20 de setembro
A primeira referência sobre santa Cândida foi encontrada no calendário
da Igreja de Córdoba e em alguns documentos da antiga Galícia, ambas na
Espanha. Mas foi pela tradição cristã do povo napolitano, na Itália, que
se concluiu a história desta santa.
A vida cristã de Cândida iniciou quando
ela foi convertida, segundo essa tradição, pelo próprio apóstolo Pedro,
de passagem por Nápoles. Naquela época, o apóstolo, com destino a Roma,
atravessou Nápoles, onde a primeira pessoa que encontrou na estrada foi a
pequena Cândida. Percebeu, imediatamente, que a pobre criança estava
doente. Parou e perguntou-lhe se conhecia a palavra de Jesus Cristo.
Diante da negativa e em seu ardor de levar a mensagem do Evangelho,
Pedro falou-lhe da Boa-Nova, da fé e da religião dos cristãos; curou-a
dos males que sofria e a converteu em Cristo.
Assim, Cândida foi colhida pela luz de
Deus e curada do físico e da alma. Chegou em casa falando sobre o
cristianismo e contando tudo o que o apóstolo Pedro lhe dissera. Muito
intrigado e confuso, Aspreno, um parente que a criava, saiu para
procurá-lo. Quando se encontraram, com muito zelo Pedro converteu também
Aspreno, que o hospedou em sua modesta casa por alguns dias. O apóstolo
acabou por catequizar os dois e, em seguida, batizou-os e
ministrou-lhes a primeira eucaristia durante a celebração da santa
missa. Esse local recebeu o nome de “Ara Petri”, que significa Altar de
Pedro. Depois, antes de partir, o apóstolo consagrou Aspreno primeiro
bispo de Nápoles e pediu para a pequena Cândida continuar com a
evangelização, salvando as almas para Nosso Senhor Jesus Cristo.
Aquele lugar onde fora celebrada a santa
missa por são Pedro tornou-se de grande veneração por Cândida. Ela
deixou seu lar com todos os confortos, preferindo passar seus dias numa
gruta escura nas proximidades de “Ara Petri”, onde vivia em penitência e
oração, catequizando e convertendo muitos pagãos. Após alguns anos, o
número de cristãos havia aumentado muito. Por isso, quando o imperador
romano ordenou as perseguições contra a Igreja, os convertidos foram
obrigados a fugir ou esconder-se. Então, o bispo Aspreno embarcou
Cândida, junto com outros cristãos, com destino a Cartago, no norte da
África, tentando mantê-los a salvo da implacável perseguição, mas não
conseguiu. Foram alcançados, presos e torturados. Cândida foi levada a
julgamento e condenada à morte porque se negou a renunciar à fé em
Cristo.
No Martirológio Romano, encontramos
registrado que a virgem e mártir cristã Cândida morreu no Anfiteatro dos
martírios de Cartago, no dia 20 de setembro. Suas relíquias,
encontradas nas Catacumbas de Priscila, agora estão guardadas na igreja
Santa Maria dos Milagres, em Roma.
Muitos séculos mais tarde, pesquisas
arqueológicas feitas na cidade de Nápoles encontraram no local “Ara
Petri” um antigo cemitério de cristãos. O fato colocou ainda mais
devoção sobre a figura de santa Cândida, eleita pelos fiéis como
padroeira das famílias e dos doentes. Ela recebe, no dia 20 de setembro,
as tradicionais homenagens litúrgicas confirmadas pela Igreja.
Santa Cândida, rogai por nós!
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