Por Hermes Rodrigues Nery (*)
Estivemos em Belo Horizonte, onde a abortista Roseli Fischman fez seu proselitismo laicista na FAJE. Apresentamos os nossos argumentos à Coordenação da FAJE sobre a falácia dos eufemismos e como os inimigos da Igreja estão agindo por dentro, com sofisticação semântica, para semear o joio por dentro da instituição. Ao final, dissemos: viemos aqui para não pecar por omissão e afirmar a nossa fidelidade ao Magistério da Igreja. Não foram autorizadas fotos nem filmagens do evento. Mas estivemos lá — afirmando com veemência — o valor do Evangelho da Vida.
Após a leitura do artigo do Pedro Anísio de Alcântara, fizemos
uma pesquisa do histórico da Profª. Roseli Fischman e realmente
constatamos que ela colabora com o CLADEM, que segundo ela própria
define como “uma articulação plural de organização e pessoas da
sociedade civil latino americana e caribenha em defesa e promoção dos
direitos humanos a uma educação pública, laica e gratuita para todos”. A
Profª Roseli Fischman costuma fazer seu proselitismo laicista para
justificar o direito à autonomia individual e os demais direitos
decorrentes dessa premissa laicista, como os direitos das mulheres acima
do direito dos pais em educar seus filhos, os direitos sexuais e
reprodutivos, inclusive o direito ao aborto, etc.
Sugerimos então que houvesse uma mobilização de e-mails e
telefonemas, especialmente para evitar que a exposição da Prof.ª Roseli
Fischman, que, segundo Pedro Anísio de Alcântara, “faz parte do Grupo de
Estudos sobre o Aborto (GEA), que conta com o apoio do Ministério da
Saúde e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e seu foco é
capilarizar a discussão do tema do aborto sob o prisma da Saúde Pública
e retirá-lo da esfera do crime. Entre seus participantes o GEA declara
outras organizações, como por exemplo, as Católicas pelo Direito de
Decidir e o Ipas Brasil, que possuem a mesma finalidade, além do
Ministério da Saúde e da Secretaria de Política para as Mulheres. Para
alcançar seu fim o GEA produz novos materiais e estimula a difusão de
informação e dados de pesquisas através de entrevistas e matérias nos
veículos de comunicação do Brasil e no mundo e realiza seminários,
colóquios e encontros com mais parceiros nessa iniciativa. Tudo isso
para descriminalizar o aborto.
Para se ter ideia da importância do GEA, alguns dos seus membros e o
próprio grupo tiveram importância na discussão e julgamento favorável ao
aborto de fetos anencéfalos pelo STF na ADPF 54. Pró-aborto, a Dra.
Roseli realizou nos anos de 2007 e 2008 o projeto “Ensino Religioso em
Escolas Públicas: legislação e normas e seu impacto sobre a cidadania e
os direitos sexuais e reprodutivos”. Tal projeto teve como financiadores
as Católicas pelo Direito de Decidir e apoio financeiro da MacArthur
Foundation (ambas abortistas) com consultoria do GEA. Em 2009, em
audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional
da Câmara dos Deputados, a Dra. Roseli Fischmann, contrária ao acordo
entre o Brasil e o Estado do Vaticano, defendeu a sua
inconstitucionalidade e seus perigos. Tendo ela mesma, por conta desta
ocasião, pedido a viagem de representante(s) da virulenta ATEA
Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos para Brasília.
”Não conseguindo audiência com Dom Walmor, arcebispo de Belo
Horizonte, para lhe falar sobre o histórico de militância abortista e
anticatólica da prof.ª Roseli Fischman, conversei por telefone com o
Reitor da FAJE, Pe. Vitório, destacando os vários documentos pontifícios
que primam por afirmar a identidade católica nas instituições
acadêmicas católicas, e dizendo que acolher a Prof.ª Fischman naquela
instituição acadêmica católica e jesuíta é alargar o relativismo ainda
mais, em detrimento do Magistério da Igreja, esse sim, que deveria ser
priorizado. Ao que o Pe. Vitório disse que, em nome do pluralismo,
aceita dialogar com o diferente, inclusive com os inimigos da Igreja,
aludindo que Jesus dialogou com Satanás. Vindo uma declaração desta de
um padre e reitor de uma instituição católica, foi chocante. E concluiu
dizendo que já havia falado com Dom Walmor, e de que garantiria, sim, o
direito da Prof.ª Fischman falar na FAJE sobre a laicidade do Estado, em
nome do pluralismo. Diante da negativa de cancelamento, sugerimos então
um debate com a Prof.ª Fischman, para refutar suas posições laicistas e
anticatólicas, e solicitei ao Pe. Berardo Graz e Pe. Pedro Stepien que
ligassem para ver essa possibilidade.
Fui então, representando a Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul
1 da CNBB, na manhã do dia 3 de outubro, até a FAJE, com o objetivo de
ao menos fazer uma fala em defesa do Magistério da Igreja, nesse
contexto. Mas ao chegar à FAJE, com uma pequena comissão pró-vida
formada por Adonias, Nina, Marta Ceravolo e esposo, não tivemos
autorização de fazer uso da palavra, nem de fotografar nem de filmar o
que quer que fosse, e Pe. Vitório delegou ao Pe. Álvaro Pimentel (que
nos deu boa acolhida) que se reunisse conosco em uma sala, junto com a
Assessora de Imprensa da FAJE.
Pe. Álvaro Pimentel disse que a FAJE não estava realizando evento
pró-aborto, mesmo eu ter explicado que a tática dos inimigos da Igreja é
utilizar-se de eufemismos (lembrei a ele o Léxicon publicado pela
CNBB), assim como acontece no Congresso Nacional com os Projetos de Lei,
a exemplo do PLC 03/2013), o termo “aborto” não é mencionado, mas
trata-se na realidade de uma estratégia semântica. A Prof.ª Roseli
Fischman faz a defesa do direito à autonomia individual e das mulheres
ao aborto quando discorre sobre as premissas do laicismo, a exemplo do
que já escreveu em seus textos e em suas demais abordagens e exposições.
O Pe. Álvaro disse que para entrar na palestra dela, tínhamos que ter
feito a inscrição para o simpósio, procedimento este que ficou a cargo
de Pe. Pedro. Para corroborar a posição de militante anticatólica da
Prof.ª Roseli, sugerimos então disponibilizar o vídeo da sua palestra,
ao que ele nos disse que a palestra dela não tinha autorização para ser
fotografada nem filmada. Pe. Álvaro Pimentel afirmou que conhecia a
posição divergente da Prof.ª Roseli Fischman em relação ao Magistério da
Igreja, mas que todos os professores e especialistas que lá
participaram do simpósio eram de conhecimento de Dom Walmor e demais
bispos, bem como do próprio Vaticano. E que a proposta do seminário era
justamente esta: trazer especialistas que pensam diferente do Magistério
da Igreja, para que os alunos possam fazer o discernimento. Insistiu na
tese de que é preciso dialogar com o inimigo, lembrando que Jesus disse
que é preciso amar nossos inimigos. Perguntou-me se eu tinha titulação
acadêmica. Ao que respondi que sou especialista em Bioética, pela
PUC-RJ, em curso promovido pela CNBB e Vaticano (Pontifícia Academia
para a Vida). Disse ainda que ficou horrorizado com os mais de mil
compartilhamentos pelo facebook só de uma página chamada “Santa Igreja”,
e dos comentários dos internautas, o que tudo isso será objeto de
providências posteriores, sugerindo inclusive, em nome da correção
fraterna, reconsiderações apropriadas. Disse a ele, com ênfase, de que o
seguimento a Jesus Cristo (a missionariedade e discipulado) requer
fidelidade ao Magistério da Igreja, exigindo muitas vezes o deserto e a
cruz, e que diante do holocausto silencioso que vitima hoje milhões de
crianças privadas ao direito à vida, atenderemos o clamor feito por João
Paulo II, na Evangelium Vitae, de afirmar a cultura da vida, mesmo em
meio a tantas hostilidades contra a vida, a família e a fé católica.
Cordialmente, em Cristo e Maria!
_________________
(*)Prof. Hermes Rodrigues Nery e comissão formada por Adonias Martins de
Souza, Nina Viana, Marta Maria Ceravolo Pelypec e esposo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário