[sentinelacatolico]
Olá querido leitor. Salve Maria, Mãe do meu Senhor (Lc 1,43).
Antes de tudo, gostaria (sentinela católico) de deixar claro que este post é destinado
para os CATÓLICOS que acompanham o nosso site. Em momento nenhum tenho a
intenção de destratar ou achincalhar o espiritismo kardecista. Todavia,
reservo-me o direito de informar aos católicos os perigos que existem
por trás desta doutrina e o grau de disparidade que há ante a Sã
Doutrina, bem como esclarecer certos fatos incorretos e difamatórios que
são freqüentemente divulgados de maneira a difamar e desonrar a Santa
Igreja de Cristo.
Francisco Cândido Xavier foi o mais expressivo médium espírita
kardecista que houve no Brasil. Muitos consideram seus escritos e
prodígios mediúnicos verdadeiros revelações do mundo supranatural.
Não obstante, muitos que professam a fé católica também consideram os
livros de Chico Xavier inspiradores e reveladores, espantosamente
preferindo ler as suas estórias a ler, por exemplo, a vida e obra dos
santos e santas da Igreja. Esta atitude leva muitas vezes o católico a
absorver um conhecimento deturpado da realidade, de maneira a subverter
sua mente em relação a verdadeira história da Igreja Fundada por Nosso
Senhor Jesus Cristo, a mesma a que ele prometeu que as portas do inferno
não prevaleceriam. (Mt. 16,18).
No livro Emmanuel, o senhor Chico Xavier, dentre muitas coisas,
pretende relatar casos verídicos relatados pelo espírito Emmanuel sobre a
Igreja. Calúnias atrás de calúnias, descreve as mesmas afirmações
proferidas por Leão (ou Leon como já me advertiram) Dênis, que por sua
vez retirou tais afirmações de autores anticlericais da época da
Revolução Francesa e do racionalismo francês. Os trechos a seguir, podem
ser comprovados na 4ª edição do Livro Emmanuel. Assim nos diz Chico
Xavier sobre as “revelações” ditas pelo “espírito Emmanuel”:
- A história do papado é a história do desvirtuamento dos princípios do cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase desapareceu sob suas despóticas inovações. Criaram os pontífices o latim nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a confissão auricular, adoração da hóstia, o celibato sacerdotal, noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origem divina (p. 30);
- O Vaticano não soube, porem, senão produzir obras de caráter exclusivamente (sic!) material! (p. 31).
- Ninguém ignora a fortuna gigantesca que se encerra, sem benefício para ninguém, nos pesados cofres do Vaticano (p. 57).
- Ele (o “espírito Emmanuel”) sabe que a Igreja “fez mais vítimas que as dez perseguições mais notáveis (p. 56)
- Ele conhece a imensidade de crimes, perpetrados à sombra dos confessionários penumbrosos (p. 52)
- Tem notícias do “célebre livro de taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços de perdão para os crimes humanos estão estipulados” (p. 61).
- Sabe que o dogma da Santíssima Trindade é uma adaptação ocidental da trimurti da antiguidade oriental (p. 30)
Isso tudo foi “revelado” ao senhor Francisco Cândido Xavier pelo
“espírito Emmanuel”. Será que essas pseudo-revelações correspondem à
realidade dos fatos? Façamos uma pequena análise?
1 – A história do papado é a história do desvirtuamento
dos princípios do cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase
desapareceu sob suas despóticas inovações. Criaram os pontífices o
latim nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a confissão
auricular, adoração da hóstia, o celibato sacerdotal, noventa por cento
das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origem
divina (p. 30);
Vamos analisar as “revelações” que o “espírito Emmanuel” diz que é
invenção humana para afastar a Igreja do Evangelho e de seus primórdios:
- Criação do latim nos rituais: Ora, o latim começou
a ser introduzido na liturgia e nos escritos da Igreja a partir do
século V. Com as invasões bárbaras e a queda de Roma, a língua latina
tomou o lugar do grego antigo como a língua de uso universal. Note que
os sete primeiros concílios, incluindo ai o Concílio de Jerusalém,
descrito nos Atos dos Apóstolos, foram escritos em grego, que era a
língua até então mais difundida. São Jerônimo traduziu a Bíblia do
grego, hebraico e aramaico para o latim vulgar (vulgata), para poder ser
mais bem compreendido por toda a cristandade. É bom lembrar que o Santo
Padre não solicitou a ele este serviço, visto que São Jerônimo era um
eremita e não um clérigo diocesano. Acredito que os fatos acima
demonstram sem sobra de dúvidas que o latim foi incluso na liturgia dos
ritos e na documentação dos ensinamentos não para distanciar-nos do
Evangelho, mas para aproximar-nos cada vez mais. Se considerarmos que as
línguas provenientes ou partícipes do latim são maioria hoje em nosso
mundo, no que diz respeito à distribuição territorial, podemos concluir
que o “espírito Emmanuel” se equivocou ou mentiu. Quem é o pai da
mentira mesmo?
- O culto das imagens: O culto das Imagens é
anterior a fundação da Igreja Católica. Na verdade, podemos dizer que as
imagens são inerentes a criação humana, visto que somos a imagem e
semelhança de Deus (Gn. 1,27;2,7). Podemos também citar exemplos claros
de imagens construídas por decreto divino, como a Arca da Aliança (Ex.
25,18-20), A serpente de bronze criada por Moisés (Núm. 21,8-9) e o
Templo de Salomão (1Reis 6,23-25 e 7,29). O Novo Testamento nos mostra
também imagens representativas da glória de Deus. No Apocalipse, Jesus
aparece na Imagem de um Cordeiro que é digno de receber toda força e
todo louvor (Ap. 5,12). Vemos também o Espírito Santo descer sobre
Cristo na forma de uma pomba (Mt 3,16) e no dia de Pentecostes, o mesmo
Santo Espírito desce na cabeça dos Apóstolos e da Virgem Maria na forma
de línguas de fogo (At. 2,1-3). Provamos assim que de fato a Igreja
inventou o culto as Imagens, mas desde o Antigo Testamento por meio de
Deus Pai, Todo Poderoso, ratificado por Jesus Cristo, Seu Único Filho e
Senhor Nosso. Vamos ser compassivos e pensar que o “espírito Emmanuel”
esqueceu-se de considerar esse pequeno detalhe.
- A canonização: Olha, essa deve ser sem dúvida
alguma a revelação mais importante de todos os tempos. Confesso que não
sabia que foram os Papas que criaram a canonização, muitos anos depois
de Cristo para afastar a Igreja do Evangelho. Isso é algo que realmente
novo e revolucionário, que pode mudar a história do cristianismo e da
humanidade como um todo. Precisamos urgentemente avisar a todos os
cristãos do mundo, inclusive a São João, que provavelmente deveria estar
embriagado quando escreveu no Apocalipse que “… vi uma grande multidão
que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua:
conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes
brancas e palmas na mão” (Ap. 7,9). Também devemos dizer essa revelação
bombástica a Santo Estevão, que devia estar tendo alucinações quando
descreveu a visão beatífica: “Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e
o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus.” (At. 7,56). Também
precisamos falar que Nossa Senhora que Ela não é Ela na visão de São
João em Apocalipse 12,1, afinal, foi a Igreja que inventou a
canonização, muito tempo depois que tudo isso aconteceu. Sejamos
compassivos mais uma vez. Vamos considerar que o “espírito Emmanuel”
estava apenas se referindo a… Deixe ver… Sei lá, algo além da razão.
- A confissão auricular: Provavelmente o “espírito
Emmanuel” é um saudosista da época em que as confissões eram públicas,
na frente de toda a assembléia, e que o perdão era dado no mínimo um ano
depois da confissão. Provavelmente o “espírito Emmanuel” esqueceu-se o
porquê da instituição da quarta-feira de cinzas, que era justamente o
dia do ano em que os pecadores vestiam-se de sacos, recebiam as cinzas
de seu pecado na cabeça e permaneciam em penitência por um ano, sendo
privados de participar da parte destinada aos fiéis em plena comunhão
com a Igreja. (O equivalente a Liturgia Eucarística na missa de Paulo
VI). Humildemente, acho mais cômodo e justo o fiel confessar seus
pecados a um padre em privado, num confessionário onde nem você nem o
padre podem ver o rosto um do outro com nitidez, receber o perdão dos
pecados, e após a penitência, que na maioria dos casos pode ser cumprida
integralmente logo em seguida, você pode participar da comunhão do
Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Devemos lembrar que
Nosso Senhor Jesus Cristo deu autoridade a São Pedro e seus Sucessores a
tomarem as devidas medidas para tornar mais compreensível e digno
alguns ritos e fórmulas, de maneira a acompanhar o próprio caminhar da
humanidade desde que estas adequações não interfiram na doutrina e nas
revelações deixadas por Nosso Senhor (Mt. 16,19), sendo este proceder da
Igreja hoje, ontem e será sempre. Portanto, torna-se importantíssimo
lembrar que as chaves do céu foram dadas a São Pedro e conseqüentemente
aos seus Sucessores e não ao “espírito Emmanuel” e seus intérpretes.
- O celibato sacerdotal: De fato quem criou o
celibato sacerdotal foi a Igreja. Foi criado pelo seu Fundador.
“Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta
palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. Porque há eunucos que o
são desde o ventre de suas mães (Nasceram sem seus órgãos genitais ou
são estéreis), há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens (Homens
castrados) e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do
Reino dos céus (esses são os vocacionados ao Sacerdócio). Quem puder
compreender, compreenda. Foram-lhe, então, apresentadas algumas
criancinhas para que pusesse as mãos sobre elas e orasse por elas. Os
discípulos, porém, as afastavam.” (Mt 19, 11-13). Portanto, é condição
preferencial a um sacerdote que seja celibatário, sacrificando assim sua
vontade carnal em nome do Reino de Deus. Como bem disse nosso senhor,
só pode compreender isso quem realmente tem essa vocação. Portanto, a
instituição do celibato é extensível a todos que querem realmente seguir
a Nosso Senhor. Note que em toda a história da Igreja, apenas padres
recebiam a permissão de casar, e isso até os meandros do século VIII.
Não há registros na história da Igreja ninguém que tenha se mantido
casado após ser sagrado bispo. Note que os bispos deixavam suas famílias
para servir na Vinha do Senhor, como fez São Pedro e São Timóteo. É
também de se notar que o celibato não foi uma imposição do Santo Padre,
mas apenas uma formalização de uma prática ostensivamente utilizada
pelos sacerdotes naquele tempo, sendo o decreto uma forma de tornar
oficial uma prática informal. Note que não houve nenhum registro
histórico de revolta e manifestações contrárias a instauração oficial do
celibato e até hoje, salvo uma meia dúzia de revolucionários, há um
consenso geral entre os sacerdotes sobre a necessidade do celibato.
Portanto, seu “espírito Emmanuel”, não entendo como algo que já é feito
desde o começo da Igreja pode ser algo feito posteriormente para
afastar-la dos seus primórdios. Se quiser reclamar com alguém, reclame
com o Fundador da Igreja Católica.
- noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origem divina:
O que dizer então da Missa, dos Sacramentos, da Comunhão dos santos, da
Interseção de Nossa Senhora e dos santos, as revelações e milagres dos
santos, a compilação da Sagrada Escritura, etc. Substancialmente,
“espírito Emmanuel”, isso tudo que compões de fato a Igreja. Tudo fora
que está além disso, são formas que a Santa Igreja dispõe para fazer
conhecer e usufruir dos sinais supracitados. Se considerarmos os atos em
absoluto, de fato tens razão “espírito Emmanuel”. Mas se considerarmos o
valor e a finalidade de cada coisa feita pela Igreja, estás muitíssimo
equivocado.
2 - O Vaticano não soube, porem, senão produzir obras de caráter exclusivamente (sic!) material! (p. 31).:
É isso ai, a Igreja Católica é fútil mesmo! Ela nunca criou nada que
auxiliasse a elevação da alma humana até Deus. Esse negócio de canto
gregoriano, orquestra sinfônica, arte sacra, liturgia da Santa Missa e
os ritos dos Sacramentos, Estudo metódico, método científico, os
cemitério, a arquitetura das Igrejas, os vitrais que contavam as
histórias da Bíblia para os analfabetos, nada disso te leva ao
conhecimento de Deus. Desculpem o desabafo, mas o que está sendo mais
difícil pra mim na confecção deste artigo é manter-me sério ante tanta
coisa no mínimo insólita.
3 – Ninguém ignora a fortuna gigantesca que se encerra, sem benefício para ninguém, nos pesados cofres do Vaticano (p. 57).
Acho que o “espírito Emmanuel” cometeu um pequeno engano. Há sim alguém
que ignora a fortuna gigantesca do Vaticano. O próprio Vaticano! Alguém
por favor pode fazer a gentileza de mostrar ao “espírito Emmanuel” este
artigo que saiu na Folha de São Paulo: “Vaticano apresenta déficit orçamentário pelo terceiro ano consecutivo”.
4 - Ele (o “espírito Emmanuel”) sabe que a Igreja “fez mais vítimas que as dez perseguições mais notáveis (p. 56):
Alguém precisa pedir pro “espírito Emmanuel” parar de ler as
historinhas do Voltaire e do Dan Brown. Ou será que ele acredita mesmo
que a “impiedosa Igreja” mandou matar quatro milhões de mulheres só na
Inglaterra, quando a população de Londres do século XV era de
aproximadamente seis milhões de pessoas? Existem ingleses no mundo hoje?
Uma leitura que eu indico ao “espírito Emmanuel” é a do Livro Negro do
Comunismo, escrito por vários pesquisadores de renome internacional,
incluindo o renomado antropólogo Rudolph J. Rummel. Se o “espírito
Emmanuel” preferir, pode ver também no site do professor Rummel,
clicando neste link,
que o comunismo apenas no século XX, comprovadamente matou mais que
todas as rebeliões, guerras, revoltas e insurgências entre o século II e
o século XIX. Desinformado o “espírito Emmanuel”, não?
5 - Ele conhece a imensidade de crimes, perpetrados à sombra dos confessionários penumbrosos (p. 52): Bem,
se conhece tantos assim, que site um. Note que a Igreja é Santa e
Imaculada, apesar de ser composta também de pessoas sujeitas ao pecado. É
evidente que muitos padres, bispos e até alguns Papas, como Alexandre
VI cometeram algumas faltas. Todavia, partindo do pressuposto que o
“espírito Emmanuel” é uma entidade de mente elevada, é estranho ver que
ele fica se detendo nesse tipo de coisa ao invés de relatar, por
exemplo, a glória que foi São Francisco de Assis, São Tomás de Aquino,
Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, Santa Terezinha do Menino
Jesus, São Gregório Magno, São Luiz Rei de França, Santa Catarina de
Senna, Santa Perpétua, Santo Agostinho, Santo Afonso de Ligorio, São
Jose Maria Escrivar, São Thomas Moore, São João Maria Vianei, São Pio de
Pietrelcina, São Pio X, Papa Leão XIII, Santa Rita de Cássia, Santo
Antônio, São Bernardo, São Eleutério e outros. São mais de 26.000 “casos
de sucesso” que se opõem a tão poucos casos de insucesso. Mas é
evidente que dá muito mais notoriedade falar dos erros, matando assim a
confiança das pessoas na Igreja, acusando-a de crimes que muitas vezes
não foi ela que cometeu, como os muitos excessos que houveram durante a
Idade Média pela população e sem a aprovação da Igreja, como vimos na
série de artigos sobre a Inquisição. Acusar os outros, matando os
sentimentos bons que se tem para com a Igreja é uma coisa muito feia.
Quem é mesmo O Acusador e assassino desde o princípio?
6 - Tem notícias do “célebre livro
de taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços de perdão para os
crimes humanos estão estipulados” (p. 61): Olha deve ser uma
fonte muito privilegiada mesmo. Tão boa que nem mesmo o próprio Leão X
soube da existência disso. Disponho do livro Compêndio dos Símbolos, Definições e Declarações de Fé e Moral, publicado
dos autores Denzinger e Hünermann, publicado pelas edições Paulinas e
Loyola. Este livro com mais de 1400 páginas, contem TODOS os documentos
do Santo Magistério com relação à fé e moral ,bem como as citações do
Credo. Estudando os documentos de fé e moral promulgados pelo Papa Leão
X, não observei nada que fizesse referência ao tal “livro de taxas”.
Procurando na internet, pude ver que há alguns sites falando sobre tal
Taxa Camarae, promulgada em 1517, com a relação de preços por pecado.
Pois bem. Eu vi aqui que os documentos de Leão X estão dispostos da
seguinte maneira:
- Bula “Apostollici regiminis” – 1513
- Bula “Inter multiplices” – 1515
- Bula “Pastor aeternus gregem” – 1516 (esta inclusive determina a doutrina das indulgências conforme concebemos nos dias de hoje).
- Bula “Exsurge Domine” – 1520 (Bula de excomunhão de Martinho Lutero).
- Bula “Inter multiplices” – 1515
- Bula “Pastor aeternus gregem” – 1516 (esta inclusive determina a doutrina das indulgências conforme concebemos nos dias de hoje).
- Bula “Exsurge Domine” – 1520 (Bula de excomunhão de Martinho Lutero).
Não há, portanto, nenhum documento escrito pelo Papa Leão X em 1517 e
muito menos qualquer um que contenha as tais taxas. O mais interessante
é que a referência que eu encontrei na Internet, que pode ser vista
neste link, dá os “preços dos pecados” em libras, moeda corrente do
Reino-Unido. Ora, todos sabem que a moeda utilizada na região do
Vaticano não eram libras, quando muito poderiam ser Florins. Estranho
isso, não? Será que o “espírito Emmanuel” “iluminou” um inglês para
escrever tais taxas secretas? É bom lembrar que a Igreja Católico foi
banida da Inglaterra até o século XIX, sendo muito hostilizados os
católicos que por ventura fossem morar ou visitar a ilha. Bem, sejamos
um pouco otimistas. Vai ver que esse livro é Célebre best-seller lá na
dimensão do “espírito Emmanuel”, aguardando para ser psicografado e
publicado por um dos ficcionistas, ops, médiuns kardecistas.
7 - Sabe que o dogma da Santíssima Trindade é uma adaptação ocidental da trimurti da antiguidade oriental: O
que será que o “espírito Emmanuel” entende por adaptar? No dicionário, o
vocábulo “adaptar” significa ajustar, adequar. Bem, você ajusta ou
adéqua coisas que tem apenas poucas diferenças entre si. Será que o
“espírito Emmanuel” sabe o que a doutrina da Igreja Católica sobre a
Santíssima Trindade e o que a doutrina hindu fala sobre a trimurti?
Vamos a eles:
- Doutrina sobre a Santíssima Trindade: “A fé católica
consiste em venerar um só Deus na trindade, e a trindade na unidade, sem
confundir as pessoas, nem separar a substância; pois uma é a pessoa do
Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma é a divindade,
igual à glória, coeterna a majestade do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo.” (São Tomás de Aquino, Princípio do Símbolo ‘Quicumque’).
-Visão hindu sobre o trimurti: “Brâman, o Absoluto, é
incognoscível pelo homem. Como um ser limitado, o ser humano somente
percebe três aspectos de Brahman, que são: Brama, o Criador, Vixnu, o
Preservador e Xiva, o Destruidor.”
Note que os conceitos divergem completamente. Enquanto a Santíssima
Trindade fala muito bem as Três Pessoas distintas que a compõem possuem a
mesma substância, mesma divindade, mesma glória e mesma majestade, ao
passo que na trimurti, as divindades são meros aspectos de um único
Deus, sendo estes aspectos heterodoxos explícitos. Assim, podemos ver
que na visão do “espírito Emmanuel”, os papas tiveram que fazer um
esforço grande para criar o “mito da Santíssima Trindade”. O mais
engraçado são as abundantes referências sobre ela logo no princípio da
Igreja. Vejamos algumas citações dos Santos Padres dos primeiros
séculos.
Didaqué (também conhecido como “O Catecismo dos Apóstolos”, possui
documentos mais antigos que algumas cartas contidas na Sagrada
Escritura): “Quanto ao batismo, procedam assim: depois de ditas
todas essas coisas, batizem em água corrente, em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo” (Didaqué 7,1).[2]
São Policarpo em Seu Martírio (Século I): “A Ele [Jesus Cristo] seja dada a glória com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém”.[3]
Pastor de Hermas (Entre os séculos I e II): “O Espírito Santo,
que é preexistente, que criou todas as coisas, Deus o fez habitar no
corpo de carne que Ele quis. Pois bem. Esta carne em que o Espírito
Santo habitou serviu bem ao Espírito, caminhando em santidade e pureza,
sem macular absolutamente nada o mesmo Espírito. Como [essa carne]
tinha, pois, levado uma conduta excelente e pura, e tomado parte em todo
trabalho do Espírito e cooperado com Ele em todo negócio, portando-se
sempre forte e valorosamente, Deus a tornou partícipe juntamente com o
Espírito Santo. Com efeito, a conduta desta carne agradou a Deus, por
não ter se maculado sobre a terra enquanto teve consigo o Espírito
Santo. Assim, pois, tomou por conselheiro a seu Filho e os anjos
gloriosos para que esta carne, que tinha servido sem reprovação ao
Espírito, alcançasse também algum lugar de repouso e não parecesse ter
perdido a recompensa pelo seu serviço, porque toda a carne em que
habitou o Espírito Santo, se encontrada pura e sem mancha, receberá sua
recompensa” (5ª Parábola, 6,5-7).[4]“
Santo Inácio de Antioquia (110 DC): “Inácio, por sobrenome
Téoforo [=portador de Deus], à abençoada em grandeza de Deus com
plenitude; à predestinada desde antes dos séculos para servir para
sempre, para glória duradoura e imutável, glória unida e eleita pela
graça da verdadeira Paixão e por vontade de Deus Pai e de Jesus Cristo,
nosso Deus; à Igreja digna de toda bem-aventurança, que está em Éfeso,
na Ásia, minha cordialíssima saudação em Jesus Cristo e na alegria
imaculada” (Epístola aos Efésios 1).[5]
“Existe um médico, no entanto, que é carnal além de espiritual, gerado e não gerado, Deus feito carne, filho de Maria e Filho de Deus, primeiro passível e depois impassível: Jesus Cristo, nosso Senhor” (Epístola aos Efésios 7,2).[6]
“A verdade é que nosso Deus Jesus, o Ungido, foi levado por Maria em seu seio conforme a dispensação de Deus, certamente da descendência de Davi, mas por obra do Espírito Santo. Ele nasceu e foi batizado a fim de purificar a água com a sua Paixão” (Epístola aos Efésios 18,2).[7]
“Inácio, por sobrenome Téoforo [=portador de Deus], à Igreja que alcançou misericórdia na magnificência do Pai Altíssimo e de Jesus Cristo, seu único Filho; à que é amada e é iluminada por vontade Daquele que quis que todas as coisas existissem, segundo a fé e a caridade de Jesus Cristo, nosso Deus” (Epístola aos Romanos 1).[8]
“Permitam que eu seja imitador da Paixão do meu Deus” (Epístola aos Romanos 4,3).
“Eu glorifico a Jesus Cristo, Deus, que é quem os tem feito sábios até tal ponto, pois percebi muito bem de quão mergulhados estais da fé imutável, como se estivésseis pregados, em carne e espírito, na cruz de Jesus Cristo” (Epístola aos Esmirniotas 1,1).[9]
“Existe um médico, no entanto, que é carnal além de espiritual, gerado e não gerado, Deus feito carne, filho de Maria e Filho de Deus, primeiro passível e depois impassível: Jesus Cristo, nosso Senhor” (Epístola aos Efésios 7,2).[6]
“A verdade é que nosso Deus Jesus, o Ungido, foi levado por Maria em seu seio conforme a dispensação de Deus, certamente da descendência de Davi, mas por obra do Espírito Santo. Ele nasceu e foi batizado a fim de purificar a água com a sua Paixão” (Epístola aos Efésios 18,2).[7]
“Inácio, por sobrenome Téoforo [=portador de Deus], à Igreja que alcançou misericórdia na magnificência do Pai Altíssimo e de Jesus Cristo, seu único Filho; à que é amada e é iluminada por vontade Daquele que quis que todas as coisas existissem, segundo a fé e a caridade de Jesus Cristo, nosso Deus” (Epístola aos Romanos 1).[8]
“Permitam que eu seja imitador da Paixão do meu Deus” (Epístola aos Romanos 4,3).
“Eu glorifico a Jesus Cristo, Deus, que é quem os tem feito sábios até tal ponto, pois percebi muito bem de quão mergulhados estais da fé imutável, como se estivésseis pregados, em carne e espírito, na cruz de Jesus Cristo” (Epístola aos Esmirniotas 1,1).[9]
Aristides (Séc. II): “Este teve doze discípulos, os quais, após
sua ascensão aos céus, percorreram as províncias do Império e ensinaram a
grandeza de Cristo, de modo que um deles percorreu aqui mesmo, pregando
a doutrina da verdade, pois conhecem o Deus criador e artífice do
universo em seu Filho Unigênito e no Espírito Santo, não adorando nenhum
outro Deus além deste” (Apologia 15,2).[11]
Atenágoras de Atenas (Séc. II): “Assim, pois, suficientemente
resta demonstrado que não somos ateus, pois admitimos um só Deus
incriado e eterno, e invisível, impassível, incompreensível e imenso,
apenas pela inteligência compreensível à razão… Quem, portanto, não se
surpreenderá de ouvir chamar de ‘ateus’ aqueles que admitem um Deus Pai,
um Deus Filho e um Espírito Santo, que demonstram seu poder na unidade e
sua distinção na ordem?” (Súplica em Favor dos Cristãos 10).[13]
Bem, acredito que o “espírito Emmanuel” deve mais uma vez estar
enganado, pois como pudemos ver com esses pequenos exemplos, a doutrina
da Santíssima Trindade é fundamental para a sustentação do Edifício de
Fé do Cristão desde os primórdios da Igreja.
Como vimos, muito pouco de verdade há nas “revelações” dos “espírito
Emmanuel”. A propaganda ao redor de Chico Xavier de fato obliterou a
mente de muitos brasileiros com relação à enxurrada de equívocos e erros
substanciais de muitos escritos. Não quero de maneira nenhuma ofender o
valor que seus escritos tem para muitas pessoas. Todavia, é obrigação
de todo aquele que conhece a Verdade propagar-la, mitigando assim o
engano provocado pela mentira e por seu autor mor.
Para os católicos, lembramos que é vedada qualquer simpatia ou
participação no espiritismo, pois entende a Igreja que a doutrina
espírita, seja ela qual for, é nociva a nossa alma, afastando o homem da
Salvação Eterna e das bem-aventuranças no céu.
Ficamos por aqui. Que Deus abençoe a todos! Salve Maria!
Um comentário:
Eu penso que seja de todo desnecessário se desculpar por dizer a verdade. Sim, pq se dizer a verdade é ser descortês, grosseiro ou achincalhador... antes de nós o foi o próprio Cristo que não teve dó nem pena de chicotear os vendilhões do templo ou de dizer verdades aos fariseus com expressões que nos parecem tolas (raça de víboras) mas que naquela época eram profundamente ofensivas.
A caridade maior para com os espíritas não está em ser educados, gentis e politicamente corretos com eles, mas em lhes dizer a verdade, nua e crua como ela deve ser dita. Pq antes das boas maneiras e da urbanidade está a salvação das almas.
São Padre Pio cansou de "tocar" do confessionário pessoas que ele, pela Graça que lhe foi concedida, sabia que não estavam arrependidas ou devidamente prontas. E não as expulsava com boas maneiras - afinal foi criado no campo, e um italiano do campo... rsrsrs - mas aos gritos.
Era um grosseirão? Para o mundo sim, mas para a glória de Deus era o mais doce dos pais, preocupado apenas em impedir um sacrilégio duplo (no confessionário e na comunhão) e a perdição daquelas almas.
Assim, caro amigo, não se deixe levar pelos respeitos humanos, pois o que os espiritas mais precisam é de sua caridade na verdade.
Abs
Giulia d'Amore
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