[Radio Catedral]
Vocação: dom e missão
No quarto domingo de Páscoa, no dia 15 de maio de 2011, o Papa Bento XVI enviou à Igreja do mundo inteiro uma mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, cujo tema foi: “Propor as vocações na Igreja local”. A Igreja do Brasil, na tradição dos meses temáticos, dedica este mês às diversas vocações na Igreja, de modo particular às sacerdotais e religiosas. Cabe lembrar que há 60 anos, o Papa Pio XII instituiu a Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais. Em várias dioceses do mundo foram criadas obras semelhantes, animadas e apoiadas por sacerdotes e leigos, para corresponderem ao convite do Cristo Bom Pastor, que compadecendo-se das ovelhas abatidas e sem pastor disse: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe” (Mt9, 36-38).
É interessante sublinhar que o Santo Padre ao falar da arte de promover e cuidar das vocações recorda que o ponto de referência das mesmas é o próprio Jesus que chama e educa com amor e solicitude de Bom Pastor. Portanto, a vocação nasce, precisamente, no diálogo íntimo de Jesus com o Pai, que antes de chamar os seus eleitos se coloca em atitude de oração e escuta da vontade do Pai (Cf. Lc6, 12). Sem uma constante e insistente oração elevada ao “dono da messe” não pode existir uma autêntica vocação ao ministério sacerdotal e à vida consagrada. A intimidade, a amizade e a escuta de sua Palavra são imprescindíveis ao discípulo que se propõe seguir a Cristo e propagar seu Reino.
Apesar de sabermos que a proposta de seguir o Senhor, em um mundo individualista, materialista e de muitas vozes desviantes, seja muito difícil, é obrigação de toda a Igreja proteger este dom da missão e do ministério ordenado, além de estimulá-lo e amá-lo. “Ela é responsável pelo nascimento e pela maturação das vocações sacerdotais” (João Paulo II, Exort. Ap. pós-sinodal Pastores dabo vobis, 41). Não se pode perder de vista a identidade primordial do mistério do sacerdote, chamado a ser ministro da salvação. Ele é servo de Cristo para ser, a partir dele, por ele e com ele, servo dos homens. O seu ser e agir são inseparáveis e tem como finalidade o serviço à Igreja e à salvação de todos os homens (Ibid; 70). Apascentar o rebanho com ânimo e testemunho, é sua santidade, missão e serviço.
D. Pedro Cunha Cruz (Bispo auxiliar do Rio de Janeiro)
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