agencia - D. António Vitalino reflete sobre caso do «triplo homicídio da família Esperança», que continua a marcar o quotidiano da diocese.
D. António Vitalino |
Beja, 20 fev 2011 (Ecclesia) – O bispo de Beja desafiou hoje os
cristãos a adotarem uma postura de maior responsabilidade social e
religiosa, no sentido de participarem na “prevenção ou cura” dos “males”
que atingem atualmente a sociedade.
“Peço apenas para vivermos este tempo com um olhar mais atento a quem
nos rodeia, sobretudo aos que mais sofrem, corporal ou
espiritualmente”, realça D. António Vitalino, numa mensagem quaresmal
onde faz referência ao “triplo homicídio da família Esperança”.
Segundo o prelado, “muito se tem falado” sobre o caso de Francisco
Esperança, um homem de 59 anos que no dia 13 de fevereiro foi detido e
acusado de assassinar a mulher, a filha e a neta, em Beja, e que quatro
dias depois foi encontrado morto na sua cela, no Estabelecimento
Prisional de Lisboa.
No entanto, “pouco se ouviu dizer acerca das causas e da prevenção ou
cura deste e outros males que afetam as nossas famílias e a sociedade”,
salienta o bispo de Beja, para quem a primeira solução passa pela
criação de uma “cultura de proximidade, de boa vizinhança”.
“Se pusessemos em prática esta atenção muitas misérias seriam
prevenidas”, aponta aquele responsável, numa alusão às circunstâncias
que envolveram a morte das duas mulheres e da criança, de apenas quatro
anos, que já se encontravam mortas em casa há cerca de uma semana.
Realçando que a prática da “boa vizinhança será um bom exercício para
todos os cidadãos”, D. António Vitalino admite no entanto que espera
mais dos seus fiéis, que “têm motivos ainda mais fortes para cultivar
esta atitude”.
“Em Cristo formamos um só corpo. Se um membro sofre, está doente e
não cumpre a sua missão, todo o corpo sofre com isso”, recorda.
“Com um olhar humilde e cheios de compaixão e misericórdia”, os
cristãos são desafiados a ajudar quem mais precisa, ao mesmo tempo que
se devem “apoiar mutuamente no caminho da perfeição e da santidade”.
Aqui, o prelado alentejano sublinha a importância das pessoas
participarem ativamente na vida da Igreja, sobretudo “na vivência
sacramental e na prática da caridade”, como uma verdadeira “comunidade
de fé”.
A Quaresma é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado
por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para
a Páscoa (celebrada este ano a 8 de abril), a principal festa do
calendário cristão.
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