[cleofas]
23 de janeiro de 2013
“Venha o Teu Reino, seja feita a Vossa vontade na terra como no céu.” (Mt 6,10)
Jesus disse aos Apóstolos no Sermão da
Montanha: “Nem todo que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos
céus, mas o que faz a vontade de meu Pai, esse entrará no reino dos
céus”. (Mt 7,21)
Fazer a vontade de Deus, dizia Santo
Afonso de Ligório (†1787) é “fazer o que Deus quer e querer o que Deus
faz”. Fazer o que Deus quer é algo objetivo: obedecer às leis de Deus,
os Seus Mandamentos e viver a doutrina ensinada pela Igreja em termos de
fé e de moral; querer o que Deus faz, é aceitar com resignação e fé
tudo o que Deus permitir que aconteça conosco, sem revolta e murmuração.
Sem dúvida, dizia o Santo, este é o caminho da santidade.
Mas, por que, nem sempre é fácil
discernir e realizar a vontade de Deus? Porque o pecado entrou no mundo e
desorganizou o plano de Deus. Ele criou o melhor dos mundos possíveis.
“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom” (Gn
1,31) mas, os pecados de Lúcifer e de Adão estragaram a obra do Criador.
Para os homens, Deus prometeu como Redentor seu próprio Filho que veio a
esta terra para destruir com sua pregação e com a sua morte o projeto
do maligno. Deus nos deu uma alternativa para a salvação; para voltarmos
ao seu convívio: arrepender-se e acatar a redenção oferecida em Cristo,
praticando tudo que Ele ensinou, fazendo a sua santa vontade.
Isto exige aderir totalmente a Deus, com toda a alma, com todas as forças, com todo o coração, com toda a vida.
O profeta diz que Deus não se compraz em holocaustos e sacrifícios, mas sim na obediência total à sua vontade.
“Samuel replicou-lhe: Acaso o Senhor se
compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência à sua
voz? A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão valem mais que
a gordura dos carneiros. A rebelião é tão culpável quanto à
superstição; a desobediência é como o pecado de idolatria. Pois que
rejeitaste a palavra do Senhor, também ele te rejeita e te despoja da
realeza!” (1 Sm 15,22-23).
No Antigo Testamento, os israelitas
descarregavam seus pecados e suas desobediências sobre o “bode
expiatório” que era levado ao deserto:“Imporá as duas mãos sobre a sua
cabeça, e confessará sobre ele todas as iniquidades dos israelitas,
todas as suas desobediências, todos os seus pecados. Pô-los-á sobre a
cabeça do bode e o enviará ao deserto pelas mãos de um homem encarregado
disso.” (Lv 16,21)
A
obediência é a resposta livre dada a Deus; no ser e no fazer cotidiano é
que mostramos a submissão ao que o Senhor deseja. Isso significa a
“imolação da vontade própria” para aderir ao que Deus quer. Por isso, é
importante pelo dom do discernimento, entender e fazer a vontade de
Deus. Jesus é o caminho desta conduta diária; Ele nos deixou com sua
vida e suas palavras o exemplo de como fazer a vontade de Deus. Ele
sabia que por causa de sua fidelidade ao Pai, seria um dia crucificado;
mas não deixou de cumpri-la.
Somos servos daquele a quem
obedecemos:“Não sabeis que, quando vos ofereceis a alguém para lhe
obedecer, sois escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado
para a morte, quer da obediência para a justiça?” (Rm 6,16)
O cristão precisa aprender o que
significa renúncia, não se revoltar contra as provações que, na sua
sabedoria, Deus sabe serem necessárias para purificar a nossa alma. O
Evangelho é uma escola de mortificação, ensina a “tomar a cruz a cada
dia” e seguir Jesus.
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