres trazem o peso das consequências negativas  associadas à negação da complementaridade do homem e da mulher, que são  adaptadas com frequência a uma visão equivocada da masculinidade.  Reconhece os resultados deploráveis do simples fato de ser mulher, e a  possibilidade reduzida de nascer, sobreviver à infância, evitar a  violência, receber uma alimentação adequada, ter acesso à educação e  saúde e evitar o HIV e a aids (cf. João Paulo II, Discurso aos Membros  da Delegação da Santa Sé na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher,  Pequim, 1995; ver também Discurso de Bento XVI aos Participantes da 5ª  Conferência Geral das Conferências Episcopais da América Latina e do  Caribe, Brasil, 2007).
O papa promove uma resposta ao HIV e à aids baseada em valores. Ela  se baseia na eliminação do risco mediante a abstinência sexual antes do  casamento e a fidelidade mútua no matrimônio, evitando os comportamentos  de risco, além de promover o acesso universal aos medicamentos que  previnem a difusão do HIV de mãe para filhos. Quanto à prevenção, Bento  XVI procura mostrar às mulheres que uma conduta sexual irresponsável não  faz parte de um estilo de vida aceitável. Pelo contrário, ele convida  cada pessoa a viver conforme a ordem moral natural, respeitando a  dignidade inerente da pessoa humana. Esta postura respeita a lei  internacional de direitos humanos (cf. Declaração Universal de Direitos  Humanos, preâmbulo, par. 1, art. 1,29).
Em resumo, o Santo Padre incentiva a formação do caráter e a educação  para uma conduta apropriada, como o grande segredo para evitar a  doença. O ponto de partida é que as mulheres e os homens podem e devem  mudar a sua conduta irresponsável. A posição contrária aceitaria os  comportamentos irresponsáveis para depois defender a simples redução dos  riscos (por exemplo, usando preservativos ou agulhas limpas), como se  as pessoas fossem, de alguma forma, incapazes de se livrar de um  comportamento autodestrutivo.
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Jane Adolphe é professora associada de Direito da Ave Maria School of Law, em Naples, Flórida. Foi membro da delegação da Santa Sé na reunião de 10 de junho na ONU sobre HIV/Aids.
 
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