O triunfo do demônio [o Gênio da destruição) (1878), de Mihály Zichy |
UM DOS ASSUNTOS mais comentados em redes sociais nesta terça-feira
(11/8/2020) foi a notícia de uma grande, imensa desgraça que se abate
sobre o mundo outrora civilizado.
A França vem preparando há meses (desde 2018) a nova versão da sua
"Lei de Bioética". Na madrugada do último dia 1º de agosto, sua
Assembleia Nacional aprovou, em segunda votação, a última proposta para
tal lei. A votação foi polêmica, tanto pelo que foi aprovado
quanto pela representatividade do Parlamento: dos 577 deputados
franceses, apenas 101 votaram, dos quais 60 votos foram favoráveis à
proposta, 37 contrários e 4 se abstiveram.
Repleto de eufemismos, os pontos mais impactantes do texto são os seguintes:
• Aprovação do aborto até nove meses, mediante diagnóstico de equipe médica que ateste “sofrimento psicossocial da gestante”;
• A possibilidade de reprodução assistida para mulheres solteiras ou "casais" de lésbicas;
• A flexibilização da doação de gametas e a autorização de sua autopreservação;
• Novas regras para pesquisas com células-tronco embrionárias (fabricação e uso);
• A retirada do anonimato de doadores de gametas para bebês nascidos em vitro;
• a flexibilização (sic) do uso de dados genéticos dos franceses.
A liberação incondicional do aborto, até os 9 meses de gestação(!), em caso de 'sofrimento psicossocial'!
Hoje, a lei francesa permite o aborto voluntário até a 12ª semana. O eufemismo denominado “interrupção médica da gravidez” (IMG) em vigor atualmente já não penaliza o aborto até o nono mês de gravidez em dois casos: quando o nascituro tem alguma doença incurável ou quando há risco para a saúde da mulher.
Sobre a proposta da Lei de Bioética, de incluir o “sofrimento psicossocial” nas possibilidades de IMG, os abortistas afirmam que, como a interrupção da gravidez já é permitida em casos de risco físico, a mudança é "apenas" no sentido de deixar claro na lei a inclusão dos "riscos para a saúde mental".
Na prática, porém, caso a lei seja definitivamente aprovada como está, o aborto até os nove meses será inevitavelmente facilitado, uma vez que qualquer caso pode ser classificado como “sofrimento psicossocial”, ao depender simplesmente de como a gestante se sente – ou como alegar se sentir. Isso também significará um grande aumento da pressão (que hoje já é grande) sobre os médicos contrários ao aborto.
“O critério de sofrimento psicossocial não é verificável. Quem pode julgar o sofrimento de uma mulher?", disse Tugdual Derville, presidente da Alliance VITA, uma organização pró-vida, em suas redes sociais. Dizendo o óbvio, completou: “É uma realidade tão íntima e subjetiva. A expressão de uma emoção não pode afirmar o direito de suprimir a vida de um ser humano!”.
O presidente da organização Alliance VITA afirma ainda os ativistas pró-aborto escondem os sofrimentos físicos e mentais causados às próprias mulheres (mães) com o aborto.
Ao La Croix, o médico ginecologista Gilles Grangé afirmou ainda que a medida pode aumentar o número de solicitações de aborto sem motivo. “Corremos o risco de ver pacientes reivindicando o direito ao aborto seja qual for o termo, e se nos opormos seremos chamados de reacionários”, lamentou.
Nas redes sociais francesas, não faltaram reações contra a medida. Mas, infelizmente, esta é a única via e o único instrumento que restou às pessoas de bem (por enquanto).
Itália segue o tenebroso exemplo francês: governo italiano facilitará a prática do 'aborto livre' pelo uso de fármacos
A indução de aborto químico por meio da droga RU486, que lamentavelmente já é permitida no país desde 2009, antes exigia a internação por três dias das mulheres que fossem utilizá-lo. Com a nova diretriz, será liberada a venda da substância abortiva e até mesmo o seu uso caseiro. A disseminação da prática do aborto será inevitável, e trará consequências morais e sociais catastróficas.
"Não é 'menos aborto' por não ser realizado com instrumentos cirúrgicos”, disse a presidente do Movimento per la Vita, Marina Casini, ao Vatican News, assinalando ainda que existem riscos significativos para a saúde associados aos abortos químicos: "A Itália está diante de uma propaganda a favo da droga abortiva".
Casini frisou ainda que as mudanças propostas se baseiam na ideologia e na tentativa de convencer as pessoas de que o aborto é algo banal, “para nos fazer esquecer que está em causa a destruição de um ser humano na etapa pré-natal”.
Desgraça absoluta. Preparemo-nos para as dores que vêm por aí. Atrocidades de tal magnitude não passarão incólumes, nem ficarão sem o devido castigo.
Veni ad salvandum nos, Domine Deus noster!
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