[IHU]
6/9/2011
O arcebispo de Dublin, Dom Diarmuid Martin,
admitiu que "um conluio" que protege os clérigos abusadores sexuais pode estar atuando
nos níveis mais altos da Igreja Católica.
A reportagem
é de Ronald Quinlan e Maeve Sheehan, publicada no jornal The
Irish Independent, 04-09-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Dom Martin disse: "Pode haver um conluio em Cloyne. Eles podem ter
amigos em outras partes da Igreja irlandesa. Eles podem ter amigos na sociedade
irlandesa. Podem ter amigos no Vaticano".
Questionado
ontem sobre quem estava impedindo a proteção das crianças, ele disse: "Os
números envolvidos nisso são poucos. Os danos que essas pessoas provocam é
horrendo. Cabe a todos nós ver onde eles estão, mas no longo prazo. Eu tenho
que assumir a responsabilidade de que, em Dublin, não haja conluios que
rejeitam as nossas leis de proteção à criança".
"Todo
mundo sabe que há pessoas que têm desafiado o que eu faço. Há pessoas que
desafiam o que a diocese faz, pessoas que desafiam as normas nacionais. Elas
existem. A forma de sair dos conluios é que aqueles entre nós que estão
convencidos do que estamos fazendo sejam fortes juntos".
Seus
comentários foram feitos enquanto uma auditoria nacional dos abusos sexuais
clericais realizada por uma unidade policial contra o crime sexual espera
revelar em alguns meses, quando estiver concluída, um enorme volume de
denúncias contra padres, que remontam há 80 anos.
Ontem, em
uma resposta há muito esperada, o Vaticano
disse que estava "arrependido e envergonhado" pelo que aconteceu na
Igreja irlandesa, mas negou que tenha ajudado a ocultar o que ocorreu.
O ministro
de Relações Exteriores, Eamon Gilmore, disse ontem: "Eu continuo sendo
da opinião de que a carta de 1997 do núncio forneceu um pretexto para que
alguns evitassem a plena cooperação com as autoridades civis irlandesas".
"O
abuso sexual de crianças é um crime tão hediondo e repreensível que as questões
sobre o estatuto específico dos documentos não devem permitir que se oculte a
obrigação de que pessoas em posições de responsabilidade lidem rapidamente com
tais abusos e os denunciem".
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