domingo, 27 de agosto de 2023

O reconhecimento de Realeza e Divindade para com o Sagrado

São Francisco de Assis que embora seja o santo em que a vivência da pobreza foi seguida de modo estrito, nunca a estendeu para as coisas de Deus, particularmente no Santíssimo Sacramento.

Todos os santos foram desapegados dos bens deste mundo, porém sempre se utilizaram deles para que o culto a Deus fosse o mais apropriado possível. Todos os altos gastos com paramentos, objetos litúrgicos, adornamentos de igreja e vestes e insígnias episcopais e papais sempre foram louvados mesmo por santos que viveram a virtude da pobreza em alto grau.

Infelizmente, o discurso e a prática que se vê na igreja de despojar o sagrado supostamente por amor aos pobreza e simplicidade não está conforme a Tradição da Igreja e nem com Evangelho (vide o caso da reação de Judas Iscariotes ao ato da mulher de embalsamar com perfumes caros os pés de Jesus e a reação de Nosso Senhor). Quando se despoja o sagrado, o que acontece (estando as pessoas com consciência disso ou não) é o destronamento de Deus, Nosso Senhor, e a exaltação do homem.

Introdução de GABRIEL MESQUITA. Artigo gentilmente cedido pelo mesmo!

Sete curiosidades sobre São Francisco de Assis
São Francisco de Assis

 


Por Padre João Silveira


Será indiferente que os objetos relacionados com o Santíssimo Sacramento sejam 'simples' e 'pobres' porque Jesus também foi pobre? Antes de mais, dizer que a Lei da Igreja tem regras exigentes em relação a essa matéria, mas vamos fazer de conta que não. Olhemos para o exemplo de São Francisco de Assis, insuspeito no que toca a questões de pobreza e riqueza.

Numa carta aos Custódios, diz o santo: “Os cálices, os corporais, os ornamentos dos altares e tudo o que diz respeito ao Sacrifício devem ser preciosos. E se em algum lugar estiver colocado de modo miserável o Santíssimo Corpo do Senhor, seja por eles colocado segundo o preceito da Igreja num lugar precioso, e guardado e levado com com grande veneração e administrado aos outros de devido modo (…). E quando é consagrado pelo Sacerdote no altar e é levado a alguma parte, todos, de joelhos, prestem louvor, glória e honra ao Senhor Deus vivo e verdadeiro.”

Na carta aos Sacerdotes: “Todos aqueles que administram tais santíssimos mistérios, especialmente aqueles que o fazem indiferentemente, consideram entre si quão pobres podem ser os cálices, os corporais e os tecidos onde o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo são sacrificados. E por muitos são deixados em lugares miseráveis , levados pelo caminho desrespeitosamente, recebidos indignamente e administrados a outros indiscriminadamente. Vamos, então, imediatamente e resolutamente, corrigir essas falhas e outras; e onde quer que o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo possa ser indevidamente reservado e abandonado, que seja removido de lá e colocado e encerrado em um lugar precioso.”

São Francisco escreveu no seu testamento: “Acima de tudo, quero que este Santíssimo Sacramento seja honrado, venerado e reservado em locais ricamente ornamentados.”

O poverello de Assis viveu a pobreza absoluta no que dizia respeito a si. Mas em relação a Jesus presente no Santíssimo Sacramento sempre quis que Lhe fosse dada toda a riqueza material que fosse possível. É isto.

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