Um grupo armado ligado ao Estado Islâmico realizou um massacre brutal em uma igreja católica na cidade de Komanda, na província de Ituri, noroeste da República Democrática do Congo.
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Principalmente jovens membros da Cruzada Eucarística e vários feridos graves |
Os fiéis se reuniram na tarde de sábado, 26 de julho, para uma vigília de oração em preparação para as confirmações programadas para domingo. Por volta da meia-noite, membros das Forças Democráticas Aliadas (ADF) invadiram a igreja enquanto os fiéis rezavam, abrindo fogo indiscriminadamente contra os presentes.
"Tiros foram ouvidos por volta da meia-noite nos bairros de Beyi e Buliki, no centro de Komanda", disse Pascal Kisezo, presidente do grupo da sociedade civil Irumu, à mídia local. Os agressores usaram facões e armas de fogo para realizar o massacre.
Segundo o padre Aime Lokana Dhego, um padre local, "Temos pelo menos 31 membros da Cruzada Eucarística mortos e seis gravemente feridos. Alguns jovens foram sequestrados; não temos notícias deles". Embora os números variem dependendo da fonte, a Rádio Okapi estimou o número total de mortos em 43.
Dieudonne Duranthabo, coordenadora da sociedade civil em Komanda, disse à Associated Press que "mais de 21 pessoas foram mortas a tiros dentro e fora da igreja, e registramos pelo menos três corpos carbonizados e várias casas queimadas, mas a busca continua".
Após o ataque à igreja, os terroristas saquearam e incendiaram estabelecimentos comerciais próximos, atacando lojas e agências bancárias na área por volta da 1h. Várias casas e estabelecimentos comerciais foram reduzidos a cinzas.
Indignação pela falta de proteção
O que gerou indignação particular entre a população local é que o ataque ocorreu apesar da presença de tropas da República Democrática do Congo (FARDC) na área. "Exigimos intervenção militar o mais rápido possível, pois nos disseram que o inimigo ainda está perto da nossa cidade", exigiu Duranthabo, expressando a frustração dos moradores.
Este ataque representa o episódio mais mortal registrado na região após um período de relativa calma, embora terroristas islâmicos das Forças Armadas da África Austral (ADF) venham assediando a região de Komanda e a vizinha Mambasa há mais de dois anos. Os exércitos congolês e ugandense estão atualmente colaborando em operações contra esse grupo terrorista.
Quem são as Forças Democráticas Aliadas (ADF)?
As Forças Democráticas Aliadas surgiram em Uganda na década de 1990, inicialmente acusando o governo ugandense de perseguir muçulmanos. Seu fundador, Jamil Mukulu, era um cristão convertido ao islamismo. Desde 2002, o grupo opera principalmente no leste da República Democrática do Congo, uma região rica em minerais disputada por vários grupos armados.
Em 2019, as Forças Armadas da Arábia Saudita (ADF) declararam-se parte do Estado Islâmico, jurando fidelidade a essa organização terrorista internacional. Desde então, intensificaram seus ataques contra civis, independentemente de sua religião.
Segundo o Vatican News, a ADF é "responsável pelo assassinato de milhares de pessoas". Apenas duas semanas antes do ataque de Komanda, o grupo havia matado 66 pessoas na região de Irumu. No início de 2024, realizaram outro ataque no leste do país, no qual pelo menos oito pessoas foram mortas, cinco delas enquanto rezavam, e outras 30 foram feitas reféns.
Reações internacionais
O ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, condenou o massacre em sua conta X: "Expresso a mais forte condenação do ataque a uma igreja em Komanda, na República Democrática do Congo, onde um grupo terrorista ligado ao ISIS matou mais de 40 civis."
"Os locais de culto devem ser sempre preservados e a liberdade religiosa deve ser protegida. A Itália se solidariza com as famílias das vítimas e com o povo congolês", acrescentou o ministro italiano.
Fonte - infocatolica
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