Por Dom Adelar Baruffi*
Vida virginal, pobre e obediente, que assume a forma que Cristo escolheu para vir a este mundo.
As formas de vida consagrada são várias, como “uma grande árvore, de múltiplos ramos”.
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A terceira semana de agosto é dedicada à Vida
Consagrada. Neste ano, assume especial importância, pois estamos vivendo
o Ano da Vida Consagrada, proclamado pelo Papa Francisco, que se
estende até o dia 02 de fevereiro de 2016.
"Desde os primórdios da Igreja existiram homens e mulheres que se
propuseram pela prática dos conselhos evangélicos seguir a Cristo com
maior liberdade e imitá-lo mais de perto, e levaram, cada qual a seu
modo, vida consagrada a Deus” (PC 1). As formas de vida consagrada são
várias, como “uma grande árvore, de múltiplos ramos”. Expressa-se na
vida monástica, contemplativa e ativa, na vida religiosa nas diferentes
congregações e ordens, nos institutos seculares, nas sociedades de vida
apostólica e outras novas formas.
A busca da santidade na pobreza, castidade e obediência
Uma nota que caracteriza a vida consagrada é a radicalidade no
seguimento de Jesus Cristo. Pela sua forma de vida, expressam de maneira
clara a vocação de todos os batizados à santidade, procurando “ter os
mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl 2,5). Recordo Santa
Terezinha do Menino Jesus, que dizia: “Não quero ser uma santa pela
metade; não tenho medo de sofrer por Vós; só tenho medo de uma coisa, é
de conservar a minha vontade, tomai-a, porque 'eu escolho tudo' o que
Vós quereis” (Manuscrito A, 10v). É um caminho de especial dedicação a
Cristo, a serviço do Reino de Deus, de coração indiviso, de forma plena,
total, “assumindo a forma de vida que Cristo escolheu para vir a este
mundo: vida virginal, pobre e obediente” (DAp 216).
Um olhar de gratidão
Trata-se de uma forma radical de vida cristã, que tem encantado
muitos homens e mulheres durante toda a história da Igreja. Quantos
santos e santas, missionários e missionárias, a maioria vivendo no
anonimato, numa entrega cotidiana, com alegria, à missão. Basta olhar a
história da Igreja no Brasil, desde os primórdios com a presença dos
missionários europeus, na sua maioria religiosos e religiosas. A vida
da Igreja em nossa Diocese de Cruz Alta também é marcada pela presença
de várias congregações religiosas, masculinas e femininas. Quanta
contribuição à Igreja e à sociedade, na educação, na saúde, na pastoral
paroquial, na assistência social e promoção humana, na agricultura e nas
cidades, no trabalho com as crianças, os idosos, os pobres, os
dependentes químicos, no acolhida e aconselhamento. A todos e todas,
nosso muito obrigado.
Despertar o mundo
Falando aos religiosos, o Papa Francisco diz que “devem ser homens e
mulheres capazes de despertar o mundo.” Isto porque “quem foi
encontrado, alcançado e transformado pela Verdade que é Cristo, não pode
deixar de anunciá-la” (Francisco, 27/07/13). Carregam consigo a memória
da fé; na proximidade se fazem companhia no caminho humano,
inclinando-se com amor materno e espírito paterno aos sofredores e são
sinais que apontam profeticamente para a realização do Reino.
Testemunham que somente Deus basta e, assim, a vida tenha sentido e
alegria.
A todos os consagrados e consagradas, especialmente de nossa Diocese de Cruz Alta, minha gratidão e meu abraço.
CNBB 17-08-2015.
*Dom Adelar Baruffi é bispo de Cruz Alta (RS).
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