quarta-feira, 30 de julho de 2025

O budismo é ateu

 Pelo Padre Federico Highton, SE

 

Missionário no Himalaia

O budismo tibetano nega tudo; isto é, nega Deus, nega a realidade e nega o próximo. Essa tripla negação é uma negação universal.

O budismo tibetano nega Deus; isto é, é metafisicamente ateu. Agora, se o budismo é ateu, o que é? Uma religião? Uma filosofia? Uma ciência? A resposta é complexa. Vejamos.

O budismo não pode ser considerado uma religião (visto que é ateu), mas pode ser classificado como uma filosofia? Acreditamos que não, visto que a filosofia é o "amor (ou philia) à sabedoria", mas para o budismo, toda philia (ou amor ou desejo) deve ser extirpada. Há outra razão para negar o caráter filosófico do budismo: todo filósofo aspira à verdade (a verdade é a conformidade da inteligência com a realidade), mas para o budismo não há inteligência nem realidade (visto que nada existe); portanto, o budismo não é uma filosofia.

Embora não seja uma religião nem uma filosofia, alguns afirmam que o budismo é um sistema fundamentalmente científico. Não é bem assim. O budismo tibetano é tudo menos científico, pois contém mitologia absurda e superstições aterrorizantes.

Alguns, considerando a ioga, dirão que o budismo é ginástica, embora, como prática de ginástica, deixe muito a desejar e seja amplamente superado pela ginástica ocidental. De qualquer forma, não é ginástica, visto que o propósito da atividade física iogue é alcançar uma suposta iluminação interior, separada de qualquer atividade atlética.

Então, o que é o budismo? É um conceito metafísico ateu e desviante, misturado com idolatria, magia negra, satanismo, exercícios físicos, superstições e mitologias. Em suma, é um poço de perdição e confusão.

O budismo ignora Deus e o substitui por Buda, que acaba tomando o lugar do Todo-Poderoso. Buda, querendo ou não, caiu na tentação adâmica de "sereis como deuses" (Gênesis 3:5). Ou seja, no budismo, existe uma operação para substituir Deus por Buda.

1.- Historicidade do Buda

Independentemente do que digam as mitologias budistas — que dificilmente se comparam em suas divagações e uso excessivo de fantasia —, não há fonte confiável que comprove quem foi Buda ou indique o local e a época de seu nascimento. Há contos fantasiosos, uma história padrão — sem qualquer suporte probatório — e algumas teorias sérias e divergentes que rejeitam a historiografia dominante.

Os contos fantasiosos, que são inquestionáveis para o budista comum do Himalaia, relatam que Buda nasceu de um lótus (?).

Segundo a historiografia padrão (que, até o final do século XX, permaneceu sem revisão e sem contestação), Buda foi um príncipe hindu nascido no século VI a.C. no que hoje é o Nepal. Ele deixou seu palácio para se dedicar à meditação em busca da iluminação, deixando para trás um grupo de discípulos que, com o tempo, se dividiram em diversas escolas e começaram a registrar os ensinamentos do mestre, produzindo assim muitas versões diferentes do "cânone" budista, isto é, as palavras do Buda. Essas escolas, segundo o discurso dominante, eram fundamentalmente divididas em dois grupos, que, segundo a nomenclatura mais utilizada, são chamados de "veículo menor" e "veículo maior". O budismo tibetano é classificado no segundo grupo, enquanto o budismo meridional (localizado no Laos, Tailândia etc.) pertence ao primeiro grupo.

No final do século XX, surgiu um movimento lúcido de historiadores franceses, agrupados em torno da associação EEChO, liderada por Pierre Perrier. Eles levantaram questões sérias, desafiando a narrativa padrão sobre a história de Buda. Esses pesquisadores, caracterizados por grande seriedade científica, articularam diversas teorias certamente muito mais plausíveis do que a historiografia dominante. As novas explicações desses historiadores franceses polemizam fortemente contra a periodização hegemônica, afirmando que Buda nasceu pouco antes de Nosso Senhor Jesus Cristo ou mesmo depois de Nosso Divino Salvador. Devemos à EEChO a descoberta de que a periodização padrão que situa Buda no século VI a.C. foi postulada apenas no século XIX por escritores maçônicos que queriam desacreditar o cristianismo apresentando um sábio religioso muito mais antigo que Nosso Senhor.

Uma das teorias postuladas é que Buda era, na verdade, Manes, o fundador da heresia maniqueísta, à qual Santo Agostinho aderiu antes de sua conversão.

Concluindo este parágrafo, basta salientar que a verdadeira história de Buda está longe de ser clara. O máximo que podemos postular são hipóteses ou teorias mais ou menos plausíveis.

2.- Divinização do Buda

Apesar das enormes lacunas históricas em torno da vida de Buda, o budismo tibetano assumiu a responsabilidade de deificá-lo, isto é, reconhecer seu caráter divino, colocando-o acima de todos os outros seres. Além disso, relatos budistas indicam que Buda é superior a todo o panteão de deuses. Alguns podem se perguntar como Buda pode ser superior aos deuses se o budismo é ateu. A resposta é que, embora o budismo seja ateu, o budismo tibetano acredita em uma multidão incontável de deuses, embora nenhum deles seja considerado o Criador. Esses deuses, na cosmovisão budista, são deuses transitórios, isto é, deuses por um tempo.

Buda, então, não é apenas deificado, mas é considerado, se a expressão for apropriada, um ser supradivino.

3.- A omissão sinistra do budismo

O budismo não nega Deus diretamente, mas O nega implicitamente, visto que postula uma visão de mundo na qual nada existe. Na literatura budista, é raro encontrar qualquer referência ao fato de que Deus não existe, embora tenhamos encontrado algumas menções a esse respeito. Os livros budistas simplesmente ignoram Deus; não falam sobre Ele; falam como se Deus não existisse, mas não empregam retórica destinada a demonstrar Sua inexistência. Portanto, no discurso budista, Deus é omitido. Esta é a omissão sinistra do budismo.

Para o budismo, Deus não existe e, portanto, nada existe. Nesse sentido, o budismo é muito mais coerente do que o ateísmo moderno, que sustenta que o universo existe, mas que Deus não existe. É muito mais coerente pensar que "já que não há Criador, não há criação" do que acreditar, como o ateísmo moderno absurdamente acredita, que "não há Criador, mas há um universo".

 

Fonte - infocatolica

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