Fonte: Online.Baires.com – 01/04/2011
Tradução: Fratres in Unum.com
Ontem, sexta-feira , Mons. Bernard Fellay brindou-nos com uma conferência a portas abertas em Buenos Aires.
Por outro lado, ele quis destacar como tudo isso se produz em um ambiente de contradição; no ano em que Bento XVI promoveu como “Ano Sacerdotal”, pondo como modelo o Santo cura d’Ars. “Se bem notarmos esta situação de uma melhoria no aspecto litúrgico, as conseqüências do concílio parecem não cessar. Assim, o início deste ano foi marcado com duas graves notícias que não alegram aos fiéis cristãos: A nova reunião de Assis e a possível beatificação de JPII.”
Ele se propôs a ver o Santo Padre, que olha com bons olhos à Fraternidade São Pio X, que deseja uma volta à liturgia milenar, mas que não quer desapegar-se do Concilio vaticano II; que não vê neste Concílio as graves conseqüências para a Igreja.
O bispo relatou como cardeais, prelados e membros da Cúria romana, pessoas próximas e amigas da congregação de Lefevbre, contam seguidamente este apreço do Papa para com a Fraternidade, dizendo entre outras coisas, que o Pontífice a reconhece como a única no mundo que defende a doutrina com absoluta resolução e sem preocupações.
Um novo dado saudado pelo público na conferência foi o relato de que a excomunhão de Mons. Lefevbre também havia sido levantada. Isso ocorreu quando os 4 bispos da Fraternidade foram reabilitados por ordem e decisão papal, que anulou o decreto no qual não somente os quatro figuravam, mas também Mons. Marcel Lefevbre e Mons. De Castro Mayer.
Ele denunciou certas manobras arbitrárias por parte da Secretaria de Estado Romana, que atualmente parece controlar grande parte da atividade eclesial. Em diálogo com o secretário da Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, recebeu as advertências e o pedido de comunicar aos fiéis “que nem tudo o que sai de Roma, sai do Papa”. Algo contraditório, sem lugar a dúvidas, esclareceu Fellay, mas que mostra quanta revolução transita pelos corredores vaticanos.
Em junho passado, quando se planejavam as ordenações de subdiaconato na Alemanha, a conferência episcopal alemã repudiou publicamente a Fraternidade, rogando ao Papa que tornasse a excomungá-la caso as ordenações previstas se realizassem. “Recebemos três chamados consecutivos do Cardeal Castrillón Hoyos, pedindo em nome do Papa, que não realizássemos as ordenações.” Nós, os 4 bispos da Fraternidade, nos reunimos para decidir e escrevi uma carta anunciando a Bento XVI que não as realizaríamos na Alemanha, mas todos seriam ordenados no mesmo dia no seminário de Suíça. Santidade — escrevi — entendemos isso como uma medida de sobrevivência nessas situações complexas e difíceis”, relatava ontem na conferência Monsenhor Bernard Fellay.
Logo ao falar também sobre a conversão do grupo anglicano e do modus galicanus do rito que lhes foi concedido, Monsenhor referiu-se à situação atual da Igreja francesa, como exemplo do que ocorre na Europa. Situação bastante opressiva e estarrecedora, de que revelou algumas cifras;
- A idade média hoje em dia dos sacerdotes franceses é de 70 anos. Cifra que pelas poucas ordenações, a cada ano é um mais, porque não há um número representativo de novos sacerdotes.
- Os sacerdotes têm a seu cargo entre 20 e 60 paróquias cada um. “Conheci um sacerdote de 74 anos, que havia sido nomeado Vigário de outro de 86, para que ambos se encarregassem de 92 paróquias.
-E a bancarrota não é somente espiritual, é também física, pela quantidade de sentenças judiciais milionárias em conseqüência dos escândalos de pedofilia, etc.
“Dentro de poucos anos, não existirá igreja na França –- enfatizou o Superior da Fraternidade — Deus não o permita”.
O último relato que brindou à concorrência foi sobre a basílica de São Pedro em Roma, onde há alguns anos, às 7:15h da manhã, se pode encontrar muitas missas tradicionais. Muitos desses sacerdotes têm se aproximado da Fraternidade. Primeiramente com um pouco de receio, contou o bispo, mas logo foram tornando suas missas públicas. “A princípio eram entre 10 e 15, hoje já são entre 20 e 30. Entre 20 e 30 missas tradicionais a cada dia.” “Tive a oportunidade de falar com a maioria desses sacerdotes jovens e lhes perguntei o que eles esperavam da Fraternidade? A resposta foi muito alentadora, entre outras coisas, muitos deles me responderam: A doutrina, Monsenhor, queremos a doutrina”.