Do UOL, em São Paulo
O documento papal - ou "Motu Proprio" - permitiria aos cardeais a
antecipação do conclave em que se elegerá o novo papa, após a renúncia
de Bento 16. Segundo a Constituição "Universi Dominici Gregis", o
conclave deve começar 15 ou 20 dias após o Trono de Pedro ficar vago
pela morte ou renúncia do pontífice.
No sábado passado (16), o Vaticano anunciou que o conclave começará
antes de 15 de março se houver quórum de cardeais suficiente em Roma.
Nos últimos dias, vários cardeais expressaram vontade de antecipar o
início do conclave, já que Bento 16 anunciou sua renúncia no dia 11 de
fevereiro e essa se tornará efetiva no dia 28 do mesmo mês.
A eventual antecipação, graças à intervenção "na última hora" do papa,
poderá ser estabelecida pelos cardeais reunidos em congregação geral no
início da chamada "Sé Vacante", ou seja, o período que começa quando o
papa renuncia e o camerlengo - o cardeal Tarcisio Bertone - assume o
governo temporário da Igreja.
São esperados 117 cardeais para os trabalhos do conclave na Capela Sistina até que a "fumaça branca" anuncie o "habemus papam".
Brasileiros na decisão
O conclave terá a participação de cinco cardeais brasileiros com
direito a voto e que podem ser eleitos pontífices. O arcebispo emérito
de São Paulo, dom Claudio Hummes, terá 78 anos quando começar o
processo. Ele será acompanhado do atual presidente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que
completou 76 anos em 15 de fevereiro e também é arcebispo de Aparecida.
Os outros três brasileiros no conclave são o prefeito da Congregação
para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida
Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65; o arcebispo de São
Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63; e o arcebispo de Salvador e
ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80
anos em outubro.
Reza e renovação
Bento 16 pediu aos fiéis no domingo (17) que rezem por ele e pelo
próximo papa, em declaração feita a uma multidão maior do que o normal
em sua penúltima celebração do Angelus dominical, no Vaticano.
"Agradeço de coração a todos por suas orações e afeto nestes dias. Os
suplico que continueis rezando por mim e pelo próximo papa, assim como
pelos exercícios espirituais que começarei esta tarde junto com os
membros da Cúria Romana", disse.
As pessoas na praça de São Pedro gritaram "Viva o Papa", agitaram
bandeiras e irromperam em aplausos desde que o pontífice falou de sua
janela. Aos 85 anos, Bento 16 deixará o papado em 28 de fevereiro.
O pontífice também fez votos para que neste tempo de Quaresma a Igreja e
todos os seus membros a se "renovarem" e "se reorientarem em direção a
Deus, rejeitando o orgulho e o egoísmo". (Com agências internacionais)
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