O Papa Francisco os havia eliminado, reduzindo-os às de nomeações de novos cardeais. A decisão de reconvocá-los responderia ao desejo expresso por numerosos cardeais durante o último conclave para aumentar sua participação na vida e no governo da Igreja universal.
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7 e 8 de janeiro de 2026, a agenda é desconhecida |
Embora a agenda permaneça não revelada, várias mídias puderam confirmar que em 7 e 8 de janeiro de 2026 um consistório extraordinário ocorrerá. Esta instituição está contemplada no Código de Direito Canônico, que afirma que os cardeais “oferecem a principal assistência, de maneira colegiada, ao Pastor Supremo da Igreja nos consistórios, que podem ser ordinários ou extraordinários”. O apelo para os próximos 7 e 8 de Janeiro corresponderia, portanto, a um consistório extraordinário, isto é, uma assembleia destinada a examinar “questões de gravidade especial” ou “necessidades particulares da Igreja”.
De acordo com as informações disponíveis, não parece haver uma urgência específica para reunir todos os cardeais vivos, tanto eleitores quanto não eleitores, para exceder oitenta anos. A decisão do Santo Padre Leão XIV responderia, antes, à saudade expressa por muitos cardeais durante o último conclave de aumentar sua participação na vida e no governo da Igreja universal. Durante o pontificado do Papa Francisco, esses espaços de colegialidade foram reduzidos, sendo parcialmente substituídos pelo trabalho do chamado «C9», o pequeno grupo de cardeais que ajudou diretamente o Pontífice no governo eclesiástico.FranciscoC9
As informações sobre a chamada, segundo o Registro Nacional Católico, provêm de uma comunicação interna da Secretaria de Estado, datada de 6 de novembro e dirigida aos membros do Colégio Cardinalício, que indica que “o Santo Padre Leão XIV contempla convocar um consistório extraordinário para 7 e 8 de janeiro de 2026”. A mensagem acrescenta que “no momento apropriado, o reitor do Colégio Cardinalício enviará à Sua Eminência a carta correspondente em maiores detalhes”.
Diante das consultas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, disse que a notícia ainda não recebeu confirmação pública, ressaltando que um anúncio oficial seria incomum “até agora com antecedência”.
Uma tradição histórica e relevante
Os extraordinários consistórios constituem assembleias especiais de todos os cardeais convocados pelo Papa para lidar com questões de particular relevância eclesiástica ou pastoral. O último desses encontros data de 29 e 30 de agosto de 2022, durante o pontificado do Papa Francisco, e centrou-se na reforma da Cúria Romana e na implementação da constituição apostólica Praedicate Evangelium. Um consistório em que, ao contrário do passado, os cardeais não poderiam se manifestar espontaneamente.
Anteriormente, o extraordinário consistório de fevereiro de 2014, também convocado por Francisco, abordou a questão da família e foi palco da famosa intervenção do Cardeal Walter Kasper, que apresentou a polêmica “Proposta Kasper” sobre a admissão aos sacramentos dos divorciados que contraíram novas núpcias. O Papa Francisco só permitiu que o documento de Kasper fosse publicado, e não as respostas que ele havia recebido. Depois disso, o Papa Francisco quis impedir que os cardeais se manifestassem a esse respeito. Esse exercício de desprezo para que o Papa Francisco conhecesse as preocupações dos Cardeais levou à apresentação da dubia, que, sem surpresa, o Papa Francisco não quis responder.
O Papa João Paulo II convocou seis consistórios extraordinários, dedicados principalmente à reforma da Cúria, aos desafios da vida cristã, à preparação do Jubileu de 2000 e às perspectivas da Igreja no novo milênio. Bento XVI, por sua vez, optou por reuniões informais de um dia com os cardeais antes dos consistórios ordinários.
Expectativa sobre o tema e metodologia
Permanece sem saber qual será o tema principal do consistório de janeiro ou qual metodologia as sessões de trabalho adotarão; parece praticamente descartado que a criação de novos cardeais cardeais seja anunciada, também porque, neste momento, o Colégio Cardinalício já tem 128 cardeais eleitores, muito maior do que o limite recomendado de 120. É provável que Leão XIV adote uma abordagem Colegiada e sinodal, em continuidade com a experiência das últimas décadas, mas também com a intenção de renovar a participação do Colégio Cardinalício na vida eclesial.
Numa altura em que a Igreja está a viver importantes transições, tanto na Cúria como nas relações entre o centro e a periferia, o próximo consistório poderia ser um sinal de impulso à colegialidade episcopal e a um diálogo renovado entre o Papa e os cardeais.
Fonte - infocatolica

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