sábado, 19 de agosto de 2023

A Assunção: o dia mais bonito do tempo e da eternidade

 ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA E O VALOR DA ETERNIDADE 


A Assunção em corpo e alma da Virgem ao Céu é um dogma da fé católica, acreditado pelos cristãos desde tempos imemoriais e solenemente proclamado por Pio XII em 1º de novembro de 1950. Após invocar a assistência do Espírito Santo, reinando um profundo silêncio na multidão, recitou com palavras firmes e comovidas a fórmula com a qual definiu solenemente "é dogma da revelação divina que a Imaculada Mãe Deus, sempre Virgem Maria, tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma na glória céu azul". Eram 9h45 da manhã e mais de um milhão e meio de peregrinos se reuniram na Praça de São Pedro. Ao entardecer, a Cidade Eterna era uma brasa de luz. Todas as igrejas de Roma, os monumentos, o Capitólio, o Coliseu e o Castelo do Santo Anjo, foram iluminados em homenagem à Virgem.

A Assunção é o quarto dogma mariano proclamado até hoje, após a maternidade de Maria, sua virgindade perpétua e a Imaculada Conceição. O grandioso desígnio que Deus, na visão ilimitada de sua mente infinita, havia previsto para Maria, foi consumado no dia em que a Virgem, tendo abandonado definitivamente a Terra, foi instalada em corpo e alma no Céu, no trono da glória eterna.

O profeta Elias foi levado ao Céu num carro de fogo (2 Reis 2,11). Segundo os exegetas, foi um grupo de anjos que o ergueu da Terra. No caso de Maria, não foi apenas um grupo de anjos que a levou ao Céu, mas o próprio Rei do Céu, que veio buscá-la e a acompanhou ao Paraíso com toda a corte celeste. Por isso, São Pedro Damião afirmou que a Assunção de Maria foi um espetáculo ainda maior do que a Ascensão de Jesus Cristo, pois somente os anjos encontraram o Redentor, enquanto o próprio Senhor encontrou a Virgem, Rei do Céu, e a multidão de todos os anjos e santos. Se, segundo São Bernardo, a mente humana não é capaz de compreender a imensa glória que Deus preparou no Céu para aqueles que o amaram na Terra, Quem poderá compreender, diz Santo Afonso, a glória que deve ter preparado para a sua amada Mãe, que na Terra o amou mais do que todos os homens desde o momento em que foi criada, mais do que todos os santos e todos os anjos juntos? Plínio Correia de Oliveira diz: «Depois da Ascensão do Senhor, deve ter sido o acontecimento mais glorioso da história terrena, só comparável ao dia do Juízo Final, quando Nosso Senhor Jesus Cristo virá em glória e majestade, segundo as Sagradas Escrituras, para julgar os vivos e os mortos. Junto com Ele, a Virgem aparecerá diante de nossos olhos de forma inefável, resplandecente com a glória que dEle procede».

Naquele dia o céu foi iluminado com uma luz incomum, e Maria se elevou acima de todos os coros de anjos. Desde então, somente Nosso Senhor esteve acima dela na Glória. A gloriosa luz que coroa a alma de Maria e lhe revela a grandeza do Filho em todo o seu esplendor e na sua dignidade materna supera em muito a glória de todos os anjos e santos. É por isso que a liturgia de 15 de agosto diz que foi elevada acima dos coros angélicos: "Elevata est super choros angelorum ad coelestia regna". Só há um trono mais alto que o dela: o de Jesus. As outras, segundo o teólogo Emilio Campana, estão todas abaixo: «Em termos de esplendor, intensidade, extensão e plenitude, a glória de Jesus é imediatamente seguida pela de Maria. Assim como se diz de Jesus que está sentado à direita de Deus Pai Onipotente".

O dia da Assunção é o dia da glória e da coroação de Maria no Céu. Naquele dia, a Virgem Maria coroada sentou-se ao lado de Jesus, o divino Rei, como rainha do Universo, da mesma forma que Jesus, uma vez cumprida a sua missão redentora, sentou-se à direita de Deus. A partir desse momento, a participação de Ella na realeza de Cristo tornou-se oficial e solene. Padre Règinald Garrigou-Lagrange diz: «Como Mãe de Deus, Maria participa mais do que ninguém da glória de seu Filho, e como no Céu a divindade de Jesus é palpavelmente evidente, é óbvio que, sendo Mãe do Verbo Encarnado, Maria pertence à ordem hipostática, tem uma afinidade singular com as Pessoas divinas e participa mais do que ninguém da realeza universal do Filho sobre todas as criaturas».

Como se vê, o dogma da Assunção está intimamente ligado ao privilégio da realeza de Maria, pela qual ela é coroada na glória celeste e é Rainha do Céu e da Terra como soberana da Igreja militante, purgativa e triunfante, Rainha da os anjos e os santos. Rainha da Paz, segundo o título que Bento XV acrescentou à Ladainha Lauretana em 1917. E é também "Rainha das Vitórias, diante de cujo nome poderoso os Céus se alegram e os abismos tremem de medo", como pede a Virgem de o Rosário de Pompeia escrito pelo beato Bartolo Longo.

Depois de celebrar as glórias de Maria Assunta, Pio XII instituiu a festa de Maria Rainha através da encíclica Ad Coeli Reginam  de 28 de outubro de 1954, que deveria ser celebrada em todo o mundo no dia 31 de maio, e ordenou que nessa data se renovasse a consagração de o gênero humano ao Imaculado Coração de Maria. A data foi posteriormente transferida para 22 de agosto para sublinhar a ligação entre a realeza da Mãe de Deus e sua Assunção corpórea.

O triunfo do Imaculado Coração de Maria que a Virgem anunciou em Fátima é um fato histórico que tem modelo sublime na glória de Maria assunta ao Céu.

Portanto, se na eternidade fosse possível distinguir um dia do outro, teríamos que dizer que não há dia mais extraordinário e mais belo do que o da Assunção de Maria.

(Traduzido por Bruno de la Imaculada)

 

Fonte - adelantelafe

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