Bispo de Ohio: Em uma era de liturgias "pouco inspiradoras", silêncio e reverência são necessários na missa

O bispo Earl Fernandes admitiu que "muitas de nossas liturgias são — no nível humano — pouco inspiradoras, apressadas, triviais".  

Missa tradicional em latim

 

Por Emily Mangiaracina

 

O bispo de Columbus, Ohio, destacou a necessidade de silêncio e reverência na missa, de acordo com a necessidade de adoração “cristocêntrica”.

O bispo Earl Fernandes, que viu o número de seminaristas em sua diocese mais que dobrar sob sua supervisão, escreveu um comentário publicado pelo National Catholic Register na quarta-feira sugerindo que muitas liturgias hoje não são adequadas para seu propósito.

Fernandes contou como teve seu primeiro contato com a Missa Tradicional Latina quando era jovem, na Igreja de São José, em Toledo, e percebeu que não apenas ansiava pela liturgia tradicional, mas que ela refletia melhor o que a Missa realmente é.

“Para mim, o canto gregoriano na Missa era muito mais consonante com o que a Missa realmente é: o belo e incruento sacrifício de Nosso Senhor. Eu era jovem, mas lembro-me de pensar: eu queria a religião antiga, assim como meu pai”, escreveu Fernandes.

Depois de ser ordenado sacerdócio e se tornar pastor, ele ficou “um tanto chocado” ao descobrir que muito do que o havia aproximado “de Deus” estava ausente.

“Muitas pessoas não se genuflectiam diante de Nosso Senhor — porque raramente tinham visto alguém se genuflectir. Violões e danças litúrgicas ainda eram comuns. Quase nenhuma das mais de 1.000 crianças em idade escolar da minha paróquia tinha ouvido ou sabia cantar o hino à Imaculada Conceição”, lembrou Fernandes. 

Ele percebeu que uma parte importante de sua tarefa como pastor era restaurar um "senso de reverência litúrgica". Não se trata apenas de uma questão de preferência pessoal, mas de tornar a Missa centrada em Cristo, observou ele — como deveria ser. Fernandes passou a refletir sobre como Deus deu mandamentos sobre como o culto deveria ser conduzido "tanto no Antigo quanto no Novo Testamento".

Ele ressaltou que a liturgia é obra de Cristo, à qual nos unimos — não é obra nossa. Portanto, devemos nos perguntar como estamos cumprindo o mandamento de Deus por meio da nossa adoração a Ele. Por exemplo, devemos reexaminar até mesmo a escolha dos hinos usados ​​na Missa, observou Fernandes.

"Se a maioria das antífonas da Comunhão e da entrada são extraídas dos Salmos ou de outras partes da Escritura, por que as substituímos por criações humanas?", questionou o bispo. Além disso, a música usada durante a Missa muitas vezes não "promove a contemplação", algo de que não só os leigos, mas também o próprio padre precisam.

“O que muitas pessoas não percebem é que, para um padre, celebrar a Missa é o ponto alto do dia — na verdade, o ponto alto da nossa vida. Mas, para fazê-lo bem, um padre precisa saber rezar — e isso requer silêncio na liturgia”, escreveu o bispo.

Além disso, “muitas das nossas liturgias são — no nível humano — pouco inspiradoras, apressadas, pedestres”, admitiu.

Embora ele sustente que “a reverência não se limita a uma forma de liturgia”, tal reverência está muito mais presente nas missas tradicionais, como a missa tradicional em latim, do que no novo rito da missa, o Novus Ordo. 

Por exemplo, na missa latina tradicional, o padre se curva profundamente antes da consagração e faz genuflexão antes de levantar a hóstia consagrada; ele se curva profundamente durante seu Confiteor; ele faz muito mais sinais da cruz; ele se curva mais; ele beija o altar mais; ele reza muito mais em sinal de humildade, fervor e devoção; há mais orações de contrição e súplica tanto do padre quanto dos fiéis; a voz do padre durante o cânone é abafada para mostrar admiração e reverência; os fiéis recebem a Sagrada Eucaristia, o próprio Deus, de joelhos e na língua; o padre não faz anúncios aos fiéis depois e encerra rapidamente a missa como se não tivessem acabado de receber o próprio Deus!

De fato, Fernandes celebrava a Missa Tradicional em Latim (MTL) todos os domingos, de acordo com uma entrevista de 2015 com uma publicação católica.

“A maioria deles é jovem”, disse ele sobre os participantes do TLM. “Eles buscam reverência e beleza, um senso de transcendência e a conexão com seus pais e avós, as gerações da fé.”

 

Fonte - lifesitenews